Tudo o que eu quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020

Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia

Duas centenas de obras de quarenta artistas portuguesas, produzidas entre o início do século XX e os nossos dias, reuniram-se numa grande exposição, incluída no Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Esta exposição, com curadoria de Helena de Freitas, contribuiu para sublinhar a importância do reforço do modelo social europeu, cuja concretização passa também pelo combate às desigualdades e pela valorização da mulher-artista.

Partindo de um convite dirigido por Graça Fonseca a Helena de Freitas em 2019 – respetivamente, ministra da Cultura e curadora da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) ­– para conceber uma exposição dedicada a artistas-mulheres portuguesas, a mostra tinha como propósito integrar o conjunto de iniciativas do Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que viria a decorrer durante o primeiro semestre de 2021, e a Temporada Cruzada França-Portugal, a ter lugar em 2022. Nesse sentido, a primeira apresentação da exposição esteve prevista para as datas compreendidas entre 26 de fevereiro e 23 de maio de 2021, no Bozar, seguindo-se a sua itinerância para o Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, França, em 2022, e a posterior apresentação em Lisboa, entre 2022 e 2023.

Helena de Freitas, curadora sénior da FCG, encontrava-se em 2019 ao serviço da instituição na sua delegação em Paris, departamento no qual encontrou acolhimento imediato para o desenvolvimento e coordenação executiva deste projeto, estabelecendo-se assim a parceria entre a FCG e o Ministério da Cultura e as respetivas equipas envolvidas no propósito da organização da exposição. Ciente do enorme repto que tinha em mãos, a curadora convida ainda Bruno Marchand, atual programador e assessor de artes visuais da Culturgest, para ser seu cocurador neste desafio de conceber uma exposição que reunisse artistas portuguesas e que procurasse «inverter, contrariar ou reequilibrar o histórico apagamento a que as artistas mulheres e as suas produções estiveram desde sempre sujeitas» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25).

Com a chegada da pandemia, a mostra acabou por sofrer as contingências impostas pelas incertezas que se viviam, o que não só condicionou a sua preparação em diversos aspetos, como impeliu à procura de soluções expositivas alternativas, como no caso da apresentação exemplar da mostra na plataforma Google Arts & Culture. Além das sucessivas reconfigurações e adiamentos, a apresentação da exposição em Bruxelas foi cancelada pouco antes de inaugurar, na sequência de um incêndio que afetou parcialmente o espaço expositivo do Bozar. Embora irremediavelmente reduzido, o plano da mostra concretizou-se com amplo sucesso: a sua apresentação antecipada em Lisboa teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, entre 2 de junho e 23 de agosto de 2021, e a apresentação no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, França, deu-se entre 25 de março e 4 de setembro de 2022. A apresentação digital da exposição na plataforma da Google Arts & Culture deu-se a partir de 17 de junho de 2021 e é ainda hoje visitável (Google Arts & Culture \ All I Want. By Artist), o que, além dos já reconhecidos elementos que superam a natureza efémera própria das exposições, como o catálogo e outra documentação complementar, nos proporciona uma experiência de maior proximidade desta mostra.

Conceber uma exposição em torno da ideia de um discurso de reparação da historiografia da arte portuguesa centrado no género é um exercício – como seria com qualquer categoria identitária como pano de fundo, note-se – que comporta uma quantidade considerável de riscos. As armadilhas oferecem-se de modo muito palpável, desde logo enunciadas na formulação da premissa da exposição: a sublimação de dois denominadores comuns (ter nascido mulher e em Portugal) que em pouco tornará associáveis os distintos corpos de trabalho e a singularidade própria que cada artista encerra. Não necessariamente convergente num alinhamento de valores estéticos comuns, o sentido da apresentação de obras de arte baseado apenas na categoria do género e da nacionalidade poderia facilmente desvirtuar-se, estabelecendo-se num jogo de afinidades e tensões porventura artificial, forçado ou mesmo pouco pertinente.

A questão ideológica presente no mote da exposição não implica, contudo, uma noção desapropriada dos condicionalismos dos ímpetos expressivos individuais de cada artista, nem do valor intrínseco e autónomo de cada obra de arte, mas sim uma consciência, informada pela História, sobre o modo como os resultados dessa expressão – os objetos artísticos – se integraram (ou desapareceram) no seu meio próprio, são (ou foram) recebidos e percebidos, e submetidos a um juízo acerca do seu valor. Como afirmam os curadores da exposição no texto que assinam no catálogo que acompanha a mostra: «Os objetos artísticos, mesmo quando não tomam como tarefa primordial a representação da época em que foram produzidos, não deixam de conter em si uma resposta às condições específicas da sua produção.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25)

Neste caso concreto, e ainda que com noções muito esclarecidas acerca dos complexos problemas que borbulham em torno das questões trazidas para esta reflexão, importará não recear (mas conhecer) os riscos que inevitavelmente se revelarão, e abraçar o intuito sociológico e político que subjaz à proposta da mostra.

