Tudo o que eu quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020
2021 / Itinerância Portugal, França
Longe vão os dias em que a formação em Belas-Artes garantia afinidade entre arte e arquitetura. Tanto uma disciplina como outra se libertaram das grilhetas da técnica e da forma para expandir o seu espectro de acção e incluir novos campos do conhecimento e estratégias de trabalho. Apesar dos caminhos independentes, tanto a construção como o desenho permanecem como categorias comuns e são ponto de encontro entre artistas e arquitetos. Desenho e construção reverberam entre si, ecoando as reverberações entre arte e arquitetura. Ao revelar as ambições da arte portuguesa ao longo de mais de um século, a exposição Tudo o que eu quero permite imaginar possibilidades em aberto nas práticas artísticas e arquitetónicas. Como é que ambos os campos se interligam? E como é que as suas aspirações impulsionam a transformação do ambiente construído? Nesta sessão, vão estar em debate as ressonâncias entre aproximações conceptuais e realizações materiais, inquirindo as relações entre construção e desenho como dois modos estruturantes das práticas da arte e arquitetura. A cultura contemporânea está a ser estimulada pelos impactos da indústria da construção. Há novos modos de construir que decorrem da combinação entre saberes artesanais e qualidades biológicas dos materiais, estratégias que se contrapõem ao ritmo industrializado da construção. A transformação das práticas construtivas está a mudar gradualmente as convenções e protocolos do projeto de arquitetura, a relação com o estaleiro de obra e, no limite, a linguagem e as formas da própria arquitetura. Essas transformações são intuídas e questionadas no campo da arte, no qual a representação da arquitetura tem as suas raízes históricas. Que reverberações continuamos a sentir quando arquitetos e artistas desenham e constroem? As conferências foram transmitidas em direto através do Facebook. [Texto adaptado do website da FCG]
2021 / Itinerância Portugal, França