Percurso das orlas

O sentido de limite, de extremidade, de cercadura, é comum às várias designações que a palavra orla possui.

Enquanto os restantes percursos correspondem, na maior parte da sua extensão, aos que foram definidos no projeto inicial, este percurso é completamente novo; revela novos lugares e momentos que surgiram no contexto das novas intervenções de 2000.

Percorrer esta linha é retomar um habitat que ao Homem é familiar, pois, como Ribeiro Telles afirma, “nós somos um animal de orla”.

© Paula Côrte-Real
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa
© Márcia Lessa

De certa forma, é também experimentar um espaço de transição entre dois mundos antagónicos (mas) que se complementam. Linha de contacto entre a mata e a clareira, a orla é um mundo de contraste – entre luz e sombra, entre frescura e ardência, entre ver e ser visto, entre intimidade e sociabilidade – e de diversidade ecológica.
O percurso estende-se desde a entrada poente do jardim, defronte do palácio setecentista da Embaixada de Espanha, até ao portão, a Este, que se abre na Avenida Marquês Sá da Bandeira. A orla protetora do jardim acompanha-nos sempre. Umas vezes o percurso faz algumas incursões ao interior da orla, mas na maioria das vezes propõe a sua vivência exterior.

Estreitos caminhos secundários, pequenas lajes de granito, convidam-nos a embrenhar-nos nas zonas mais limítrofes do jardim. Junto ao limite norte, a orla que cresceu livremente ao longo dos últimos cinquenta anos deu lugar a uma mata pequena, mas bastante heterogénea em termos botânicos. Um prado suave, ondulante e colorido instala-se na clareira, sobre a cobertura do estacionamento subterrâneo, desde 2002. A sua composição florística, assim como as diferentes gramíneas e outras espécies herbáceas que constituem as manchas que enquadram o prado e nele penetram, dão-lhe uma mutação sazonal que nos dá a noção da passagem do tempo, não só ao longo do dia mas também ao longo do ano.

A estátua de Calouste Sarkis Gulbenkian, da autoria do mestre Leopoldo de Almeida, transferida para aqui aquando da construção do Centro de Arte Moderna, saúda quem entra na cidade pela Praça de Espanha.

TOSTÕES, Ana; CARAPINHA, Aurora; CORTE-REAL, Paula. Gulbenkian, Architecture and Landscape.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2013

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Atualização em 20 agosto 2019

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