Exposição inaugurada a 19 de maio de 1982, na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação Calouste Gulbenkian (piso 01), com a presença do artista Patrick Raynaud (1946), e terminada a 10 de junho do mesmo ano.

Esta exposição, criteriosamente planeada por Patrick Raynaud, que foi seu comissário e curador nos dois lugares onde ela se realizou, a Fundação Calouste Gulbenkian e o Musée des Beaux-Arts de Rennes, dava a conhecer ao público a evolução das pesquisas do artista ao longo dos quatro anos anteriores (1979-1982). José Sommer Ribeiro, no texto de apresentação ao catálogo, refere-se à preocupação de Raynaud em encontrar as soluções adequadas para cada espaço, realçando que uma das suas características reside na transformação das salas numa «festa de cor e movimento», onde os trabalhos «encontram o seu próprio ambiente» (Patrick Raynaud, 1982).

Assim, cada uma das sete salas onde o artista expôs foi encarada como uma célula autónoma onde se materializavam as reflexões do artista em torno da subcultura. Nestas salas, Raynaud expôs instalações e objetos resultantes de um cruzamento entre alta e baixa cultura, estabelecendo uma relação de cumplicidade entre a arte e o público.

A exposição teve o patrocínio da Association Française d’Action Artistique e, depois de ter estado patente na Fundação Calouste Gulbenkian, foi mostrada no Musée des Beaux-Arts de Rennes.

No âmbito da exposição, foi realizada uma conferência intitulada «Transvanguardas», proferida por Achille Bonito Oliva, crítico de arte e autor do prefácio do catálogo da exposição. Na documentação relativa à produção da exposição, foi também encontrada informação relativa a uma conferência de Albert d’Haenens, num cartão de agradecimento pelo convite.

Numa carta assinada por Jacques Damase e dirigida a José Sommer Ribeiro, encontra-se explícito o interesse da Fundação na aquisição do «grande lava-louça vermelho, branco e preto» (trad. do francês). Esta obra encontra-se na Colecção Moderna com o número de inventário PE43, com a designação de Guarda-loiça vermelho.

O catálogo da exposição, cujo design é de Patrick Raynaud, mostra os esboços da montagem das salas pelo artista, quer na Fundação Calouste Gulbenkian, quer no Musée des Beaux-Arts de Rennes, e a descrição de cada instalação.

Carolina Gouveia Matias, 2017