Exposição organizada pela Secretaria de Estado da Informação e Turismo e pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), integrada numa projetada série de exposições itinerantes, intitulada «Exposições Itinerantes de Pintura Portuguesa», com apresentação de obras pertencentes às duas instituições. Esta foi a primeira exposição desta série, reunindo um conjunto de 40 obras de pintura contemporânea (da figuração à abstração), datadas de entre o final do século XIX e meados do XX, com tema na paisagem.

Esta série de exposições serviu o principal objetivo de levar a públicos afastados dos grandes centros urbanos algumas obras de arte desconhecidas dessas comunidades, por evidente dificuldade de acesso regular à cultura.

Embora concebida preferencialmente para ser realizada em museus, e tendo sido inicialmente pensada para percorrer as sedes de província, excetuando Lisboa, a exposição viria a ser montada noutras instituições de referência e levada a muitas mais cidades de Portugal Continental.

Tendo tido a sua primeira inauguração em julho de 1972, em Viana do Castelo, a exposição passou, posteriormente, por Póvoa do Varzim, Espinho, Aveiro, Figueira da Foz, Leiria, Caldas da Rainha e Vila Franca de Xira. Num segundo circuito, realizado em 1973, foi levada a Santarém, Abrantes, Portalegre, Castelo Branco, Évora, Elvas, Beja, Faro, Portimão, Lagos, Setúbal, Barreiro e Alcácer do Sal.

A política de itinerância de exposições de arte portuguesa teve uma aceitação muito favorável por parte das populações e dos órgãos administrativos das diversas cidades onde estas mostras se organizaram, tendo cumprido os objetivos originais desta programação expositiva.

A importância desta iniciativa para as populações seria assinalada pela imprensa da época, nomeadamente aquando da exposição de Vila Franca de Xira: «Pode dizer-se que a população local tem correspondido ao interesse e esforço de quem organizou tão importante exposição, levada a terras do país que, em alguns casos, terão pela primeira vez tomado contacto com uma exposição de pintura.» («A Paisagem, exposição da Secretaria de Estado e da Gulbenkian…», Diário de Notícias, 29 dez. 1972)

Algumas das inaugurações desta itinerância contaram ainda com uma visita orientada pelo pintor Fernando de Azevedo, a exemplo do que sucedeu na cidade de Portalegre, de acordo com informação de imprensa («Portalegre. Exposição itinerante de paisagens», Diário de Notícias, 10 mai. 1973). Este procedimento terá sido recorrente nas inaugurações de muitas das mostras desta itinerância.

Isabel Falcão, 2017