Michael Biberstein. A Difícil Travessia dos Alpes

Exposição individual do artista suíço-americano Michael Biberstein (1948-2013) organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração do Instituto Português de Museus. A mostra, de caráter antológico, reuniu um conjunto de pinturas e desenhos executados pelo artista entre 1986 e 1994.
Solo exhibition of the work of Swiss-American artist Michael Biberstein (1948-2013) organised by the Calouste Gulbenkian Foundation in collaboration with the Portuguese Institute of Museums. The retrospective show comprised a selection of paintings and drawings executed by the artist between 1986 and 1994.

Exposição individual do artista suíço-americano Michael Biberstein (1948-2013), organizada pela Fundação Calouste Gulbenkian, com a colaboração do Instituto Português de Museus e apresentada no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP). Inaugurada no dia 27 de julho de 1995 e comissariada por Delfim Sardo, a mostra, de caráter antológico, reuniu trabalhos em pintura (óleos e acrílicos) e desenho, num total de 60 obras, executadas entre 1986 e 1994.

Michael Biberstein residiu em Portugal durante mais de três décadas. O seu trabalho, liberto de preocupações figurativas, «incide sobre a paisagem, ou melhor, sobre o conceito de paisagem, traduzindo esta deslocação da "coisa" para o seu conceito um aspecto essencial da sua obra» (Comunicado de imprensa, dez. 1995, Arquivos Gulbenkian, ID: 267756).

A exposição ocupou a Galeria do piso 1 do CAM e dividiu-se em dois núcleos: o núcleo principal, que apresentou as obras de grande formato, realizadas ao longo de um período de oito anos, e um segundo núcleo dedicado aos desenhos, remetendo para um período anterior e mais analítico da sua produção. De acordo com a descrição de Luísa Oliveira, em artigo publicado no jornal Público, estes núcleos, eram «articulados em torno de duas pinturas pequenas, representando paisagens irreais de montanha, e desenhos em que a oposição e o contraste entre elementos e motivos organizam o espaço da representação» (Oliveira, Público, 12 ago. 1995).

A exposição dava as boas-vindas ao visitante com uma seleção de pinturas mais antigas do artista, «grandes telas em que a pintura contrasta com planos de tecido negro; à esquerda esses planos desaparecem, como desaparecem as referências mais imediatas à pintura oriental, e ficam enormes superfícies em que a lembrança da pintura romântica da paisagem prevalece» (Ibid.).

Biberstein iniciou a sua carreira artística em 1972 – data da sua pintura mais antiga. De acordo com Delfim Sardo, o principal objetivo do artista era «desacelerar a percepção, contra a voragem constante das imagens». As suas telas, algumas das quais de grandes dimensões, não mostram ao espectador «um determinado enquadramento da realidade, mas um registo de uma transformação operada a diversos níveis: um mais directo, que nos confronta com o encantamento de um espaço ao qual somos levados a atribuir, quase inevitavelmente, qualidades de beleza e de existência não-real; outro, mediatizado, que nos envolve simultaneamente numa reflexão sobre a natureza da paisagem e sobre o próprio sentido da actividade artística» (Comunicado de imprensa, dez. 1995, Arquivos Gulbenkian, ID: 267756).

Segundo o texto de apresentação do catálogo, da autoria de Jorge Molder e Rui Sanches, a obra de Biberstein «faz-nos pressentir uma série de situações que permitem analogias com a pintura chinesa, talvez pela imaterialidade da representação e por adivinharmos nela uma espécie de procura nos seus próprios arquétipos» (Michael Biberstein. A Difícil Travessia dos Alpes, 1995).

O catálogo conta com a reprodução fotográfica de todas as obras que estiveram patentes na exposição – provenientes, na sua maioria, de coleções privadas – e com uma seleção de textos assinados por vários autores, entre eles o curador Delfim Sardo e o historiador Jiri Svestka. A publicação inclui ainda, nas últimas páginas, alguns dados biográficos relevantes sobre o artista.

No seu ensaio, Delfim Sardo aborda o percurso de Biberstein, numa tentativa de elucidar o leitor sobre o momento em que a paisagem começa a ser dominante nas suas obras, bem como a relação entre estas e o espectador, fazendo igualmente referência a questões como a escala e a distância, então essenciais nos trabalhos do artista (Ibid.).

Antes da inauguração da exposição no CAMJAP, em junho de 1995, a Fundação Calouste Gulbenkian adquiriu uma das obras do artista, K5 (3-Step Attractor), datada de 1991 e composta por três telas separadas de grandes dimensões (270 × 352 cm).

Joana Atalaia, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Coleção Gulbenkian

K5 (3-Step Attractor)

Michael Biberstein (1948-2013)

K5 (3-Step Attractor), 1991 / Inv. 95P353

K5 (3-Step Attractor)

Michael Biberstein (1948-2013)

K5 (3-Step Attractor), 1991 / Inv. 95P353


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

Encontro com o Público. Delfim Sardo e Michael Biberstein

28 jul 1995
Fundação Calouste Gulbenkian / Centro de Arte Moderna – Sala de Exposições Temporárias
Lisboa, Portugal

Publicações


Fotografias

Michael Biberstein
Jorge Molder (esq.)

Multimédia


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00339

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência com os emprestadores, correspondência interna e outras informações. 1994 – 1996

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00338

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência com os emprestadores, correspondência interna, projeto expositivo, lista de obras dos emprestadores e lista de seguros. 1994 – 1995


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