Arte Portuguesa Contemporânea na Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

7.º Aniversário da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

Exposição de uma seleção de obras da coleção de arte portuguesa contemporânea da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, aquando da celebração do seu sétimo aniversário. A mostra foi comissariada por Manuel Castro Caldas e Rui Sanches, com museografia de José Sommer Ribeiro e Jorge Molder.
Exhibition of a selection of works from the Portuguese contemporary art collection of the Luso-American Development Foundation on the occasion of its seventh anniversary. The show was curated by Manuel Castro Caldas and Rui Sanches, with museography by José Sommer Ribeiro and Jorge Molder.

Exposição de obras da coleção de arte contemporânea portuguesa da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), inaugurada a 4 de junho de 1992, celebrando, assim, o sétimo aniversário da FLAD, fundação criada em 1985 pelo Estado português. A exposição esteve patente nas galerias dos pisos 1 e -1 do Centro de Arte Moderna (CAM) da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), até 13 de setembro de 1992.

A coleção de arte portuguesa contemporânea da FLAD começou a ser constituída em 1986, com o objetivo de dinamizar o mercado português de arte e estimular os agentes envolvidos – artistas, galeristas, colecionadores, instituições –, reunindo um importante conjunto de obras de arte portuguesa dos anos 80, mas também de artistas com obra anterior que partilham afinidades com a cena contemporânea. Assim, além da obra de artistas como Michael Biberstein, Miguel Branco, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento e Pedro Sousa Vieira, podiam apreciar-se os trabalhos de Helena Almeida, Ângelo de Sousa, António Areal, Eduardo Batarda, Joaquim Bravo e Alberto Carneiro, entre outros, selecionados de um conjunto de cerca de 600 obras de fotografia, pintura, escultura, instalação e desenho.

Esta reunião de trabalhos que junta artistas consagrados e artistas emergentes teve a intenção de se assumir como exemplo de uma atitude de confiança no valor da produção artística portuguesa mais recente (à época), divulgando-a, nomeadamente, através do empréstimo temporário de obras da coleção para exposições de arte portuguesa em Portugal e no estrangeiro. O Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian foi um dos museus que solicitaram o empréstimo de obras a partir de 1990, visando com isso preencher algumas lacunas no seu acervo, relativas à arte dos anos 80.

A aquisição de obras para a coleção da FLAD resulta de uma seleção de Manuel Castro Caldas e do escultor Rui Sanches (substituído em dezembro de 1991 pelo pintor Manuel da Costa Cabral), que foram também os comissários desta exposição, cujo projeto museográfico foi da responsabilidade de José Sommer Ribeiro (diretor do Serviço de Exposições e Museografia e do CAM), Jorge Molder e Manuel Castro Caldas. Este último, juntamente com Ana Jotta e João Silvério, coordenaram a edição do catálogo da exposição.

A constituição da coleção da FLAD está inscrita nos estatutos da própria Fundação, segundo os quais: «A Fundação tem por fim contribuir para o desenvolvimento económico e social de Portugal através da promoção da cooperação científica, técnica, cultural, educativa, comercial e empresarial entre Portugal e os Estados Unidos da América.» (Arte Contemporânea Portuguesa na Colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, 1992)

A exposição revelou-se polémica, dividindo a opinião da imprensa portuguesa, o que se ficaria a dever menos à sua montagem do que a questões relacionadas com os critérios de constituição da coleção, alegadamente por se regerem apenas pelas leis do mercado.

Parafraseando Luísa Soares de Oliveira, a exposição foi considerada arrogante, institucional e ambiciosa, ao mostrar uma coleção orientada «mais por critérios de radicalidade – que envolvem sempre uma atenção à conjuntura exterior –, que por uma sensibilidade a um movimento interno à própria arte, um movimento de fluxo e refluxo da forma (estética)» (Oliveira, Público, 31 jul. 1992).

Tereza Coelho, na entrevista que conduziu a Manuel Castro Caldas para o jornal Público, caracterizou a exposição como polémica, dizendo, no entanto, que se tratou de uma das mais interessantes de 1992.

Carolina Gouveia Matias, 2018


Ficha Técnica


Publicações


Material Gráfico


Multimédia


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00261

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, correspondência interna e externa, folhas de empréstimo de obras, material para o catálogo, orçamentos e recortes de imprensa. 1992 – 1993


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.