Pintura Tradicional Chinesa na Actualidade

Exposição coletiva e itinerante de pintura tradicional chinesa contemporânea, organizada pela Embaixada da República Popular da China em Portugal e pela Fundação Calouste Gulbenkian. Foram apresentados 60 trabalhos, fruto da criação de 60 artistas, realizados após a proclamação da República Popular da China, em 1949.
Travelling collective exhibition on traditional contemporary Chinese painting organised by the Embassy of the People's Republic of China in Portugal and the Calouste Gulbenkian Foundation. The display included 60 kakemono works on paper or silk and hanging scripts by 60 artists, produced in the years following the proclamation of the People's Republic of China in 1949.

Exposição coletiva e itinerante de pintura tradicional chinesa contemporânea, organizada numa parceria entre a Embaixada da República Popular da China em Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), por intermédio do seu Serviço de Exposições e Museografia, que iniciaria o intercâmbio cultural, no domínio das artes plásticas, entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a República Popular da China.

Em novembro de 1980, a Embaixada da República Popular da China em Portugal confirmava para o início do ano seguinte a vinda desta exposição a Portugal, a primeira realização no país de uma mostra dedicada à pintura tradicional chinesa, que permitiu igualmente um contacto direto do público português com a arte oriental.

Na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Gulbenkian foram exibidas 60 obras de 60 artistas chineses, numa mostra essencialmente composta por kakemono, ou «rolos suspensos», em papel ou em seda, produzidos depois da proclamação da República Popular da China, em 1949. No certame sobressaíam os pintores mais significativos neste domínio específico da pintura tradicional chinesa, nomeadamente Ch’i Pai Shih (1863-1957), Hsu Pei-Hung (1895-1953), ou Guo Guyu (1941). No espaço expositivo seriam igualmente integrados alguns apontamentos de arranjos florais e vegetalistas.

Executada com o pincel na vertical e sem apoios, a caligrafia ligada à natureza e à espiritualidade harmonizava-se com paisagens elementares, em tons suaves e diluídos em aguadas, e animais simbólicos (como a garça-real, a carpa, o tigre…). Estas e outras características e informações a respeito das técnicas foram explicitadas no catálogo da exposição, para um maior esclarecimento do público.

Como referiria o crítico e historiador de arte José-Augusto França, esta exposição marcaria «uma primeira notícia da China actual em salas portuguesas», demonstrativa da força e naturalidade da tradição milenar da pintura chinesa, concluindo que «as convulsões da História nada puderam contra o continuum de uma linguagem gráfica e pictórica que tem leis imutáveis» (França, Colóquio/Artes, mar. 1981, p. 72).

O crítico não deixaria ainda de notar nas imagens expostas traços de «idílica propaganda», integrados com uma subtil elegância nesta pintura caligráfica (Ibid.).

A conciliação entre a arte tradicional chinesa, a Revolução e a influência do realismo soviético é também assumida pelos organizadores da exposição no texto de introdução ao catálogo (Pintura Tradicional Chinesa na Actualidade, 1981).

O catálogo da exposição apresentaria ainda uma contextualização histórica da pintura tradicional chinesa, marcada pelos seus principais momentos e tendências e pela universalidade da sua linguagem pictórica e gráfica, bem como uma breve síntese relativa às técnicas de execução, capazes de elucidar aspetos elementares da leitura das obras, necessariamente feita da direita para a esquerda.

No seguimento da apresentação em Lisboa, a exposição viria a estar patente na cidade do Porto, no Museu Nacional de Soares dos Reis, contando para tal com a colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian.

Filipa Coimbra, 2017

Collective, travelling exhibition of contemporary Chinese traditional painting organised in a partnership between the Embassy of the People’s Republic of China and the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG), by way of its Exhibitions and Museography Department, which began cultural exchange in the field of visual arts between the Calouste Gulbenkian Foundation and the People’s Republic of China.

In November 1980, the Embassy of the People's Republic of China in Portugal confirmed that that the exhibition would come to Portugal at the beginning of the following year. It would be the first time Portugal hosted an exhibition dedicated to Chinese traditional painting that would also provide direct contact for the Portuguese public with art from the East (Letter from the Embassy of the People’s Republic of China to the Calouste Gulbenkian Foundation, 13 Nov. 1980, Gulbenkian Archives, SEM 00206).

60 pieces by 60 Chinese artists were exhibited in the Temporary Exhibitions Gallery of the Gulbenkian Museum, in an event that was primarily composed of “kakemono” or “hung rolls” of paper or silk, produced after the proclamation of the People’s Republic of China in 1949. The most important painters in the area of Chinese traditional painting stood out at the event, including Chi Pai-Shi (1863-1957), Hsu Bei-Hung (1895-1953) and Guo Ru-Yu (1942). The exhibition space would also include some floral and plant arrangement details.

They were made using a vertical paintbrush, without support, calligraphy connected to nature and spirituality harmonised with plain landscapes, in soft tones, diluted in watery colours, and symbolic animals (like herons, carp, tigers, ...). These and other characteristics and information on techniques were listed in the exhibition catalogue to further inform the public.

As mentioned by art historian and critic José-Augusto França (1922), this exhibition would be “the first news of today’s China in Portuguese galleries”, and demonstrated the strength and naturalness of Chinese painting, concluding that “the convulsions of history could do nothing to stop the continuum of a graphic and pictorial language that has unchanging law” (França, Colóquio. Artes, Mar. 1981, p. 72).

The critic would also note that there were traces of “idyllic propaganda” in the images exhibited, incorporated with a subtle elegance in this calligraphic painting (ibidem).

This reconciliation between Chinese traditional art, the Revolution and the influence of Soviet realism is also acknowledged by the exhibition organisers in the introduction to the catalogue (Pintura Tradicional Chinesa na Actualidade, 1981).

The exhibition catalogue would also present historical context for Chinese traditional painting, marked by its main events and trends and the universal nature of its pictorial and graphic language, as well as a brief summary of the techniques for execution, which could clarify some basic aspects in reading the pieces, which is done from right to left.

Following the exhibition in Lisbon, the exhibition was also shown in Porto, at the Museu Nacional de Soares dos Reis, with collaboration from the Calouste Gulbenkian Foundation.


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00206

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém convite, orçamentos, correspondência recebida e expedida e recortes de imprensa. 1980 – 1982

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0088-D00297

5 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0088-D00298

17 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0088-D00300

30 provas, p.b.: inauguração (FCG, Lisboa) 1981

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0088-D00299

32 provas, p.b.: objetos (FCG. Lisboa) 1981


Exposições Relacionadas

Definição de Cookies

Definição de Cookies

Este website usa cookies para melhorar a sua experiência de navegação, a segurança e o desempenho do website. Podendo também utilizar cookies para partilha de informação em redes sociais e para apresentar mensagens e anúncios publicitários, à medida dos seus interesses, tanto na nossa página como noutras.