Documentação sobre o projeto do Jardim Gulbenkian já disponível

A partir de hoje, a Fundação Calouste Gulbenkian disponibiliza ao público um “arquivo digital” com uma seleção de documentos relativa à génese e desenvolvimento do projeto do Jardim Gulbenkian.
21 nov 2017

Esta base de dados integra mais de 600 documentos entre desenhos técnicos, esquissos, atas de reuniões, fotografias, notas e apontamentos. A documentação, pertencente ao Arquivo e Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e aos espólios pessoais de Gonçalo Ribeiro Telles e de Antonio Facco Viana Barreto, abrange informação sobre este lugar desde o séc. XVII até ao ano 2000.

O próximo passo será a disponibilização de uma versão inglesa dos textos curatoriais e ferramentas de busca, e a integração progressiva de mais documentação, nomeadamente de documentos referentes às intervenções posteriores ao ano 2000.

No início dos anos 60, os arquitetos paisagistas Gonçalo Ribeiro Telles e António Viana Barreto iniciaram o intenso trabalho de conceção do que viria a ser o Parque Calouste Gulbenkian, inaugurado em 1965. Nenhum dos dois imaginava a relevância que o seu trabalho viria a ter mais tarde.

Os novos ideais que o movimento moderno advogava inspiravam os arquitetos a assumir um papel transformador na qualidade de vida das pessoas. Por outro lado, assistia-se, segundo Ribeiro Telles, a um grande “drama” da intelectualidade portuguesa sobre o que é um jardim.

Este projeto veio romper claramente com as práticas da época. Gerou uma nova forma de desenhar o “jardim”, baseada numa geometria subtil, que nos oferece espaços e ambiências em vez de eixos, e onde a geografia e a vegetação celebram a paisagem portuguesa – de onde provém o verdadeiro Jardim Português. A reprodução de códigos da ecologia da paisagem portuguesa patente na escolha, consociação e localização das espécies vegetais, o diálogo entre a orla e a clareira, a construção do espaço com a luz mediterrânica e o copado das árvores, criam situações, “micropaisagens”, que nos são familiares, não só a nós, humanos, como à fauna silvestre que atrai.

Esta forma de trabalhar o lugar a partir das regras da paisagem é uma característica forte da escola de arquitetura paisagista portuguesa com raízes na escola alemã, e que atinge neste jardim o auge da sua expressão.

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