Não será certamente despropositado afirmar que a presença do notável livro, publicado entre 1948 e 1950, As Mulheres do Meu País, de Maria Lamas (e a própria referência à sua figura tutelar), na exposição venha enquadrar simbolicamente este mesmo lugar como um espaço político, sociológico, ideológico, é certo, mas dotado de uma imaginativa capacidade de articulação não ilustrativa, que procura ativamente desconstruir a ilusão do exercício expositivo como mero testemunho historiográfico, para lhe conferir um espaço ontológico. Outra nota simbólica que dá conta da natureza da mostra encontra-se implícita no seu título, «Tudo o que eu quero», inspirado pela obra La Vie, esquisse de quelques souvenirs, de 1977, de Lou Andreas-Salomé, figura central no campo da redefinição e reflexão do lugar das mulheres no espaço social, intelectual, sexual e amoroso.

Os dois curadores da mostra assinalaram também, ao longo do texto que assinam no catálogo que acompanha a mostra, os diversos caminhos que esta exposição não seguiu, fazendo a apologia da ausência de um conceito. No exercício desta curadoria, procurou evitar-se, por exemplo, «fazer da exposição um retrato do que é feminino, do que é português, e do que há de feminino na arte portuguesa» (Ibid.). Tentaram igualmente evitar-se os modelos da «exposição-salão», alheia a critérios e exaustiva na sua tentativa de ser o mais abrangente possível, e da «exposição gourmet» – utilizando uma expressão de Luísa Soares de Oliveira na sua crítica à mostra no Público –, apresentando simplesmente as artistas com os percursos mais consolidados (Público, 23 jul. 2021, p. 23).

A decisão de apresentar apenas artistas nascidas entre a década de 60 do século XIX e a década de 80 do século XX foi essencial na estipulação de critérios para encontrar equilíbrios necessários na exposição: revelou-se mais importante, por exemplo, poder mostrar mais do que uma obra de cada artista, e sobretudo poder mostrar a mesma artista com obras distintas em diferentes núcleos da exposição, do que mostrar um maior número de artistas. Aurélia de Sousa, Vieira da Silva, Ana Hatherly, Lourdes Castro, Salette Tavares, Armanda Duarte, Maria José Oliveira ou Ana Vieira são exemplos de algumas das artistas que vemos surgir em mais do que um espaço da exposição, proporcionando revelações descontínuas (no espaço e no tempo) ao visitante e tornando mais profundas e curiosas as relações entre as obras, para além de uma maior representatividade daquilo que são ou foram os singulares percursos das artistas ao longo da sua realização artística.

Verificou-se também o cuidado da curadoria na escolha sólida e diversa das artistas que figuraram na exposição, nomeadamente do ponto de vista dos equilíbrios geracionais, dos diferentes níveis de reconhecimento nacional e internacional, dos seus percursos variados, nos quais produziram e experimentaram, de forma contínua ou mais dinâmica, as diversas disciplinas patentes na exposição – pintura, escultura, desenho, cerâmica, fotografia, livro, vídeo, instalação. Assim, tanto podemos encontrar artistas com um percurso de inegável consagração internacional, como Maria Helena Vieira da Silva, Helena Almeida, Paula Rego, Lourdes Castro ou Joana Vasconcelos, como também artistas cujo trabalho, pelos mais diversos motivos, não foi visitado de modo tão continuado, quer pelas próprias, como no caso de Maria Antónia Siza ou de Sarah Affonso, quer por outros, como no caso de Rosa Carvalho, Joana Rosa, Patrícia Garrido ou Ana León.

