Tudo o que eu quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020

Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia

Duas centenas de obras de quarenta artistas portuguesas, produzidas entre o início do século XX e os nossos dias, reuniram-se numa grande exposição, incluída no Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Esta exposição, com curadoria de Helena de Freitas, contribuiu para sublinhar a importância do reforço do modelo social europeu, cuja concretização passa também pelo combate às desigualdades e pela valorização da mulher-artista.
Two hundred works of art by forty female Portuguese artists, produced between the beginning of the 20th century and the present day, were brought together in this major exhibition, part of the Cultural Programme to mark the Portuguese presidency of the Council of the European Union. The exhibition, curated by Helena de Freitas, helped underscore the importance of strengthening the European social model, which involves fighting inequality and celebrating women artists.

Partindo de um convite dirigido por Graça Fonseca a Helena de Freitas em 2019 – respetivamente, ministra da Cultura e curadora da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) ­– para conceber uma exposição dedicada a artistas-mulheres portuguesas, a mostra tinha como propósito integrar o conjunto de iniciativas do Programa Cultural da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que viria a decorrer durante o primeiro semestre de 2021, e a Temporada Cruzada França-Portugal, a ter lugar em 2022. Nesse sentido, a primeira apresentação da exposição esteve prevista para as datas compreendidas entre 26 de fevereiro e 23 de maio de 2021, no Bozar, seguindo-se a sua itinerância para o Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, França, em 2022, e a posterior apresentação em Lisboa, entre 2022 e 2023.

Helena de Freitas, curadora sénior da FCG, encontrava-se em 2019 ao serviço da instituição na sua delegação em Paris, departamento no qual encontrou acolhimento imediato para o desenvolvimento e coordenação executiva deste projeto, estabelecendo-se assim a parceria entre a FCG e o Ministério da Cultura e as respetivas equipas envolvidas no propósito da organização da exposição. Ciente do enorme repto que tinha em mãos, a curadora convida ainda Bruno Marchand, atual programador e assessor de artes visuais da Culturgest, para ser seu cocurador neste desafio de conceber uma exposição que reunisse artistas portuguesas e que procurasse «inverter, contrariar ou reequilibrar o histórico apagamento a que as artistas mulheres e as suas produções estiveram desde sempre sujeitas» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25).

Com a chegada da pandemia, a mostra acabou por sofrer as contingências impostas pelas incertezas que se viviam, o que não só condicionou a sua preparação em diversos aspetos, como impeliu à procura de soluções expositivas alternativas, como no caso da apresentação exemplar da mostra na plataforma Google Arts & Culture. Além das sucessivas reconfigurações e adiamentos, a apresentação da exposição em Bruxelas foi cancelada pouco antes de inaugurar, na sequência de um incêndio que afetou parcialmente o espaço expositivo do Bozar. Embora irremediavelmente reduzido, o plano da mostra concretizou-se com amplo sucesso: a sua apresentação antecipada em Lisboa teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, entre 2 de junho e 23 de agosto de 2021, e a apresentação no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, em Tours, França, deu-se entre 25 de março e 4 de setembro de 2022. A apresentação digital da exposição na plataforma da Google Arts & Culture deu-se a partir de 17 de junho de 2021 e é ainda hoje visitável (Google Arts & Culture \ All I Want. By Artist), o que, além dos já reconhecidos elementos que superam a natureza efémera própria das exposições, como o catálogo e outra documentação complementar, nos proporciona uma experiência de maior proximidade desta mostra.

Conceber uma exposição em torno da ideia de um discurso de reparação da historiografia da arte portuguesa centrado no género é um exercício – como seria com qualquer categoria identitária como pano de fundo, note-se – que comporta uma quantidade considerável de riscos. As armadilhas oferecem-se de modo muito palpável, desde logo enunciadas na formulação da premissa da exposição: a sublimação de dois denominadores comuns (ter nascido mulher e em Portugal) que em pouco tornará associáveis os distintos corpos de trabalho e a singularidade própria que cada artista encerra. Não necessariamente convergente num alinhamento de valores estéticos comuns, o sentido da apresentação de obras de arte baseado apenas na categoria do género e da nacionalidade poderia facilmente desvirtuar-se, estabelecendo-se num jogo de afinidades e tensões porventura artificial, forçado ou mesmo pouco pertinente.

A questão ideológica presente no mote da exposição não implica, contudo, uma noção desapropriada dos condicionalismos dos ímpetos expressivos individuais de cada artista, nem do valor intrínseco e autónomo de cada obra de arte, mas sim uma consciência, informada pela História, sobre o modo como os resultados dessa expressão – os objetos artísticos – se integraram (ou desapareceram) no seu meio próprio, são (ou foram) recebidos e percebidos, e submetidos a um juízo acerca do seu valor. Como afirmam os curadores da exposição no texto que assinam no catálogo que acompanha a mostra: «Os objetos artísticos, mesmo quando não tomam como tarefa primordial a representação da época em que foram produzidos, não deixam de conter em si uma resposta às condições específicas da sua produção.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25)

Neste caso concreto, e ainda que com noções muito esclarecidas acerca dos complexos problemas que borbulham em torno das questões trazidas para esta reflexão, importará não recear (mas conhecer) os riscos que inevitavelmente se revelarão, e abraçar o intuito sociológico e político que subjaz à proposta da mostra.

Não será certamente despropositado afirmar que a presença do notável livro, publicado entre 1948 e 1950, As Mulheres do Meu País, de Maria Lamas (e a própria referência à sua figura tutelar), na exposição venha enquadrar simbolicamente este mesmo lugar como um espaço político, sociológico, ideológico, é certo, mas dotado de uma imaginativa capacidade de articulação não ilustrativa, que procura ativamente desconstruir a ilusão do exercício expositivo como mero testemunho historiográfico, para lhe conferir um espaço ontológico. Outra nota simbólica que dá conta da natureza da mostra encontra-se implícita no seu título, «Tudo o que eu quero», inspirado pela obra La Vie, esquisse de quelques souvenirs, de 1977, de Lou Andreas-Salomé, figura central no campo da redefinição e reflexão do lugar das mulheres no espaço social, intelectual, sexual e amoroso.

Os dois curadores da mostra assinalaram também, ao longo do texto que assinam no catálogo que acompanha a mostra, os diversos caminhos que esta exposição não seguiu, fazendo a apologia da ausência de um conceito. No exercício desta curadoria, procurou evitar-se, por exemplo, «fazer da exposição um retrato do que é feminino, do que é português, e do que há de feminino na arte portuguesa» (Ibid.). Tentaram igualmente evitar-se os modelos da «exposição-salão», alheia a critérios e exaustiva na sua tentativa de ser o mais abrangente possível, e da «exposição gourmet» – utilizando uma expressão de Luísa Soares de Oliveira na sua crítica à mostra no Público –, apresentando simplesmente as artistas com os percursos mais consolidados (Público, 23 jul. 2021, p. 23).

A decisão de apresentar apenas artistas nascidas entre a década de 60 do século XIX e a década de 80 do século XX foi essencial na estipulação de critérios para encontrar equilíbrios necessários na exposição: revelou-se mais importante, por exemplo, poder mostrar mais do que uma obra de cada artista, e sobretudo poder mostrar a mesma artista com obras distintas em diferentes núcleos da exposição, do que mostrar um maior número de artistas. Aurélia de Sousa, Vieira da Silva, Ana Hatherly, Lourdes Castro, Salette Tavares, Armanda Duarte, Maria José Oliveira ou Ana Vieira são exemplos de algumas das artistas que vemos surgir em mais do que um espaço da exposição, proporcionando revelações descontínuas (no espaço e no tempo) ao visitante e tornando mais profundas e curiosas as relações entre as obras, para além de uma maior representatividade daquilo que são ou foram os singulares percursos das artistas ao longo da sua realização artística.

