Pensées sans Mots

Exposição de itinerância internacional das artistas norte-americanas Suzanne Reese Horvitz (1940) e Sheila Reid (?), organizada pelo Utah Museum of Fine Arts. Apesar de muito distintas, tanto a série de pinturas de Reese Horvitz como as instalações de Reid exploravam efeitos de simetria, repetição e serialidade.
International travelling exhibition, launched in Lisbon, on the work of North American artists Suzanne Reese Horvitz (1940) and Sheila Reid, organised by the Utah Museum of Fine Arts. Despite their distinctiveness, the paintings and installation works by both Reese Horvitz and Reid respectively explored the effects of symmetry, repetition and seriality.

Exposição itinerante das artistas norte-americanas Suzanne Reese Horvitz (1940) e Sheila Reid (?). Organizada pelo Utah Museum of Fine Arts, onde foi apresentada em março de 1987, esta mostra viajou pelos Estados Unidos (Mcallen International Museum, Alexander Brest Museum), Canadá (Art Gallery of Greater Victoria) e, posteriormente, pela Europa (Portugal, França, Dinamarca, Espanha), com início em março de 1991, no Centro de Arte Moderna (CAM).

A exposição punha em diálogo uma série de pinturas de grande formato de Reese Horvitz com duas instalações de Reid. Ao longo de uma das paredes da sala de exposições temporárias do CAM, foi instalada a série The Siren Sheds Golden Tears (s.d.), composta por seis pinturas a óleo sobre tela, com folhas de ouro e metal. A serialidade é reforçada pela repetição, com ligeiras variações, da mesma composição, aspeto que Reese Horvitz então explorava. Outro dos aspetos dominantes é a incorporação de folha de ouro, prática recorrente em trabalhos da artista dos finais da década de 1980 e associados a temas fantásticos e mitológicos. A temática das sereias também não é exclusiva desta série, estando ligada a uma reflexão da artista sobre a sedução e o encanto e sobre a libertação da alma através da arte.

Os trabalhos que Reid expôs cruzam passado, presente e futuro, através dos materiais usados e das formas criadas, associadas pela artista ao problema da perda de individualidade que ocorreria nas sociedades do futuro. Uma das suas primeiras séries tridimensionais, Soft Patterns (1975-1977), é apresentada juntamente com um trabalho mais recente, Hieroglyphic Patterns (1983-1989). A primeira consiste numa série de cilindros, de diferentes dimensões, em tela e tecido, cujas superfícies se encontram preenchidas com padrões geométricos pintados. Alguns elementos que compõem estes padrões surgem novamente em Hieroglyphic Patterns (1983-1989). Esta peça apresenta um conjunto de fotografias de símbolos, criados pela artista com desperdícios de plástico, que lembram formas de escrita antigas. Instalada em grelha, cada impressão possui o mesmo formato e dimensões. Apesar de todos os símbolos surgirem sobre fundo preto, cada um possui características próprias que o diferenciam dos restantes. Portanto, a homogeneidade que encontramos nos padrões de Soft Patterns (1975-1977), resultante da repetição de um mesmo elemento, é quebrada em Hieroglyphic Patterns, uma vez que ela resulta da reunião de vários motivos isolados, ainda que apresentados de uma forma padronizada.

Apesar de a maioria das pinturas de Reese Horvitz ser figurativa e de as instalações de Reid assentarem em elementos geométricos e abstratos, ambas exploram, de formas distintas, efeitos de simetria, repetição e serialidade.

Esta exposição, para a qual não foi produzida qualquer publicação, foi praticamente ignorada pela imprensa em Portugal, sendo duramente criticada por João Pinharanda, que aponta a «total falta de interesse/qualidade produtiva dos trabalhos expostos, o que se traduz na inutilidade da sua presença». Estes são ainda descritos pelo crítico e historiador de arte como «trabalhos sem originalidade sobre problemas estafados: o corpo, o feminino, a linguagem» (Pinharanda, Público, 23 mar. 1991).

Mariana Roquette Teixeira, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00068

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência, exemplares dos catálogos das exposições individuais de Suzanne Reese Horvitz e de Sheila Reid no Utah Museum of Fine Arts, lista das obras a serem expedidas, convite, recortes de imprensa. 1989 – 1992

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM-S005/01/01-P0109

Coleção fotográfica: aspetos (FCG-CAM, Lisboa) 1991


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