Cica
Cycas revoluta
Família e descrição
Da família Cycadaceae, esta espécie apresenta um tronco ereto único, ramificado em cujo ápice aparece um penacho de folhas pinadas. O tronco é subterrâneo nas plantas jovens e aumenta com a idade podendo atingir, nos exemplares mais velhos (com mais de 50 anos), 6 a 7 m de altura.
Possui uma coroa de folhas verde escuras brilhantes coriácea com cerca de 20 cm de diâmetro e cerca de 1 m de comprimento.
A cica faz parte do grupo das gimnospérmicas, ou seja, não tem flores nem frutos.
As “flores” são, na verdade, folhas que tomaram a função de reprodução. São castanhas douradas, lanudas e situam-se no centro da planta. São produzidas pelas plantas adultas e produzem grandes sementes ovoides de 3-4 cm.
As raízes são coraloides, avermelhadas, com a aparência de coral e têm a particularidade estabelecem simbiose com Anabaena (uma bactéria fotossintética), o que permite fixar o nitrogénio atmosférico, contribuindo assim, tanto para a nutrição da própria planta como para o enriquecimento do solo.
Sendo uma planta dioica, as plantas macho produzem cones polínicos e as plantas fêmea grupos de megasporófilos. A polinização pode ser feita naturalmente por insetos ou artificialmente.
Origem e habitat
Sendo nativa do sul do Japão e China, habita espontaneamente zonas intertropicais e subtropicais,
As cicas dão-se bem em solos arenosos, bem drenados e com alguma matéria orgânica, em locais com boa exposição solar, embora tolerem bem a sombra.
Utilizações e curiosidades
Estima-se que esta planta existe no planeta há cerca de 200 milhões de anos, e por isso muitas vezes se diz que é um “fóssil vivo”. Existem registos fósseis de cicadófitas desde o Paleozóico, muita abundância de fósseis pertencentes à era Mesozóica e sobretudo durante o período Jurássico, também conhecido como “Idade das Cicadófitas”, o que demonstra que este género dominava a paisagem durante estas eras.
É uma planta extremamente tóxica ao nível do sistema gastrointestinal.
A Cycas revoluta é uma das cicadáceas mais usadas em jardins ao longo de todo o mundo, ao ar livre em climas temperados ou em estufa.
Atualmente existem cada vez menos cicadáceas em estado espontâneo, sobretudo pela destruição do seu habitat natural – florestas tropicais – encontrando-se algumas à beira da extinção.
Várias instituições possuem programas para a reprodução artificial de várias espécies, mas esse esforço é insuficiente, já que não assegura a diversidade genética das populações naturais.
A sua propagação pode ser realizada por semente (mediante adequados procedimentos) ou por enraizamentos dos rebentos que se formam no tronco.