Verificou-se também o cuidado da curadoria na escolha sólida e diversa das artistas que figuraram na exposição, nomeadamente do ponto de vista dos equilíbrios geracionais, dos diferentes níveis de reconhecimento nacional e internacional, dos seus percursos variados, nos quais produziram e experimentaram, de forma contínua ou mais dinâmica, as diversas disciplinas patentes na exposição – pintura, escultura, desenho, cerâmica, fotografia, livro, vídeo, instalação. Assim, tanto podemos encontrar artistas com um percurso de inegável consagração internacional, como Maria Helena Vieira da Silva, Helena Almeida, Paula Rego, Lourdes Castro ou Joana Vasconcelos, como também artistas cujo trabalho, pelos mais diversos motivos, não foi visitado de modo tão continuado, quer pelas próprias, como no caso de Maria Antónia Siza ou de Sarah Affonso, quer por outros, como no caso de Rosa Carvalho, Joana Rosa, Patrícia Garrido ou Ana León.

A estratégia dos dois curadores, na seleção das duzentas obras produzidas entre 1900 e 2020 por quarenta artistas, passou, portanto, pela tentativa de encontrar, de todos os modos, um estreito equilíbrio de critérios, estabelecendo como prioridade as próprias obras e o lugar que as mesmas reclamam: «O caminho que adotámos é bem distinto: construir uma exposição com obras de inegável relevância histórica e artística; uma exposição, além do mais, cujo roteiro se escreva não através da imposição de uma narrativa extrínseca às peças que nela participam, mas antes na base da articulação cuidada e atenta das suas distintas naturezas artística, formal ou discursiva.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25)

Com efeito, não foram critérios cronológicos, geracionais ou disciplinares que ditaram a organização da exposição; pelo contrário, era possível observar, nos espaços ocupados ao longo da Galeria Principal do edifício Sede da FCG e da Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian (MCG) e dos respetivos átrios, um cruzamento disciplinar, temático, discursivo e temporal integrado das obras, elas mesmas condutoras dos núcleos temáticos que guiavam o visitante, sem tornar rígida a sua circulação.

O ponto de partida fundador da exposição foi o Autorretrato de Aurélia de Sousa, de 1900. A obra carrega consigo o gesto da autoafirmação artística feminina, através da materialização pictórica da autorrepresentação, tão característica da artista. Foi precisamente sobre este gesto primordial, a vontade de afirmação artística, que foi traçada a direção central da exposição: que imagem quer a mulher projetar de si? De que modo o faz «perante os sistemas de consagração dominantes: o olhar, o corpo (o seu corpo, o corpo dos outros, o corpo político), o espaço e o modo como o ocupam (a casa, a natureza, o atelier), a forma como cruzam fronteiras disciplinares (a pintura e a escultura, naturalmente, mas também o vídeo, a performance, o som) ou a determinação com que avançam na utopia de uma construção transformadora, de si mesmas e daquilo que as rodeia» (Tudo o que eu quero [folha de sala], 2021, p. 3). Mais concretamente, a exposição permitia uma transição fluida entre os seguintes núcleos temáticos: «O Lugar da Artista»; «Feminino Plural»; «O Olhar»; «A Palavra»; «O Espaço da Escrita»; «Construção»; «Le Vivant»; «A Casa»; «O Político»; «Memórias Coletivas»; «Quotidiano Vernacular», «O Teatro do Corpo» e «Ouve-me».

Se no ponto de partida metafórico da exposição, no coração da Galeria de Exposições Temporárias do MCG, encontramos desde logo o confronto entre o Autorretrato de 1900 de Aurélia de Sousa e o olhar caleidoscópico, múltiplo e modernista de Vieira da Silva, através da obra La Scala ou Les Yeux, de 1937, não podemos deixar de nos surpreender com a presença, entre as obras anteriores, de uma vitrina com diversos objetos em cerâmica de Rosa Ramalho, numa associação livre entre a erudição e o popular. Contudo, é na entrada da galeria (já depois de passar pelo notável painel de azulejos recuperado para a mostra de Maria Keil disposto no átrio) que encontramos um dos mais interessantes e ambiciosos diálogos da exposição: o jogo de presença e ausência estabelecido através dos fortíssimos autorretratos de Aurélia de Sousa e das pinturas de Rosa Carvalho, estas últimas evocativas de obras de referência histórica, nas quais a presença da mulher, habitual objeto da representação pictórica, se encontra subtraída. O jogo sobre a passagem da figura da mulher de objeto a sujeito é particularmente bem articulado neste núcleo, que conta também com obras de Armanda Duarte, a performativa escultura cabeça, tronco e membros, de 2012, e a pequena e sensível pintura de Vieira da Silva Moi, réfléchissant sur la peinture, de 1936-37, completando a síntese do programa curatorial presente em toda a mostra e aqui denominado sugestivamente como «O Lugar da Artista».

As figuras grotescas e coloridas de Rosa Ramalho pulsavam na sua tridimensionalidade e procuravam a sala seguinte, ecoando nas figuras expressionistas dos desenhos de Maria Antónia Siza e nas esculturas da série O prazer é todo meu, de 1994, de Patrícia Garrido, contrastantes com a delicadeza e a melancolia das figuras de Milly Possoz e de Ofélia Marques expostas em frente. A cor, as formas, o movimento e os temas interligavam-se e davam lugar também à integração da pintura com carga erótica sem título, de 1974, de Maria José Aguiar e de duas obras de referencial iconográfico feminino de Ana Vidigal, numa articulação temática bem conseguida entre o erotismo, o grotesco e a subtileza, neste núcleo denominado «Feminino Plural».

Os retratos de Sarah Affonso surgiam ao lado de pinturas de Vieira da Silva, ambas revelando a qualidade pictórica e do traço adquiridos em Paris (em épocas distintas) e o olhar atento (particular no seu estilo) e generoso que depositavam no mundo que as rodeava e que representavam. Esta zona da exposição terminava com uma transição concentrada num desenho caligráfico de Vieira (A Fernando Pessoa, de 1974), que abria espaço à escrita na sua dimensão visual, com os trabalhos da mesma natureza de Ana Hatherly, e à poesia visual de Salette Tavares, às assemblages de Lourdes Castro, às instalações de Inês Botelho e de Luísa Cunha, e ao modo como nestas obras a palavra se estrutura como libertação pessoal e artística e dá lugar ao jogo visual, como forma, como desenho, como prescrição e como força repressiva (no caso da repetição sonora de Senhora!, de Luísa Cunha).

Este núcleo, que refletia sobre «A Palavra», atravessava o espaço da FCG, deslizando, física e tematicamente, para o espaço da galeria do edifício Sede, onde víamos surgir o núcleo «O Espaço da Escrita», numa associação em grande escala entre os doodles de Joana Rosa e os desenhos de Isabel Carvalho, e, de novo, Salette Tavares, com uma das mais significativas obras de poesia concreta produzidas em Portugal: Ourobesouro, de 1965.