A estratégia dos dois curadores, na seleção das duzentas obras produzidas entre 1900 e 2020 por quarenta artistas, passou, portanto, pela tentativa de encontrar, de todos os modos, um estreito equilíbrio de critérios, estabelecendo como prioridade as próprias obras e o lugar que as mesmas reclamam: «O caminho que adotámos é bem distinto: construir uma exposição com obras de inegável relevância histórica e artística; uma exposição, além do mais, cujo roteiro se escreva não através da imposição de uma narrativa extrínseca às peças que nela participam, mas antes na base da articulação cuidada e atenta das suas distintas naturezas artística, formal ou discursiva.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25)

Com efeito, não foram critérios cronológicos, geracionais ou disciplinares que ditaram a organização da exposição; pelo contrário, era possível observar, nos espaços ocupados ao longo da Galeria Principal do edifício Sede da FCG e da Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian (MCG) e dos respetivos átrios, um cruzamento disciplinar, temático, discursivo e temporal integrado das obras, elas mesmas condutoras dos núcleos temáticos que guiavam o visitante, sem tornar rígida a sua circulação.

O ponto de partida fundador da exposição foi o Autorretrato de Aurélia de Sousa, de 1900. A obra carrega consigo o gesto da autoafirmação artística feminina, através da materialização pictórica da autorrepresentação, tão característica da artista. Foi precisamente sobre este gesto primordial, a vontade de afirmação artística, que foi traçada a direção central da exposição: que imagem quer a mulher projetar de si? De que modo o faz «perante os sistemas de consagração dominantes: o olhar, o corpo (o seu corpo, o corpo dos outros, o corpo político), o espaço e o modo como o ocupam (a casa, a natureza, o atelier), a forma como cruzam fronteiras disciplinares (a pintura e a escultura, naturalmente, mas também o vídeo, a performance, o som) ou a determinação com que avançam na utopia de uma construção transformadora, de si mesmas e daquilo que as rodeia» (Tudo o que eu quero [folha de sala], 2021, p. 3). Mais concretamente, a exposição permitia uma transição fluida entre os seguintes núcleos temáticos: «O Lugar da Artista»; «Feminino Plural»; «O Olhar»; «A Palavra»; «O Espaço da Escrita»; «Construção»; «Le Vivant»; «A Casa»; «O Político»; «Memórias Coletivas»; «Quotidiano Vernacular», «O Teatro do Corpo» e «Ouve-me».

Se no ponto de partida metafórico da exposição, no coração da Galeria de Exposições Temporárias do MCG, encontramos desde logo o confronto entre o Autorretrato de 1900 de Aurélia de Sousa e o olhar caleidoscópico, múltiplo e modernista de Vieira da Silva, através da obra La Scala ou Les Yeux, de 1937, não podemos deixar de nos surpreender com a presença, entre as obras anteriores, de uma vitrina com diversos objetos em cerâmica de Rosa Ramalho, numa associação livre entre a erudição e o popular. Contudo, é na entrada da galeria (já depois de passar pelo notável painel de azulejos recuperado para a mostra de Maria Keil disposto no átrio) que encontramos um dos mais interessantes e ambiciosos diálogos da exposição: o jogo de presença e ausência estabelecido através dos fortíssimos autorretratos de Aurélia de Sousa e das pinturas de Rosa Carvalho, estas últimas evocativas de obras de referência histórica, nas quais a presença da mulher, habitual objeto da representação pictórica, se encontra subtraída. O jogo sobre a passagem da figura da mulher de objeto a sujeito é particularmente bem articulado neste núcleo, que conta também com obras de Armanda Duarte, a performativa escultura cabeça, tronco e membros, de 2012, e a pequena e sensível pintura de Vieira da Silva Moi, réfléchissant sur la peinture, de 1936-37, completando a síntese do programa curatorial presente em toda a mostra e aqui denominado sugestivamente como «O Lugar da Artista».

As figuras grotescas e coloridas de Rosa Ramalho pulsavam na sua tridimensionalidade e procuravam a sala seguinte, ecoando nas figuras expressionistas dos desenhos de Maria Antónia Siza e nas esculturas da série O prazer é todo meu, de 1994, de Patrícia Garrido, contrastantes com a delicadeza e a melancolia das figuras de Milly Possoz e de Ofélia Marques expostas em frente. A cor, as formas, o movimento e os temas interligavam-se e davam lugar também à integração da pintura com carga erótica sem título, de 1974, de Maria José Aguiar e de duas obras de referencial iconográfico feminino de Ana Vidigal, numa articulação temática bem conseguida entre o erotismo, o grotesco e a subtileza, neste núcleo denominado «Feminino Plural».

