Amieiro, fruto © Paula Côrte-Real

Amieiro

Alnus glutinosa

Família e descrição

Do género Alnus, o Amieiro é uma árvore de folha caduca, de tronco ereto e porte mediano que pode atingir os 25 metros de altura. Raramente ultrapassa os 120 anos de idade.

Tem uma copa pouco densa, de forma cónica, com o vértice agudo enquanto jovem, que passa a ser arredondado e irregular com a idade. Possui ramos sinuosos e a sua casca é cinzento-pardo.

As suas folhas são alternas, obovadas, com a margem serrada, de 4 a 10 centímetros de comprimento possuindo pelos amarelos nas axilas das nervuras.

As folhas e os gomos, quando jovens, são viscosos, tal como o seu nome glutinosa sugere.

É uma espécie monoica – com flores masculinas e femininas na mesma planta. As inflorescências iniciam o seu desenvolvimento no outono e completam-no na primavera seguinte. As flores masculinas formam amentilhos cilíndricos e compridos, pendentes. Quando os amentilhos tiverem libertado, por completo, todo o seu pólen desprendem-se da árvore. As inflorescências femininas, de cor vermelho-púrpura quando jovens, são agrupadas em pequenos amentilhos ovoides em grupos de três. Permanecem nos ramos depois da ocorrência da fecundação, transformando-se em pequenas pinhas lenhosas que contêm as sementes.

A frutificação é regular e abundante. Os frutos são ovoides, muito viscosos, castanho-violáceo.

Origem e habitat

Originária da Europa, Oeste da Ásia e Norte de África, é uma árvore espontânea em Portugal. Tem por habitat as zonas temperadas da Europa, bosques húmidos, margens de cursos de água, planícies e baixas montanhas até 1200 m de altitude. Em território nacional, o Amieiro pode ser encontrado por todo o país com prevalência na região norte e centro. Cresce em áreas de clima temperado húmido, nomeadamente junto aos cursos de água.

Os Amieiros, a partir das suas raízes, formam simbioses, ou seja, relações de benefício mútuo, com os actinomicetos – bactérias existentes no solo que têm a capacidade de captar o azoto existente no ar. Todas as espécies deste género têm nódulos nas raízes, formados por estas bactérias fixadoras de nitrogénio, o que origina, na sua envolvência, um solo rico em azoto.

É uma árvore de plena luz, sendo um dos principais constituintes dos bosques ripícolas. Exige solo rico em humidade de preferência ácido, pobre em calcário e de textura médio-compacta.

Utilizações e curiosidades

Esta árvore produz madeira de cor clara e homogénea, que, sob a ação do ar, após o corte, pode tender para o vermelho. A sua madeira, de baixa densidade e resistente à água, é muito utilizada na construção de guitarras, possuindo caraterísticas acústicas especiais. Esta madeira é também usada na construção de algum mobiliário e na defumação de peixe cru e seco.

Possui crescimento rápido, mas fraca longevidade, sendo resistente ao frio.

Propaga-se por semente, por estaca ou por mergulhia, rebentando também pela touça.

É uma espécie resistente à poluição urbana usada na arborização de terrenos encharcados e na constituição de sebes, já que aceita bem podas de conformação. As suas raízes impedem a erosão das margens dos cursos de água, fixando o terreno, evitando a construção de estruturas mais artificiais, além de abrigarem a fauna característica destes ecossistemas e permitirem a fixação de outras espécies espontâneas.

Para além das suas variadas propriedades medicinais, da sua casca extrai-se pigmento castanho e laranja que pode ser usado no tingimento de lã, algodão e seda. Outras partes da planta também são usadas para tingir, dando origem a outras cores.

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