O sentido do espaço enunciado neste núcleo adquire fulgor tridimensional no seguinte, através das instalações de Fernanda Fragateiro e de Ângela Ferreira, obras que carregam um referencial iconográfico de forte relação com o objeto e com os elementos construtivos e arquitetónicos, bem como um imaginário ideológico fortemente comprometido com as questões sociológicas, ecológicas e políticas que têm emergido no mundo da arte contemporânea. Este referencial temático da ecologia encontrava-se também anunciado no núcleo que se lhe seguia, Le Vivant, na feliz associação entre os trabalhos de Gabriela Albergaria, as belíssimas explorações de contornos e sombras do mundo natural de Lourdes Castro e nas florestas de Maria Capelo.

Como a palavra, também a casa, como espaço físico, emocional e visual, estabelece um lugar dicotómico, entre a liberdade e os sistemas opressivos. As ramificações contrastantes presentes neste imaginário estabelecem-se entre a tensão e a expansão, entre a ideia de exterior e de interior, de segurança e de perigo, refletidas neste núcleo em maior literalidade e com humor nas obras de Ana Vieira e de Patrícia Garrido, ou com maior simbolismo, como no caso de Maria José Oliveira, com a obra Sistema Vascular e Coluna Vertebral, de 2004, pontuadas pela presença de Aurélia de Sousa e de Armanda Duarte, pairando já desde o primeiro núcleo da exposição.

O núcleo do «Político» surgia através das conhecidas assemblages de Ana Hatherly, As Ruas de Lisboa (Inv. 91P743 e Inv. 91P745), de 1977, das bandeiras das lutas sindicais de Carla Filipe e nas esculturas da série Vertebrados e Invertebrais, de 2007, de Susanne Themlitz, em capazes associações de escala e de cor. À parte, mas integradas neste núcleo, numa disposição museográfica curiosa, como zona de intimidade, as pinturas de Graça Morais mostravam-se carregadas de violência e de sensibilidade.

Os filmes de Filipa César e de Grada Kilomba surgiam na proximidade da presença simbólica da projeção das páginas do já referido livro de Maria Lamas (do qual também se expunha um exemplar), num conjunto que procurava desconstruir, de diferentes modos e em cronologias bem distintas, as estruturas sócio-historiográficas assentes na ilusão de um ideário narrativo que perpetuava (e perpetua) a ignorância e o esquecimento da história da violência social, nacional, colonial, dos preconceitos morais, raciais e sexuais tão presentes na realidade portuguesa e europeia.

Se o fantasma dos quarenta e um anos de ditadura portuguesa emergia no núcleo anterior; no seguinte, eram a cor e o movimento os denominadores comuns que reuniam Lourdes Castro, Sónia Almeida, Joana Vasconcelos e Patrícia Almeida. A libertação é patente nos dispositivos formais de cada obra, e a temática leve e humorística destas dinâmicas associações trazem consigo uma atmosfera de silly season, sem, contudo, lhe subtrair uma reflexão crítica subjacente.

Numa das mais interessantes associações da exposição, vemos surgir Paula Rego e Menez, pontuadas, uma vez mais, por Aurélia de Sousa, no seu autorretrato travestida como Santo António, gesto muito familiar (aliás) a Paula Rego, aqui mostrado com a tela A Mãe (Inv. 98P605), de 1997. Neste núcleo, denominado «O Teatro do Corpo», são expressas de modo declarado a força, a libertação, a resistência e a violência de Paula Rego, nomeadamente com a célebre trilogia Vanitas (Inv. 06P1372), de 2006, enquanto em Menez a temperatura é delicada, onírica, íntima e vulnerável, reclamando um espaço concreto e sugestivo, o ateliê. Embora aconteça ao longo de toda a exposição, neste núcleo sai reforçada uma sensação clara: estas obras poderiam ter sido facilmente integradas noutros espaços da exposição, nomeadamente naqueles que refletem os imaginários da casa, do olhar e do espelho, do lugar da artista, ou do feminino plural. As obras ecoam ainda na memória do percurso da exposição e assim se cumpre a curadoria pretendida. Como afirmam os curadores: «A imagem que melhor nos serviu para descrever a articulação destas obras é […] a de um perpétuo deslizamento: um deslizamento semântico, conceptual, alegórico ou formal.» (Tudo o que eu quero, 2021, p. 27)

Helena Almeida e Ana Vieira encerravam a exposição num núcleo que ensaiava a própria metamorfose ou a aglutinação num só corpo de obra e artista, objeto e sujeito, numa busca desesperada pela realização expressiva individual: o imperativo de ser visto, descoberto e percebido, fundado na permanente chama existencial.

Nos dois átrios do edifício Sede da FCG, podíamos ainda completar a visita com a descoberta do já mencionado painel de azulejos de Maria Keil, encomendado especificamente para a exposição; com um colossal lustre de Joana Vasconcelos, disposto na zona da escadaria central, A Noiva, e, na zona da bilheteira, a associação assente na luz entre as esculturas de Fernanda Fragateiro e Clara Menéres.

Luísa Soares de Oliveira manifesta de modo entusiástico, na sua crítica no Público, aquilo que se encontra na génese de uma iniciativa amplamente bem-sucedida: «Diga-se logo de entrada: a montagem desta exposição é excepcionalmente boa. Os curadores, Helena de Freitas […] e Bruno Marchand […] puseram aqui em prática não apenas o que décadas de experiência em curadorias e montagens de exposições lhes ensinaram, mas também o resultado visível do conhecimento íntimo, familiar mesmo, com cada obra, cada artista, cada prática elencada na selecção dos 40 nomes que estão incluídos neste “Tudo o que eu quero”.» (Público, 23 jul. 2021, p. 23)

A apresentação da exposição em Tours, França, no Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, edifício projetado pelos arquitetos portugueses Manuel e Francisco Aires Mateus, sofreu, naturalmente, reconfigurações na sua adaptação ao espaço, e contou com ausências e adições em relação à mostra apresentada em Lisboa, sem que tenha existido, todavia, alteração à seleção de artistas apresentadas. O espírito subjacente à génese da exposição manteve-se: devolver a merecida visibilidade à produção notável das artistas portuguesas, reforçada pela extensão da sua divulgação em França.

O catálogo, outro enorme empreendimento deste projeto, foi concebido no mesmo espírito de pluralidade da exposição e foi, dado o seu amplo sucesso, reimpresso. Carregada de uma ambiciosa vontade de conhecimento, a publicação com duas edições bilingues (português/francês) e (português/inglês), conta com os elementos enumerados em seguida:

1. Notas de apresentação de todos os agentes institucionais envolvidos em funções à data da primeira edição da mostra: Graça Fonseca, ministra da Cultura; Isabel Mota, presidente do Conselho de Administração da FCG; Sophie Lauwers, diretora de exposições do Bozar; Isabellle Reiner, diretora do Centre de Création Contemporaine Olivier Debré; Duarte Azinheira, diretor editorial de cultura da Imprensa Nacional-Casa da Moeda; Paulo Moita de Macedo, presidente da Comissão Executiva da CGD.

2. Texto assinado pelos dois curadores da mostra: Helena de Freitas e Bruno Marchand, com o título «Tudo o que eu quero».

3. Quarenta textos inéditos, encomendados para a publicação, sobre cada uma das artistas representadas na mostra, da autoria de diversos especialistas da área – historiadores, curadores e críticos de arte, a saber: Afonso Ramos, Ana Cristina Cachola, André Silveira, Anne Bonnin, Catarina Alfaro, Catarina Rosendo, Corinne Diserens, Delfim Sardo, Emília Ferreira, Emília Tavares, Emily Watlington, Fábio Cipriano, Hugo Dinis, Isabel Carlos, Jeanette Zwingenberger, João Pinharanda, João Silvério, Julie Crenn, Laura Castro, Leonor Nazaré, Luísa Soares de Oliveira, Maria de Aires Silveira, Maria do Mar Fazenda, Maria João Ortigão, Marta Soares, Miguel von Hafe Pérez, Nkule Mabaso, Nuno Faria, Paulo Pires do Vale, Raquel Henriques da Silva, Raquel Schefer, Sérgio Mah e Tomás Maia.

