A exposição do artista Adi Holzer (1936) inaugurou a 1 de outubro de 1991, contando com a presença do artista. Realizada no âmbito do Dia Internacional da Música e em homenagem ao compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart, pelo bicentenário da sua morte, a exposição esteve patente no Hall e na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian (piso 01), até 3 de novembro.

A data da inauguração coincidiu com o início das XII Jornadas de Música Antiga «Mozart e os Seus Contemporâneos», da responsabilidade do Serviço de Música da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG). A realização da mostra partiu da sugestão da Embaixada da Áustria em Portugal, que a patrocinou.

Foram apresentados cerca de cem trabalhos de pintura, gravura e colagens de vidro colorido, num conjunto intitulado Suite de Mozart. No Hall da Sede da FCG, foi montada uma instalação composta por três partes: um móbil constituído por pássaros pendurados do teto, sobre o retrato imaginário de Mozart; uma sequência de 44 telas de homenagem ao compositor e uma torre coroada por uma pirâmide dourada, que José Sommer Ribeiro descreveu no texto de apresentação do catálogo: «O início da exposição é mesmo uma torre piramidal constituída por cerca de oito elementos rodeados por duas séries de 22 obras com que o artista pretende sugerir a espiritualidade da música do grande compositor.» (Adi Holzer. Homenagem a Mozart, 1991, p. 3)

Relativamente à museografia do piso 01 da Galeria de Exposições Temporárias, a única exigência do artista foi que o espaço não ficasse excessivamente cheio, podendo a equipa da FCG optar por não expor todos os trabalhos enviados.

Os trabalhos selecionados apresentavam motivos de óperas de Wolfgang Amadeus Mozart, incluindo um conjunto de telas a acrílico, dedicado à ópera Idomeneu, que à época se encontrava em exposição na Staatsoper Hamburg (Ópera Estatal de Hamburgo).

Rui Mário Gonçalves foi um dos críticos de arte portugueses que se debruçaram sobre esta exposição e sobre o trabalho de Adi Holzer, afirmando que, se há algumas pinturas mais interessantes e conseguidas do que outras, o que verdadeiramente importa é o trabalho cromático e das manchas: «O que o pintor faz com as linhas e as cores é o que verdadeiramente nos interessa. Os seus acertos constituem a verdade possível da arte, um bem intransferível. Para mim, o melhor de Holzer está na fluência das manchas de tinta. As pinceladas ligeiras cobrem rapidamente a superfície do suporte. O cromatismo vivo e luminoso sugere um lugar animado.» (Gonçalves, JL. Jornal de Letras, Artes e Ideias, 15 out. 1991, p. 26)

A exposição foi apresentada em Chicago, na Kass/Meridian Gallery, em dezembro de 1991.

Carolina Gouveia Matias, 2018