Os retratos de Sarah Affonso surgiam ao lado de pinturas de Vieira da Silva, ambas revelando a qualidade pictórica e do traço adquiridos em Paris (em épocas distintas) e o olhar atento (particular no seu estilo) e generoso que depositavam no mundo que as rodeava e que representavam. Esta zona da exposição terminava com uma transição concentrada num desenho caligráfico de Vieira (A Fernando Pessoa, de 1974), que abria espaço à escrita na sua dimensão visual, com os trabalhos da mesma natureza de Ana Hatherly, e à poesia visual de Salette Tavares, às assemblages de Lourdes Castro, às instalações de Inês Botelho e de Luísa Cunha, e ao modo como nestas obras a palavra se estrutura como libertação pessoal e artística e dá lugar ao jogo visual, como forma, como desenho, como prescrição e como força repressiva (no caso da repetição sonora de Senhora!, de Luísa Cunha).

Este núcleo, que refletia sobre «A Palavra», atravessava o espaço da FCG, deslizando, física e tematicamente, para o espaço da galeria do edifício Sede, onde víamos surgir o núcleo «O Espaço da Escrita», numa associação em grande escala entre os doodles de Joana Rosa e os desenhos de Isabel Carvalho, e, de novo, Salette Tavares, com uma das mais significativas obras de poesia concreta produzidas em Portugal: Ourobesouro, de 1965.

O sentido do espaço enunciado neste núcleo adquire fulgor tridimensional no seguinte, através das instalações de Fernanda Fragateiro e de Ângela Ferreira, obras que carregam um referencial iconográfico de forte relação com o objeto e com os elementos construtivos e arquitetónicos, bem como um imaginário ideológico fortemente comprometido com as questões sociológicas, ecológicas e políticas que têm emergido no mundo da arte contemporânea. Este referencial temático da ecologia encontrava-se também anunciado no núcleo que se lhe seguia, Le Vivant, na feliz associação entre os trabalhos de Gabriela Albergaria, as belíssimas explorações de contornos e sombras do mundo natural de Lourdes Castro e nas florestas de Maria Capelo.

Como a palavra, também a casa, como espaço físico, emocional e visual, estabelece um lugar dicotómico, entre a liberdade e os sistemas opressivos. As ramificações contrastantes presentes neste imaginário estabelecem-se entre a tensão e a expansão, entre a ideia de exterior e de interior, de segurança e de perigo, refletidas neste núcleo em maior literalidade e com humor nas obras de Ana Vieira e de Patrícia Garrido, ou com maior simbolismo, como no caso de Maria José Oliveira, com a obra Sistema Vascular e Coluna Vertebral, de 2004, pontuadas pela presença de Aurélia de Sousa e de Armanda Duarte, pairando já desde o primeiro núcleo da exposição.

O núcleo do «Político» surgia através das conhecidas assemblages de Ana Hatherly, As Ruas de Lisboa (Inv. 91P743 e Inv. 91P745), de 1977, das bandeiras das lutas sindicais de Carla Filipe e nas esculturas da série Vertebrados e Invertebrais, de 2007, de Susanne Themlitz, em capazes associações de escala e de cor. À parte, mas integradas neste núcleo, numa disposição museográfica curiosa, como zona de intimidade, as pinturas de Graça Morais mostravam-se carregadas de violência e de sensibilidade.

Os filmes de Filipa César e de Grada Kilomba surgiam na proximidade da presença simbólica da projeção das páginas do já referido livro de Maria Lamas (do qual também se expunha um exemplar), num conjunto que procurava desconstruir, de diferentes modos e em cronologias bem distintas, as estruturas sócio-historiográficas assentes na ilusão de um ideário narrativo que perpetuava (e perpetua) a ignorância e o esquecimento da história da violência social, nacional, colonial, dos preconceitos morais, raciais e sexuais tão presentes na realidade portuguesa e europeia.

Se o fantasma dos quarenta e um anos de ditadura portuguesa emergia no núcleo anterior; no seguinte, eram a cor e o movimento os denominadores comuns que reuniam Lourdes Castro, Sónia Almeida, Joana Vasconcelos e Patrícia Almeida. A libertação é patente nos dispositivos formais de cada obra, e a temática leve e humorística destas dinâmicas associações trazem consigo uma atmosfera de silly season, sem, contudo, lhe subtrair uma reflexão crítica subjacente.