4. Lista de obras detalhada e bibliografia selecionada.

A inscrição mediática da exposição foi bastante considerável, registando-se 144 menções nos media em Portugal e cerca de 50 em França durante o tempo da apresentação da exposição em cada um dos países. A receção crítica da mostra foi, na sua maioria, muitíssimo favorável, tendo sido atribuída a pontuação máxima da crítica especializada em periódicos diversos, aspeto que sai reforçado pelo destaque consagrado à exposição quando a mesma foi eleita uma das dez melhores do ano pelos jornais Expresso e Público, segundo a seleção de Celso Martins, Luísa Soares de Oliveira e Nuno Crespo.

Na imprensa portuguesa, destacam-se diversos artigos, a saber: «Arte no feminino. Um longo filão de prodígios», de Maria João Fernandes, no JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias; o já mencionado artigo de Luísa Soares de Oliveira no Público, «Nem gourmet, nem salão»; a crítica de Celso Martins «O Múltiplo Feminino», no Expresso; o tocante texto de Guilherme d’Oliveira Martins, administrador executivo da FCG, no Diário de Notícias, com o título «… É espaço, e nada mais»; e ainda a crítica de Isabel Salema, «Uma exposição para inverter o lugar das mulheres na arte portuguesa», no Público. De um modo geral, são mencionados como aspetos menos favoráveis da exposição a ausência de alguns nomes estabelecidos no panorama português, como Leonor Antunes, Ana Jotta ou Emília Nadal, e, nalguns casos, como na crítica de Diogo Vaz Pinto no Jornal i ou a crítica de Carolina Franco no Gerador, assinalam-se descontentamentos acerca da dificuldade da conjugação das premissas identitárias ao exercício expositivo em si, ou acerca das limitações do próprio vocabulário das questões abrangentes sobre as quais a mostra não se escusa de pensar.

Na imprensa francesa, a inscrição crítica foi bastante favorável, incluindo artigos no The Art Newspaper, com o título «Les artistes portugaises à l’honneur au CCC OD à Tours», ou no Le Figaro, «Tours: les artistes portugaises prennent le pouvoir», entre outros, destacando-se aqui duas passagens publicadas, respetivamente, no The Gaze of a Parisienne e no Journal des Arts:

«Une visite qui se fait comme un voyage à travers le paysage artistique portugais sur plus d'un siècle, montrant l'évolution, la présence de ces artistes femmes, certaines oubliées font leur apparition et s'inscrivent pour toujours dans l'histoire de l'art. (+) La nationalité portugaise devient un prétexte, on se rend compte que cette artiste aurait pu vivre dans de nombreux pays. Chez elles, une liberté de ton, de forme, sans tabou, elles innovent et clament leur présence féminine, prenant place dans ce monde masculin.» [Uma visita que é como uma viagem pelo panorama artístico português ao longo de mais de um século, mostrando a evolução e a presença destas mulheres artistas, algumas das quais foram esquecidas e estão agora inscritas na história da arte para sempre. (+) A nacionalidade portuguesa torna-se um pretexto: percebemos que esta artista poderia ter vivido noutros países. Assim, numa liberdade de tom, de forma, sem tabus, elas inovam e proclamam a sua presença feminina, tomando lugar neste mundo masculino.]

«C'est d'une part la première fois qu'un regard est ansi posé sur l'art portugais, faisant apparaître une scène artistique féminine indéniablement importante tout au long du siècle, ce qui n'est pas une mince affaire.» [De certa forma, é a primeira vez que a arte portuguesa é examinada assim, revelando um panorama artístico feminino inegavelmente importante ao longo do século, que não é de se ignorar.]

A exposição contou com variadas iniciativas de programação complementar, como a performance A obra sou eu! Apaga-me se quiseres, da autoria de Gonçalo Barriga, no espaço da própria mostra, das quais existe registo fotográfico. Além das inúmeras visitas espacializadas organizadas pelo Serviço Educativo, destacam-se seguidamente as conversas com transmissão em direto no site da FCG, organizadas no âmbito da mostra: «Como se fez “Tudo o que eu quero”?», com Helena de Freitas e Bruno Marchand; «Arte e Arquitectura: Reverberações entre Desenho e Construção», com Ângela Ferreira e Patrícia Barbas e «Desenhar», com Maria Capelo e SAMI-arquitectos (Inês Vieira da Silva & Miguel Vieira), com moderação de André Tavares; e ainda «Ensinaram-me a ler / aprendi a ver»: conversa em torno da obra de Salette Tavares».

É também possível, atualmente, aceder no site do CAM, ou na secção multimédia desta página, aos curtos vídeos com depoimentos de Djaimilia Pereira de Almeida, Sofia Guedes Vaz, Frederico Delgado Rosa, Idalina Conde e de Doris von Drathen, convidados pela FCG a refletir sobre a natureza da exposição «Tudo o que eu quero».

No âmbito da mostra, foram adquiridas para a Coleção do CAM duas pinturas sem título (Inv. 21P1951 e Inv. 21P19529), de Maria Capelo, a escultura Rotação a 19 graus, translação e prumo (Inv. 21E1954), de Inês Botelho, e completou-se a trilogia World of Illusions, de Grada Kilomba, com a aquisição de Illusions volume II e III (Inv. 21IM108 e Inv. 21IM109).

A exposição, com entrada gratuita, contou com 34 998 visitantes em Portugal e 23 293 visitantes em França, e com 59 828 visitas online.

The idea dates back to 2019, when Graça Fonseca, Portuguese Minister of Culture, invited Calouste Gulbenkian Foundation (FCG) curator Helena de Freitas to create an exhibition devoted to Portuguese women artists. The exhibition was envisaged as part of the Cultural Programming for the Portuguese Presidency of the Council of the European Union, which ran throughout the first half of 2021, and the France-Portugal Season, which took place in 2022. The exhibition was therefore due to be presented at Bozar from 26 February to 23 May 2021, before travelling to Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, in Tours, France, in 2022, later going on show in Lisbon, between 2022 and 2023.

In 2019, senior FCG curator Helena de Freitas was working for the Gulbenkian delegation in Paris, a department that immediately gave its backing to the development and coordination of this project, and a partnership was formed between the FCG, the Portuguese Ministry of Culture and the various teams involved in planning the exhibition. Aware of the huge undertaking on her hands, the curator invited Bruno Marchand, the current cultural director of programming and visual arts advisor at Culturgest, to share curatorial duties, stepping up to the challenge of creating an exhibition that would bring together Portuguese female artists in order to, “invert, counter or rebalance the historic erasure to which women artists and their work have always been subjected” (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25).

