Instalação das Hortas
Já estão plantadas e a crescer, na zona da esplanada do edifício da Coleção Moderna. Como se pode ver, os vários canteiros têm várias culturas.
O objetivo é trabalhar numa lógica de consociação de culturas, aproveitando todo o espaço disponível. Isto não só evita o aparecimento de plantas indesejadas como dissuade o ataque de potenciais pragas.
Alternámos entre culturas que se expandem, ocupando espaço na horizontal – morangueiros, alface, couves, espinafres, coentros, salsa, tomilho – e culturas que se expandem na vertical requerendo muito pouco espaço – cenouras, beterrabas, alho francês, feijão.
Também se plantaram culturas de raízes mais profundas, juntamente com culturas de raízes rasas, e culturas de crescimento em altura com culturas que requerem sombra parcial.
A ideia é otimizar o solo pois com isso aumentamos a produção e diminuímos o espaço disponível para o crescimento de ervas indesejáveis; ao mesmo tempo proporcionamos as condições favoráveis ao crescimento de cada planta.
Foram também associadas culturas de crescimento rápido e de crescimento mais lento, de modo que as de crescimento rápido sejam colhidas antes de as restantes amadurecerem.
Com este processo conseguimos diminuir o efeito de pragas que atacam só algumas espécies. Ao colocarmos plantas da mesma espécie separadas umas das outras por um conjunto de outras espécies de plantas aumentamos as barreiras contra a dispersão biológica de organismos de pragas.
Acresce ainda que algumas plantas, pelo seu perfume, afastam insetos que comummente atacam alguns legumes. Procurámos tirar partido destas caraterística, colocando como “sentinelas” plantas que são repelentes de pragas, como o alho francês e as ervas aromáticas que foram colocadas de forma a servirem de protetoras dos vizinhos (por exemplo, alho francês junto de alfaces, ou tomilho na proximidade da beringela).
Algumas plantas têm ainda a particularidade de proporcionar um habitat para variedades de insetos e organismos no solo aumentando a biodiversidade de predadores de insetos nocivos.
Com esta técnica tiramos partido dos fenómenos espontâneos da natureza, diminuindo a intervenção humana; conseguimos o máximo de produção possível com o mínimo de recursos, e diversificamos as colheitas, melhoramos o aproveitamento do solo, a eficiência dos nutrientes fornecidos ao solo, proporcionamos proteção contra adversidades do clima e pragas.