Numa das mais interessantes associações da exposição, vemos surgir Paula Rego e Menez, pontuadas, uma vez mais, por Aurélia de Sousa, no seu autorretrato travestida como Santo António, gesto muito familiar (aliás) a Paula Rego, aqui mostrado com a tela A Mãe (Inv. 98P605), de 1997. Neste núcleo, denominado «O Teatro do Corpo», são expressas de modo declarado a força, a libertação, a resistência e a violência de Paula Rego, nomeadamente com a célebre trilogia Vanitas (Inv. 06P1372), de 2006, enquanto em Menez a temperatura é delicada, onírica, íntima e vulnerável, reclamando um espaço concreto e sugestivo, o ateliê. Embora aconteça ao longo de toda a exposição, neste núcleo sai reforçada uma sensação clara: estas obras poderiam ter sido facilmente integradas noutros espaços da exposição, nomeadamente naqueles que refletem os imaginários da casa, do olhar e do espelho, do lugar da artista, ou do feminino plural. As obras ecoam ainda na memória do percurso da exposição e assim se cumpre a curadoria pretendida. Como afirmam os curadores: «A imagem que melhor nos serviu para descrever a articulação destas obras é […] a de um perpétuo deslizamento: um deslizamento semântico, conceptual, alegórico ou formal.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 27)

Helena Almeida e Ana Vieira encerravam a exposição num núcleo que ensaiava a própria metamorfose ou a aglutinação num só corpo de obra e artista, objeto e sujeito, numa busca desesperada pela realização expressiva individual: o imperativo de ser visto, descoberto e percebido, fundado na permanente chama existencial.

Nos dois átrios do edifício Sede da FCG, podíamos ainda completar a visita com a descoberta do já mencionado painel de azulejos de Maria Keil, encomendado especificamente para a exposição; com um colossal lustre de Joana Vasconcelos, disposto na zona da escadaria central, A Noiva, e, na zona da bilheteira, a associação assente na luz entre as esculturas de Fernanda Fragateiro e Clara Menéres.

Luísa Soares de Oliveira manifesta de modo entusiástico, na sua crítica no Público, aquilo que se encontra na génese de uma iniciativa amplamente bem-sucedida: «Diga-se logo de entrada: a montagem desta exposição é excepcionalmente boa. Os curadores, Helena de Freitas […] e Bruno Marchand […] puseram aqui em prática não apenas o que décadas de experiência em curadorias e montagens de exposições lhes ensinaram, mas também o resultado visível do conhecimento íntimo, familiar mesmo, com cada obra, cada artista, cada prática elencada na selecção dos 40 nomes que estão incluídos neste “Tudo o que eu quero”.» (Público, 23 jul. 2021, p. 23)

A apresentação da exposição em Tours, França, no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, edifício projetado pelos arquitetos portugueses Manuel e Francisco Aires Mateus, sofreu, naturalmente, reconfigurações na sua adaptação ao espaço, e contou com ausências e adições em relação à mostra apresentada em Lisboa, sem que tenha existido, todavia, alteração à seleção de artistas apresentadas. O espírito subjacente à génese da exposição manteve-se: devolver a merecida visibilidade à produção notável das artistas portuguesas, reforçada pela extensão da sua divulgação em França.

O catálogo, outro enorme empreendimento deste projeto, foi concebido no mesmo espírito de pluralidade da exposição e foi, dado o seu amplo sucesso, reimpresso. Carregada de uma ambiciosa vontade de conhecimento, a publicação com duas edições bilingues (português/francês) e (português/inglês), conta com os elementos enumerados em seguida:

1. Notas de apresentação de todos os agentes institucionais envolvidos em funções à data da primeira edição da mostra: Graça Fonseca, ministra da Cultura; Isabel Mota, presidente do Conselho de Administração da FCG; Sophie Lauwers, diretora de exposições do Bozar; Isabellle Reiner, diretora do Centre de Création Contemporaine Olivier Debré; Duarte Azinheira, diretor editorial de cultura da Imprensa Nacional-Casa da Moeda; Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD.

2. Texto assinado pelos dois curadores da mostra: Helena de Freitas e Bruno Marchand, com o título «Tudo o que eu quero».

3. Quarenta textos inéditos, encomendados para a publicação, sobre cada uma das artistas representadas na mostra, da autoria de diversos especialistas da área – historiadores, curadores e críticos de arte, a saber: Afonso Ramos, Ana Cristina Cachola, André Silveira, Anne Bonnin, Catarina Alfaro, Catarina Rosendo, Corinne Diserens, Delfim Sardo, Emília Ferreira, Emília Tavares, Emily Watlington, Fábio Cipriano, Hugo Dinis, Isabel Carlos, Jeanette Zwingenberger, João Pinharanda, João Silvério, Julie Crenn, Laura Castro, Leonor Nazaré, Luísa Soares de Oliveira, Maria de Aires Silveira, Maria do Mar Fazenda, Maria João Ortigão, Marta Soares, Miguel von Hafe Pérez, Nkule Mabaso, Nuno Faria, Paulo Pires do Vale, Raquel Henriques da Silva, Raquel Schefer, Sérgio Mah e Tomás Maia.