With the outbreak of the pandemic, the exhibition suffered various setbacks resulting from the prevailing uncertainty, which not only impacted various aspects of the preparations, but also gave created the need for alternative exhibition solutions, such as making the exhibition available on the Google Arts & Culture platform. In addition to several reconfigurations and postponements, the Brussels showing of the exhibition was cancelled shortly before it was due to open, as a result of a fire that damaged part of the Bozar gallery space. Though unquestionably diminished, the planned exhibition opened to great success. Its Lisbon showing at the Calouste Gulbenkian Foundation was brought forward to 2 June to 23 August 2021, and it then went on display at the Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, in Tours, France, from 25 March to 4 September 2022. The exhibition was available digitally via Google Arts & Culture platform from 17 June 2021 and is still online today (Google Arts & Culture \ All I Want. By Artist). This supplemented traditional exhibition materials, such as the catalogue and other written documents, bringing the exhibition closer to its audience.

Creating an exhibition that aims to repair Portuguese art history, focusing on gender, is an exercise that carries considerable risks, as would be the case for any category of identity. The pitfalls are palpable and present from the outset in the exhibition’s premise: the choice to focus on two common denominators (having been born female and in Portugal), which do little to connect the bodies of work and unique styles of each artist. As there is not necessarily any common ground aesthetically, the idea of presenting works based solely on gender and nationality could easily lead to misrepresentation or attempts to compare and contrast that risk being artificial, forced or even irrelevant.

The ideological question at the heart of the exhibition does not, however, imply a misunderstanding of the constraints on the individual expressive impulses of each artist, or the intrinsic, independent value of each artwork, but rather a historically-informed awareness of the way in which the products of this expression – the artworks themselves – belonged to (or disappeared from) their own milieu and are (or were) received and perceived and subjected to value judgements. As the exhibition’s curators state in their essay for the catalogue accompanying the show: “Art objects, even when their main task is not to represent the era in which they were produced, nevertheless contain clues about the specific conditions of their production” (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25).

Here, and albeit with a clear idea of the complex issues bubbling beneath the surface of the questions tackled, it is important to avoid (but be aware of) the inevitable risks, and to embrace the sociological and political intent underlying the exhibition’s theme.

It would certainly not be wrong to suggest that the presence of the landmark book As Mulheres do Meu País (The Women of My Country), published between 1948 and 1950 by Maria Lamas (and the very inclusion of this leading figure), symbolically frames the exhibition as a political, sociological, and ideological space, but also one with an imaginative capacity for non-illustrative expression, which actively seeks to deconstruct the illusion of  exhibition as mere historical record, creating an ontological dimension. The exhibition’s title “Tudo o que eu quero” (All I want) also hints at its nature, inspired by the 1977 work La Vie, esquisse de quelques souvenirs, by Lou Andreas-Salomé, a key figure in redefining the place of women in the social, intellectual, sexual and romantic spheres.

Throughout their essay for the exhibition catalogue, the two curators also repeatedly highlight the various paths that the exhibition did not pursue, defending the absence of certain concepts. For instance, when curating the exhibition, they sought to avoid, “creating an exhibition that portrays the feminine, the Portuguese, and the feminine within Portuguese art” (Ibid). They also aimed to steer clear of the “salon exhibition” format, undiscriminating, exhaustive and attempting to cover as much ground as possible, or the “gourmet exhibition – to borrow a phrase coined by Luísa Soares de Oliveira in her review of the exhibition for Público –, concentrating solely on artists with more established careers (Público, 23 Jul 2021, p. 23).

The decision to focus solely on artists born between the 1860s and the 1980s was essential when setting the criteria and finding the necessary balance in the exhibition. For instance, it proved more important to be able to include multiple works by each artist and, crucially, to show works by the same artist in different areas of the exhibition, than to feature a greater number of artists. Aurélia de Sousa, Vieira da Silva, Ana Hatherly, Lourdes Castro, Salette Tavares, Armanda Duarte, Maria José Oliveira and Ana Vieira are among the artists to appear in more than one area of the exhibition, offering the audience discoveries discrete in terms of time and place and adding depth and interest to the relationships between the works, while better representing the unique trajectories of each artist over the course of their careers.

the curators also clearly gave great thought to the quality and diversity of artists selected for inclusion in the exhibition, particularly in terms of creating balance between generations, degrees of fame in Portugal and internationally and the varied natures of their careers, in which they produced and experimented, consistently or more dynamically, in the various media present in the exhibition – painting, sculpture, drawing, ceramics, photography, books, video, installation. Thus, we find artists with established international profiles, such as Maria Helena Vieira da Silva, Helena Almeida, Paula Rego, Lourdes Castro and Joana Vasconcelos, alongside artists whose work, for whatever reason, has been revisited less often, by the artists themselves, or by others, as is the case for Rosa Carvalho, Joana Rosa, Patrícia Garrido and Ana León.

The strategy of the two curators when selecting two hundred pieces produced between 1900 and 2020 by forty artists therefore involved an effort to carefully balance several criteria, prioritising the works themselves and the space they demand: “We took a different path: creating an exhibition from works of unrivalled historic and artistic importance; an exhibition, furthermore, that is not mapped out by imposing an external narrative on the pieces that appear, but instead by carefully seeking connections, aware of their different artistic, formal or discursive natures” (Tudo o que eu quero, 2021, p. 25).

Indeed, the exhibition was not organised by chronology, generation or medium. Instead, the spaces it occupied in the Main Gallery of the FCG Main Building and the Temporary Exhibition Gallery of the Calouste Gulbenkian Museum (MCG) and their respective atriums were a meeting point for diverse disciplines, themes, discourses and time periods, the works themselves the stars of the themed areas, which guided the visitor without imposing a rigid path.

The starting point for the exhibition was a 1900 self-portrait by Aurélia de Sousa. With this piece, the author affirms her place as a woman artist using her typical approach of visual self-representation. And it was this primordial gesture, the desire for artistic expression, that steered the exhibition: what image of themselves do woman wish to project? How do they do so, “in the face of the dominant systems of representation: the gaze, the body (her body, the bodies of others, the body politic), space (the house, nature, the studio) and the way in which they occupy it, the way in which they cross the borders between disciplines (painting and sculpture, of course, but also video, performance, sound), or the determination with which they advance towards the utopian dream of transformative construction, of themselves and all that surrounds them” (Tudo o que eu quero [information sheet], 2021, p. 3). In more concrete terms, the exhibition allowed fluid movement between a series of themed areas: “The Place of the Artist”; “Feminine Plural”; “The Gaze and the Mirror”; “The Word”; “The Space of Writing”; “Construction”; “Le Vivant”; “The House”; “The Political”; “Collective Memories”; “Vernacular Life”; “The Theatre of the Body” and “Listen to me”.

While the metaphorical starting point of the exhibition, at the heart of the MCG Temporary Exhibitions Gallery, is an encounter between the 1900 Self-portrait by Aurélia de Sousa and the kaleidoscopic, exploded, modernist gaze of Vieira da Silva, in her 1937 piece La Scala ou Les Yeux, we cannot help but be surprised by the presence of a case containing various ceramic objects by Rosa Ramalho, between those two artworks, freely combining high culture and the everyday. However, it is in the gallery entrance (having passed the striking tiled panel by Maria Keil, replicated for the exhibition and displayed in the atrium), that we find one of the most interesting and ambitious dialogues in the exhibition. An interplay between presence and absence is established by placing the virtuosic self-portraits of Aurélia de Sousa alongside Rosa Carvalho paintings, which evoke historical masterpieces but remove the woman, usually the object of pictorial representation. The transformation of woman from object to subject is explored particularly effectively in this area, which also contains works by Armanda Duarte, including the performative 2012 sculpture cabeça, tronco e membros, and the small, intimate Vieira da Silva piece Moi, réfléchissant sur la peinture, from 1936-37, which together encapsulate the curatorial approach of the whole exhibition, here enigmatically entitled “The Place of the Artist.”

