Morreu o grande ulmeiro

Hoje foi removido o grande ulmeiro que enquadrava a entrada principal do edifício Sede da Fundação. Esta árvore morreu vítima de grafiose do ulmeiro, doença que já nos anos 80 dizimou a mata de ulmeiros que existia na zona poente do Jardim, e para a qual ainda não existe nenhum tratamento eficaz.
08 fev 2017

A grafiose é uma doença provocada por um fungo (Ophiostoma novo-ulmi) que afeta grande parte dos ulmeiros, sobretudo as árvores adultas que vivem nas cidades. É difundido por algumas espécies de escaravelho como o Scolytus scolytus. Estes insectos alimentam-se nos ramos e troncos das árvores e constroem galerias sob a casca para depositarem os seus ovos trazendo muitas vezes esporos de fungos de árvores doentes, que ao espalhar-se pelo sistema vascular da árvore provocam o seu bloqueio. Para se defender da proliferação do fungo, a árvore forma gomas e tiloses (extensões da parede celular) que bloqueiam os seus vasos, impedindo que a água e os sais minerais que transportam cheguem às folhas. As folhas deixam de ter a matéria-prima para realizar a fotossíntese e começam a ficar amarelas e castanhas, o que significa que estão com falta de clorofila. As primeiras folhas a morrer são as das extremidades dos ramos. Nesta fase, como não consegue transportar alimento até às suas extremidades, a árvore começa a emitir rebentos nos troncos mais grossos, onde ainda circulam nutrientes, mas o processo vai alastrando progressivamente por toda a árvore até à sua morte.

As árvores ainda vivas no Jardim Gulbenkian foram as que conseguiram resistir durante mais tempo a esta doença europeia que tem dizimado a espécie nas últimas décadas. Em Lisboa são das poucas que ainda existem, fruto do cuidado e dedicação que a equipa de jardinagem lhes dispensa, mas a idade e a poluição atmosférica não ajudam, acrescendo o facto de nesta zona do jardim disporem de muito pouca altura de solo. Este ulmeiro será em breve substituído por uma árvore jovem.

 

 

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