4. Lista de obras detalhada e bibliografia selecionada.

A inscrição mediática da exposição foi bastante considerável, registando-se 144 menções nos media em Portugal e cerca de 50 em França durante o tempo da apresentação da exposição em cada um dos países. A receção crítica da mostra foi, na sua maioria, muitíssimo favorável, tendo sido atribuída a pontuação máxima da crítica especializada em periódicos diversos, aspeto que sai reforçado pelo destaque consagrado à exposição quando a mesma foi eleita uma das dez melhores do ano pelos jornais Expresso e Público, segundo a seleção de Celso Martins, Luísa Soares de Oliveira e Nuno Crespo.

Na imprensa portuguesa, destacam-se diversos artigos, a saber: «Arte no feminino. Um longo filão de prodígios», de Maria João Fernandes, no JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias; o já mencionado artigo de Luísa Soares de Oliveira no Público, «Nem gourmet, nem salão»; a crítica de Celso Martins «O Múltiplo Feminino», no Expresso; o tocante texto de Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo da FCG, no Diário de Notícias, com o título «… É espaço, e nada mais»; e ainda a crítica de Isabel Salema, «Uma exposição para inverter o lugar das mulheres na arte portuguesa», no Público. De um modo geral, são mencionados como aspetos menos favoráveis da exposição a ausência de alguns nomes estabelecidos no panorama português, como Leonor Antunes, Ana Jotta ou Emília Nadal, e, nalguns casos, como na crítica de Diogo Vaz Pinto no Jornal i ou a crítica de Carolina Franco no Gerador, assinalam-se descontentamentos acerca da dificuldade da conjugação das premissas identitárias ao exercício expositivo em si, ou acerca das limitações do próprio vocabulário das questões abrangentes sobre as quais a mostra não se escusa de pensar.

Na imprensa francesa, a inscrição crítica foi bastante favorável, incluindo artigos no The Art Newspaper, com o título «Les artistes portugaises à l’honneur au CCC OD à Tours», ou no Le Figaro, «Tours: les artistes portugaises prennent le pouvoir», entre outros, destacando-se aqui duas passagens publicadas, respetivamente, no The Gaze of a Parisienne e no Journal des Arts:

«Une visite qui se fait comme un voyage à travers le paysage artistique portugais sur plus d'un siècle, montrant l'évolution, la présence de ces artistes femmes, certaines oubliées font leur apparition et s'inscrivent pour toujours dans l'histoire de l'art. (+) La nationalité portugaise devient un prétexte, on se rend compte que cette artiste aurait pu vivre dans de nombreux pays. Chez elles, une liberté de ton, de forme, sans tabou, elles innovent et clament leur présence féminine, prenant place dans ce monde masculin.» [Uma visita que é como uma viagem pelo panorama artístico português ao longo de mais de um século, mostrando a evolução e a presença destas mulheres artistas, algumas das quais foram esquecidas e estão agora inscritas na história da arte para sempre. (+) A nacionalidade portuguesa torna-se um pretexto: percebemos que esta artista poderia ter vivido noutros países. Assim, numa liberdade de tom, de forma, sem tabus, elas inovam e proclamam a sua presença feminina, tomando lugar neste mundo masculino.]

«C'est d'une part la première fois qu'un regard est ansi posé sur l'art portugais, faisant apparaître une scène artistique féminine indéniablement importante tout au long du siècle, ce qui n'est pas une mince affaire.» [De certa forma, é a primeira vez que a arte portuguesa é examinada assim, revelando um panorama artístico feminino inegavelmente importante ao longo do século, que não é de se ignorar.]

A exposição contou com variadas iniciativas de programação complementar, como a performance A obra sou eu! Apaga-me se quiseres, da autoria de Gonçalo Barriga, no espaço da própria mostra, das quais existe registo fotográfico. Além das inúmeras visitas espacializadas organizadas pelo Serviço Educativo, destacam-se seguidamente as conversas com transmissão em direto no site da FCG, organizadas no âmbito da mostra: «Como se fez “Tudo o que eu quero”?», com Helena de Freitas e Bruno Marchand; «Arte e Arquitectura: Reverberações entre Desenho e Construção», com Ângela Ferreira e Patrícia Barbas e «Desenhar», com Maria Capelo e SAMI-arquitectos (Inês Vieira da Silva & Miguel Vieira), com moderação de André Tavares; e ainda «Ensinaram-me a ler / aprendi a ver»: conversa em torno da obra de Salette Tavares».

