Há um novo ulmeiro no jardim
Na Natureza tudo se transforma e a morte é também uma forma de originar uma nova vida. No Jardim Gulbenkian, no lugar do ulmeiro que foi retirado no início de fevereiro, há agora um jovem ulmeiro, descendente de um dos ulmeiros deste jardim.
Ao longo destes 60 anos, foram vários os ulmeiros plantados no Jardim e outros herdados do antigo Parque de Santa Gertrudes. Muitos já não existem, deram lugar a outros que se encontram espalhados pelo espaço. Sob a sua copa podemos sentir a suavidade da luz do sol coada pelas folhas e o seu movimento lento, que um dos projetistas, Gonçalo Ribeiro Telles, descreve assim: Estamos de facto no mediterrâneo onde a luz é difusa, as folhas estão a funcionar como espelhos durante uma ou duas horas por dia e isso é fundamental para a vida. No Mediterrâneo encontramos o contraste luz/sombra, que varia ao longo do ano. É uma paisagem em movimento em que o movimento é marcado pelas horas do dia ou pelo correr do ano.
O movimento da luz ao longo do dia, o passar das estações e dos anos pontuados pela morte de umas plantas e o nascimento de novas, são aspetos da Vida que os projetistas quiseram assinalar neste Jardim.
Um espaço que não é estático porque está vivo e cuja existência podemos contemplar a cada momento. É por isso que todos os anos morrem e nascem inúmeras árvores. Umas são plantadas pelos jardineiros e outras pela própria fauna do jardim. No caso dos ulmeiros, e apesar de ser bem conhecido o problema de que frequentemente padecem ao chegar à idade adulta, gostamos de os manter por cá. Tratamo-los com todos os cuidados para que possam durar muitos e muitos anos