Rosa Ramalho’s grotesque, vividly coloured figures throbbed with three dimensionality, seeking out the next room. They echoed the expressionist forms in drawings by Maria Antónia Siza and sculptures from the 1994 O prazer é todo meu series by Patrícia Garrido and contrasted with the delicate, melancholy figures in the Mily Possoz and Ofélia Marques pieces displayed opposite. The colour, shapes, movement and themes interlinked, leading to the inclusion of an erotically charged 1974 untitled painting by Maria José Aguiar and two Ana Vidigal paintings that contained references to feminine iconography, successfully interweaving eroticism, grotesquery and subtlety, in this area entitled “Feminine Plural.”

Sarah Affonso’s portraits were displayed alongside paintings by Vieira da Silva, both revealing drawing and mark-making skills acquired in Paris (in different eras) and the attentive and generous gaze with which they observed and depicted the world around them, a hallmark of their style. This area of the exhibition transitioned into the next via a calligraphic drawing by Vieira (A Fernando Pessoa, 1974), which paved the way for a contemplation of visual facets of the written word in similar pieces by Ana Hatherly, the visual poetry of Salette Tavares, the assemblages of Lourdes Castro and installations by Inês Botelho and Luísa Cunha. Here, the exhibition reflects on how, in these works, the word becomes a source of personal and artistic liberation, as shape, as drawing, as instruction, or as repressive force (in the case of the repeated audio in Senhora! by Luísa Cunha), giving rise visual play.

This area, which reflected on “The Word”, crossed the FCG space, sliding, physically and thematically, into the gallery space of the Main Building, the setting for an area entitled “The Space of Writing”, which brought together Joana Rosa’s large scale doodles, drawings by Isabel Carvalho, and, once again, Salette Tavares, with one of the most important works of concrete poetry produced in Portugal: Ourobesouro, from 1965.

The palpable sense of space in this area bursts into three dimensions in the next, with installations by Fernanda Fragateiro and Ângela Ferreira, works whose iconography draws strongly on the object and architectural and built elements and which show a strong engagement with sociological, environmental, and political questions arising in the world of contemporary art. The environmental theme continues into the following area, Le Vivant, in the pleasing pairing of works by Gabriela Albergaria with Lourdes Castro’s beautiful explorations of the contours and shadows of the natural world and Maria Capelo’s forests.

Like the word, the house, as a physical, emotional and visual space presents a dichotomy, implying both freedom and systems of oppression. The contrasting ramifications of such imagery represent a battle between tension and expansion, interior and exterior, safety and danger, reflected in this area most literally and humorously in the works of Ana Vieira and Patrícia Garrido and, more symbolically, by Maria José Oliveira, in her 2004 piece Sistema Vascular e Coluna Vertebral, punctuated by the presence of Aurélia de Sousa and Armanda Duarte, paired since the first area of the exhibition.

“The Political” is introduced by Ana Hatherly’s celebrated 1977 collages As Ruas de Lisboa (Inv. 91P743 and Inv. 91P745), the trade union banners of Carla Filipe and sculptures from Susanne Themlitz’s 2007 Vertebrados e Invertebrais series, which skilfully play with colour and scale. Separate, but also belonging to this area, in an intimate space created by the interesting exhibition design, the paintings of Graça Morais are heavy with violence and sensitivity.

Films by Filipa César and Grada Kilomba were displayed close to the symbolic presence of projected pages of the aforementioned Maria Lamas book (a copy of which was also on display), creating a whole that sought, in different ways and in different time periods, to deconstruct social and historical structures based on an illusory narrative that perpetuated (and perpetuates) ignorance and erasure of the history of social, national snf colonial violence of the moral, racial and sexual preconceptions that mark Portuguese and European reality.

While the previous area dealt with the dark spectre of forty-one years of Portuguese dictatorship, in the next, colour and movement were the common denominators between Lourdes Castro, Sónia Almeida, Joana Vasconcelos and Patrícia Almeida. The sense of freedom is palpable in the formal devices used in each work, and the light-hearted, playful theme of these dynamic combinations creates a feel of “silly season”, without detracting from the underlying critical reflection.

One of the most interesting pairings in the exhibition, Paula Rego and Menez, is once again punctuated by Aurélia de Sousa, with a portrait of the artist cross dressing as Saint Anthony, an act also very familiar to Paula Rego, as seen here in the canvas A Mãe (Inv. 98P605), from 1997. In this area, entitled “The Theatre of the Body”, Paula Rego’s strength, liberation, resistance and violence are palpable, particularly in the famous 2006 Vanitas trilogy (Inv. 06P1372). Meanwhile, the tone of the Menaz works is fragile, delicate, dreamlike, intimate and vulnerable, reclaiming a real and evocative space - the studio. Not for the first time, we get the clear sensation that the pieces in this area could easily appear in another area of the exhibition, particularly those dealing with the themes of the house, the gaze and the mirror, the place of the artist, and feminine plural. The works echo those seen earlier in the exhibition, a deliberate curatorial choice. In the words of the curators, “The image that best described the link between these works is […] one of perpetual slippage: semantic, conceptual, allegorical or formal slippage” (Tudo o que eu quero, 2021, p. 27).

Helena Almeida and Ana Vieira closed the exhibition with an area that experimented with metamorphosis or combining art and artist, object and subject in a single body, in a desperate quest for personal expression: the need to be seen, discovered, and perceived, driven by an undying existential fire.

In the two atria of the FCG main building, visitors could end their visit with a closer look at the aforementioned tiled panel by Maria Keil, commissioned esspecially for the exhibition, a massive chandelier by Joana Vasconcelos, suspended in the main staircase, entitled A Noiva, and, close to the ticket desk, sculptures by Fernanda Fragateiro and Clara Menéres, united by their use of light.

In her review for Público, Luísa Soares de Oliveira enthuses about the key to the exhibition’s great success, “It has to be said from the outset, the hanging of this exhibition is exceptionally good. The curators, Helena de Freitas […] and Bruno Marchand […] put into practice not only what they have learnt over decades of experience curating and hanging exhibitions, but also the visible result of an intimate, even personal, knowledge of each work, each artist, each practice of the 40 names featured in ‘Tudo o que eu quero’” (Público, 23 Jul 2021, p. 23).

Naturally, some changes were made to the exhibition for its showing in Tours, France, to adapt it to the space at Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, a building designed by Portuguese architects Manuel and Francisco Aires Mateus. Though the list of artists remained unchanged, some additions and subtractions were made to the list of works displayed in the Lisbon version. However, the underlying spirit and of the exhibition remained unaltered: to give the remarkable output of Portuguese women artists the visibility it deserves, an endeavour strengthened by its appearance in France.

The catalogue, another enormous undertaking, was conceived in the same spirit of plurality as the exhibition and was reprinted due to its resounding success. Ambitious and driven by a thirst for knowledge, it was published in two bilingual Editions (Portuguese/French and Portuguese/English) and contains the following elements:

1. Introductory notes by all institutional stakeholders involved at the time of the exhibition: Graça Fonseca, Minister of  Culture; Isabel Mota, chairperson of the FCG Board of Directors; Sophie Lauwers, director of exhibitions at Bozar; Isabelle Reiner, director of the Centre de Création Contemporaine Olivier Debré; Duarte Azinheira, editorial director of culture at Imprensa Nacional-Casa da Moeda (the Portuguese National Press and Mint); Paulo Moita de Macedo, CEO of the CGD.