É também possível, atualmente, aceder no site do CAM, ou na secção multimédia desta página, aos curtos vídeos com depoimentos de Djaimilia Pereira de Almeida, Sofia Guedes Vaz, Frederico Delgado Rosa, Idalina Conde e de Doris von Drathen, convidados pela FCG a refletir sobre a natureza da exposição «Tudo o que eu quero».

No âmbito da mostra, foram adquiridas para a Coleção do CAM duas pinturas sem título (Inv. 21P1951 e Inv. 21P19529), de Maria Capelo, a escultura Rotação a 19 graus, translação e prumo (Inv. 21E1954), de Inês Botelho, e completou-se a trilogia World of Illusions, de Grada Kilomba, com a aquisição de Illusions volume II e III (Inv. 21IM108 e Inv. 21IM109).

A exposição, com entrada gratuita, contou com 34 998 visitantes em Portugal e 23 293 visitantes em França, e com 59 828 visitas online.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

As Ruas de Lisboa

Ana Hatherly (1929-2015)

As Ruas de Lisboa, Inv. 91P743

As Ruas de Lisboa

Ana Hatherly (1929-2015)

As Ruas de Lisboa, Inv. 91P745

Da Servidão Humana 1997

Ana Hatherly (1929-2015)

Da Servidão Humana 1997, Inv. GP1169

Escrita Descendente

Ana Hatherly (1929-2015)

Escrita Descendente, Inv. 04DP2001

Only you

Ana Hatherly (1929-2015)

Only you, (2001) / Inv. 03DP1844

Lapis Cognitionis

Clara Menéres (1943-2018)

Lapis Cognitionis, 1987 / Inv. 88E906

Expectativa de uma paisagem de acontecimentos #3

Fernanda Fragateiro (1962)

Expectativa de uma paisagem de acontecimentos #3, Inv. 09E1599

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions)

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM108

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions)

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM109

Ouve-me

Helena Almeida (1934-2018)

Ouve-me, Inv. IM13

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP365

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP366

Rotação a 19 graus, translação e prumo

Inês Botelho (1977)

Rotação a 19 graus, translação e prumo, Inv. 21E1954

Doodles (Fragmentos)

Joana Rosa (1959-)

Doodles (Fragmentos), 1991/1998 / Inv. 94DP1719

Caixa Azul

Lourdes Castro (1930-2022)

Caixa Azul, Inv. 99E808

Caixa madeira

Lourdes Castro (1930-2022)

Caixa madeira, Inv. 99E809

Letras e duas casas

Lourdes Castro (1930-2022)

Letras e duas casas, Inv. 10P1622

Letras e Pente

Lourdes Castro (1930-2022)

Letras e Pente, Inv. 10P1623

Sombra Projectada de Christa Maar

Lourdes Castro (1930-2022)

Sombra Projectada de Christa Maar, Inv. 83P567

Sombra Projectada de Marta Minujín

Lourdes Castro (1930-2022)

Sombra Projectada de Marta Minujín, Inv. 10P1624

Hello!

Luísa Cunha (1949-)

Hello!, Inv. 10E1630

Senhora!

Luísa Cunha (1949-)

Senhora!, Inv. 13E1746

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4458

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4465

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4468

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4469

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18TXP9

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4457

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4467

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4464

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, anos 60 / Inv. 18DP4466

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4470 a-b

Composition

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

Composition, Inv. 78PE99

História Trágico-Marítima ou Naufrage

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

História Trágico-Marítima ou Naufrage, Inv. 78PE97

Sem Título

Maria José Aguiar (1948- )

Sem Título, 1974 / Inv. 75P713

Auto-retrato

Maria José Oliveira (1943-)

Auto-retrato, 1980 / Inv. 17E1845

"Étude de fillettes à la fenêtre"

Mily Possoz (1888-1968)

"Étude de fillettes à la fenêtre", Inv. GP839

"Étude de Garçonnet"

Mily Possoz (1888-1968)

"Étude de Garçonnet", Inv. GP830

"Fillette aux Manderines"

Mily Possoz (1888-1968)

"Fillette aux Manderines", Inv. GP828

"Petites filles aux provisions"

Mily Possoz (1888-1968)

"Petites filles aux provisions", Inv. GP833

"Rêverie"

Mily Possoz (1888-1968)

"Rêverie", Inv. GP840

"Trois jeunes filles dans un paysage"

Mily Possoz (1888-1968)