2. An essay by the exhibition’s two curators: Helena de Freitas and Bruno Marchand, entitled “Tudo o que eu quero”.

3. Forty previously unpublished texts commissioned for the publication, about each of the artists featured, written by various industry experts – historians, curators and art critics, namely: Afonso Ramos, Ana Cristina Cachola, André Silveira, Anne Bonnin, Catarina Alfaro, Catarina Rosendo, Corinne Diserens, Delfim Sardo, Emília Ferreira, Emília Tavares, Emily Watlington, Fábio Cipriano, Hugo Dinis, Isabel Carlos, Jeanette Zwingenberger, João Pinharanda, João Silvério, Julie Crenn, Laura Castro, Leonor Nazaré, Luísa Soares de Oliveira, Maria de Aires Silveira, Maria do Mar Fazenda, Maria João Ortigão, Marta Soares, Miguel von Hafe Pérez, Nkule Mabaso, Nuno Faria, Paulo Pires do Vale, Raquel Henriques da Silva, Raquel Schefer, Sérgio Mah and Tomás Maia.

4. A detailed list of the works and selected bibliography.

The exhibition garnered considerable media coverage, with 144 references in the Portuguese media and almost 50 in France during the respective showings of the exhibition. The critical reception was, for the most part, extremely positive, and it received the top rating in specialist reviews by several newspapers. The exhibition was also named one of the ten best exhibitions of the year by the newspapers Expresso and Público, as chosen by Celso Martins, Luísa Soares de Oliveira and Nuno Crespo.

In the Portuguese press, certain articles stand out, including “Arte no feminino. Um longo filão de prodígios,” by Maria João Fernandes for JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias; the aforementioned Luísa Soares de Oliveira article for Público, entitled “Nem gourmet, nem salão”; a Celso Martins review entitled “O Múltiplo Feminino,” for Expresso; a striking essay by Guilherme d’Oliveira Martins, executive director of the FCG, in Diário de Notícias, entitled “… É espaço, e nada mais”; as well as the review by Isabel Salema, “Uma exposição para inverter o lugar das mulheres na arte portuguesa,” in Público. In general, the main criticisms concerned the absence of certain influential figures, such as Leonor Antunes, Ana Jotta and Emília Nadal. Certain reviews, for instance Diogo Vaz Pinto in Jornal i and Carolina Franco in Gerador, also mentioned a dissatisfaction stemming from the challenge of combining the identity-based premise with the exercise of exhibiting, or the limited vocabulary of the broad questions the exhibition does not shy away from tackling. 

Reviews in the French press were also largely positive, including an article in The Art Newspaper, entitled, “ Les artistes portugaises à l’honneur au CCC OD à Tours”, and one in Le Figaro, entitled “Tours: les artistes portugaises prennent le pouvoir,” among others. Below, we highlight two passages, published in The Gaze of a Parisienne and Journal des Arts, respectively:

“Une visite qui se fait comme un voyage à travers le paysage artistique portugais sur plus d'un siècle, montrant l'évolution, la présence de ces artistes femmes, certaines oubliées font leur apparition et s'inscrivent pour toujours dans l'histoire de l'art. (+) La nationalité portugaise devient un prétexte, on se rend compte que cette artiste aurait pu vivre dans de nombreux pays. Chez elles, une liberté de ton, de forme, sans tabou, elles innovent et clament leur présence féminine, prenant place dans ce monde masculin”. [“A visit that feels like a journey through the Portuguese artistic landscape spanning over a century, showing the evolution and presence of these women artists, some of them forgotten, who make an appearance and leave a permanent mark on art history. (+) Portuguese nationality becomes a pretext - we realise that this artist could have lived in several countries. Thus, with a freedom of tone, form, a lack of taboos, they innovate and assert their feminine presence, taking up space in this masculine world”.]

“C'est d'une part la première fois qu'un regard est ainsi posé sur l'art portugais, faisant apparaître une scène artistique féminine indéniablement importante tout au long du siècle, ce qui n'est pas une mince affaire”. [“On one hand, it is the first time that Portuguese art has been examined in this way, revealing a female art scene of undeniable significance throughout the century, which is no mean feat.”]

A varied programme of activities ran in parallel with the exhibition, including the performance A obra sou eu! Apaga-me se quiseres, by Gonçalo Barriga, in the exhibition space itself, documented in photographic records. In addition to countless specialist tours organised by the Education Department, another highlight of this programming were the conversations livestreamed on the FCG website to coincide with the exhibition: “Como se fez “Tudo o que eu quero?”, with Helena de Freitas and Bruno Marchand; “Arte e Arquitectura: Reverberações entre Desenho e Construção,” with Ângela Ferreira and Patrícia Barbas; “Desenhar,” with Maria Capelo and SAMI-arquitectos (Inês Vieira da Silva & Miguel Vieira), facilitated by André Tavares; and, finally “Ensinaram-me a ler / aprendi a ver: conversa em torno da obra de Salette Tavares.”

Short videos featuring contributions by Djaimilia Pereira de Almeida, Sofia Guedes Vaz, Frederico Delgado Rosa, Idalina Conde and Doris von Drathen, invited by the FCG to reflect on the nature of the exhibition Tudo o que eu quero (All I Want) are still available to view on the CAM website and the multimedia section of this page.

Following the exhibition, two untitled paintings (Inv. 21P1951 and Inv. 21P19529) by Maria Capel and the sculpture Rotação a 19 graus, translação e prumo (Inv. 21E1954), by Inês Botelho were acquired for the collection, and the World of Illusions trilogy by Grada Kilomba was completed with the acquisition of Illusions volume II and III (Inv. 21IM108 and Inv. 21IM109).

The exhibition, which was free to enter, welcomed 34,998 visitors in Portugal, 23,293 visitors in France and 59,828 online visits.

 

 

 


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

As Ruas de Lisboa

Ana Hatherly (1929-2015)

As Ruas de Lisboa, Inv. 91P743

Ana Hatherly (1929-2015)

As Ruas de Lisboa, Inv. 91P745

Da Servidão Humana 1997

Ana Hatherly (1929-2015)

Da Servidão Humana 1997, Inv. GP1169

Escrita Descendente

Ana Hatherly (1929-2015)

Escrita Descendente, Inv. 04DP2001

Only you

Ana Hatherly (1929-2015)

Only you, (2001) / Inv. 03DP1844

Lapis Cognitionis

Clara Menéres (1943-2018)

Lapis Cognitionis, 1987 / Inv. 88E906

Expectativa de uma paisagem de acontecimentos #3

Fernanda Fragateiro (1962)

Expectativa de uma paisagem de acontecimentos #3, Inv. 09E1599

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM108

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM109

Ouve-me

Helena Almeida (1934-2018)

Ouve-me, Inv. IM13

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP365

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP366

Rotação a 19 graus, translação e prumo

Inês Botelho (1977)

Rotação a 19 graus, translação e prumo, Inv. 21E1954

Doodles (Fragmentos)

Joana Rosa (1959-)

Doodles (Fragmentos), 1991/1998 / Inv. 94DP1719

Caixa Azul

Lourdes Castro (1930-2022)

Caixa Azul, Inv. 99E808

Caixa madeira

Lourdes Castro (1930-2022)

Caixa madeira, Inv. 99E809

Letras e duas casas

Lourdes Castro (1930-2022)

Letras e duas casas, Inv. 10P1622

Letras e Pente

Lourdes Castro (1930-2022)

Letras e Pente, Inv. 10P1623

Sombra Projectada de Christa Maar

Lourdes Castro (1930-2022)

Sombra Projectada de Christa Maar, Inv. 83P567

Sombra Projectada de Marta Minujín

Lourdes Castro (1930-2022)

Sombra Projectada de Marta Minujín, Inv. 10P1624

Hello!