"Trois jeunes filles dans un paysage", Inv. GP835

s/título

Mily Possoz (1888-1968)

s/título, Inv. DP55

sem título

Mily Possoz (1888-1968)

sem título, Inv. GP841

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP51

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP53

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP49

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP656

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. 80DP624

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP630

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP631

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP652

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP643

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP637

Mother

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Mother, Inv. 98P605

Vanitas

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Vanitas, Inv. 06P1372

Efes

Salette Tavares (1922-1994)

Efes, 1963 / Inv. 15GP2799

Retrato de Matilde

Sarah Affonso (1899-1983)

Retrato de Matilde, Inv. 83P637

Retrato de Tagarro e Waldemar da Costa

Sarah Affonso (1899-1983)

Retrato de Tagarro e Waldemar da Costa, Inv. 83P1109

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions)

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM108

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions)

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM109

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP365

Rotação a 19 graus, translação e prumo

Inês Botelho (1977)

Rotação a 19 graus, translação e prumo, Inv. 21E1954


Eventos Paralelos

Performance

A obra sou eu! Apaga-me se quiseres

23 jul 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Cerimónia oficial

Assinatura de Protocolo com Estado Português

6 dez 2019
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Salão de Honra
Lisboa, Portugal
Cerimónia oficial

Visita dos Ministros da Cultura da União Europeia

17 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

Ensinaram-me a Ler / Aprendi a Ver. Conversa em torno da obra de Salette Tavares

7 jul 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Ciclo de conferências

Arte e Arquitectura. Reverberações entre Desenho e Construção

17 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

Como se fez Tudo o que eu Quero?

9 jun 2021
Online
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Conversa com os Curadores Helena Freitas e Bruno Marchand

4 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Tudo o que eu Quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020

jun 2021 – ago 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Mulheres no Espaço Público. Um Percurso pela Obra de Maria Keil

jun 2021 – ago 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas (à esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Graça Fonseca (à esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Graça Fonseca
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas, Graça Fonseca e Isabel Mota (da esq. para a dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. José Neves Adelino e Graça Fonseca (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. José Neves Adelino e Graça Fonseca (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição.
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição.
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Ângela Ferreira (atrás), Isabel Mota (ao centro), Guilherme d´Oliveira Martins e José Neves Adelino (da esq. para a dir.)
Jorge Torres Pereira, Pedro Cabrita Reis, Nuno Vassallo e Silva e João Pinharanda (da esq. para a dir.)
Bruno Marchand, Nuno Vassallo e Silva, João Pinharanda e Guilherme d´Oliveira Martins (da esq. para a dir.)
Guilherme d´Oliveira Martins
Bruno Marchand e Helena de Freitas
Miguel Magalhães, Helena de Freitas, Guilherme d´Oliveira Martins, José Neves Adelino, Graça Fonseca e Emílio Rui Vilar (da esq. para a dir.)
Emílio Rui Vilar (à esq) e Graça Fonseca (à dir.)
Miguel Magalhães, Benjamin Weil e José Neves Adelino (da esq. para a dir.)
Graça Fonseca (á esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Benjamin Weil, Isabel Mota e António Costa (da esq. para a dir.)
Isabel Mota, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Bruno Marchand, Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Graça Fonseca, Helena de Freitas, António Costa e Bruno Marchand (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas, Graça Fonseca, Isabel Mota e Emílio Rui Vilar (da esq. para a dir.)
Helena de Freitas, Fernanda Tadeu, António Costa e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Helena de Freitas, Fernanda Tadeu e António Costa (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (frente, da esq. para a dir.)
Emílio Rui Vilar (à frente), Bruno Marchand (atrás), Graça Fonseca, Helena de Freitas, Fernanda Tadeu e Guilherme d´Oliveira Martins (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas, Graça Fonseca, e Bruno Marchand (da esq. para a dir.)
Isabel Mota
Graça Fonseca
António Costa

Multimédia


Documentação


Periódicos


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa

Conjunto de documentos relacionados com a exposição (Lisboa e Tours), e eventos associados. Contém documentos textuais, fotográficos e multimédia. 2021 – 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 325422

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 2021 – 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 349422

Coleção fotográfica, cor: performance «A Obra sou Eu. Apaga-me se Puderes!» (FCG, Lisboa) 2021

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 397252

Coleção fotográfica, cor: assinatura do protocolo (FCG, Lisboa) 2019

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 388320

Coleção fotográfica, cor: inauguração (CCC OD, Tours) 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 395608

Coleção fotográfica, cor: aspetos (CCC OD, Tours) 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 395792

Coleção fotográfica, cor: aspetos (CCC OD, Tours) 2022

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