Luísa Cunha (1949-)

Hello!, Inv. 10E1630

Senhora!

Luísa Cunha (1949-)

Senhora!, Inv. 13E1746

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4458

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4465

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4468

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4469

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18TXP9

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4457

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4467

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4464

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, anos 60 / Inv. 18DP4466

S/ Título

Maria Antónia Siza (1940-1973)

S/ Título, s.d. / Inv. 18DP4470 a-b

Composition

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

Composition, Inv. 78PE99

História Trágico-Marítima ou Naufrage

Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992)

História Trágico-Marítima ou Naufrage, Inv. 78PE97

Sem Título

Maria José Aguiar (1948- )

Sem Título, 1974 / Inv. 75P713

Auto-retrato

Maria José Oliveira (1943-)

Auto-retrato, 1980 / Inv. 17E1845

"Étude de fillettes à la fenêtre"

Mily Possoz (1888-1968)

"Étude de fillettes à la fenêtre", Inv. GP839

"Étude de Garçonnet"

Mily Possoz (1888-1968)

"Étude de Garçonnet", Inv. GP830

"Fillette aux Manderines"

Mily Possoz (1888-1968)

"Fillette aux Manderines", Inv. GP828

"Petites filles aux provisions"

Mily Possoz (1888-1968)

"Petites filles aux provisions", Inv. GP833

"Rêverie"

Mily Possoz (1888-1968)

"Rêverie", Inv. GP840

"Trois jeunes filles dans un paysage"

Mily Possoz (1888-1968)

"Trois jeunes filles dans un paysage", Inv. GP835

s/título

Mily Possoz (1888-1968)

s/título, Inv. DP55

sem título

Mily Possoz (1888-1968)

sem título, Inv. GP841

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP51

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP53

Sem título

Mily Possoz (1888-1968)

Sem título, Inv. DP49

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP656

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. 80DP624

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP630

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP631

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP652

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP643

Sem título

Ofélia Marques (1902-1952)

Sem título, Inv. DP637

Mother

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Mother, Inv. 98P605

Vanitas

Paula Rego (Lisboa, Portugal, 1935 – Londres, Inglaterra, 2022)

Vanitas, Inv. 06P1372

Efes

Salette Tavares (1922-1994)

Efes, 1963 / Inv. 15GP2799

Retrato de Matilde

Sarah Affonso (1899-1983)

Retrato de Matilde, Inv. 83P637

Retrato de Tagarro e Waldemar da Costa

Sarah Affonso (1899-1983)

Retrato de Tagarro e Waldemar da Costa, Inv. 83P1109

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. II, Oedipus (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM108

Grada Kilomba (1968-)

Illusions Vol. III, Antigone (Trilogia A World of Illusions), Inv. 21IM109

Seduzir

Helena Almeida (1934-2018)

Seduzir, Inv. 02FP365

Rotação a 19 graus, translação e prumo

Inês Botelho (1977)

Rotação a 19 graus, translação e prumo, Inv. 21E1954


Eventos Paralelos

Performance

A obra sou eu! Apaga-me se quiseres

23 jul 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Cerimónia oficial

Assinatura de Protocolo com Estado Português

6 dez 2019
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Salão de Honra
Lisboa, Portugal
Cerimónia oficial

Visita dos Ministros da Cultura da União Europeia

17 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

Ensinaram-me a Ler / Aprendi a Ver. Conversa em torno da obra de Salette Tavares

7 jul 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian – Galeria de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal
Ciclo de conferências

Arte e Arquitectura. Reverberações entre Desenho e Construção

17 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 2
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

Como se fez Tudo o que eu Quero?

9 jun 2021
Online
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Conversa com os Curadores Helena Freitas e Bruno Marchand

4 jun 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Tudo o que eu Quero. Artistas Portuguesas de 1900 a 2020

jun 2021 – ago 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal
Visita(s) guiada(s)

Mulheres no Espaço Público. Um Percurso pela Obra de Maria Keil

jun 2021 – ago 2021
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria Principal / Galeria Exposições Temporárias (piso 0)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Performance «A obra sou eu! Apaga-me se quiseres», de alunos da Licenciatura em Dança da Escola Superior de Dança (IPL)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas (à esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Graça Fonseca (à esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Graça Fonseca
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Helena de Freitas, Graça Fonseca e Isabel Mota (da esq. para a dir.)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Isabel Mota
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. José Neves Adelino e Graça Fonseca (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. José Neves Adelino e Graça Fonseca (ao centro)
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição.
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição.
Assinatura do protocolo entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian para a realização da exposição. Ângela Ferreira (atrás), Isabel Mota (ao centro), Guilherme d´Oliveira Martins e José Neves Adelino (da esq. para a dir.)
Jorge Torres Pereira, Pedro Cabrita Reis, Nuno Vassallo e Silva e João Pinharanda (da esq. para a dir.)
Bruno Marchand, Nuno Vassallo e Silva, João Pinharanda e Guilherme d´Oliveira Martins (da esq. para a dir.)
Guilherme d´Oliveira Martins
Bruno Marchand e Helena de Freitas
Miguel Magalhães, Helena de Freitas, Guilherme d´Oliveira Martins, José Neves Adelino, Graça Fonseca e Emílio Rui Vilar (da esq. para a dir.)
Emílio Rui Vilar (à esq) e Graça Fonseca (à dir.)
Miguel Magalhães, Benjamin Weil e José Neves Adelino (da esq. para a dir.)
Graça Fonseca (á esq.) e Isabel Mota (à dir.)
Benjamin Weil, Isabel Mota e António Costa (da esq. para a dir.)
Isabel Mota, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Bruno Marchand, Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Graça Fonseca, Helena de Freitas, António Costa e Bruno Marchand (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas, Graça Fonseca, Isabel Mota e Emílio Rui Vilar (da esq. para a dir.)
Helena de Freitas, Fernanda Tadeu, António Costa e Graça Fonseca (da esq. para a dir.)
Helena de Freitas, Fernanda Tadeu e António Costa (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas e Graça Fonseca (frente, da esq. para a dir.)
Emílio Rui Vilar (à frente), Bruno Marchand (atrás), Graça Fonseca, Helena de Freitas, Fernanda Tadeu e Guilherme d´Oliveira Martins (da esq. para a dir.)
Fernanda Tadeu, António Costa, Helena de Freitas, Graça Fonseca, e Bruno Marchand (da esq. para a dir.)
Isabel Mota
Graça Fonseca
António Costa

Multimédia


Documentação


Periódicos


Páginas Web


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa

Conjunto de documentos relacionados com a exposição (Lisboa e Tours), e eventos associados. Contém documentos textuais, fotográficos e multimédia. 2021 – 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 325422

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 2021 – 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 349422

Coleção fotográfica, cor: performance «A Obra sou Eu. Apaga-me se Puderes!» (FCG, Lisboa) 2021

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 397252

Coleção fotográfica, cor: assinatura do protocolo (FCG, Lisboa) 2019

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 388320

Coleção fotográfica, cor: inauguração (CCC OD, Tours) 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 395608

Coleção fotográfica, cor: aspetos (CCC OD, Tours) 2022

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 395792

Coleção fotográfica, cor: aspetos (CCC OD, Tours) 2022

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