Depois de ter estado patente nas salas da Sociedade Nacional de Belas-Artes (SNBA), em Lisboa, a exposição «Artistes Portugaises» foi levada a Paris, ao Centre Culturel Portugais (CCP), numa produção que contou com a colaboração e montagem da Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

Em Paris, as intalações do CCP não permitiram que a exposição fosse apresentada conforme a mostra da SNBA, pelo que foi efetuada uma nova seleção de obras, a cargo de José Sommer Ribeiro e de Fernando de Azevedo.

O interesse manifestado pela FCG em conduzir a organização desta exposição em Paris prendeu-se com o facto de se encarar o certame como um acontecimento de «elevado interesse artístico, que recebeu os melhores elogios da crítica e que vem confirmar (ou revelar) o talento das pintoras e escultoras portuguesas contemporâneas», como registou em carta José Blanco, administrador da Fundação (Carta de José Blanco para José V. Pina Martins, 7 fev. 1977, Arquivos Gulbenkian, SEM00102).

Assim, o certame, que apresentou somente obras de artistas portuguesas, pretendeu demarcar-se de um espírito reivindicativo e feminista, procurando, antes, a afirmação da criatividade feminina e a confirmação da exposição enquanto espaço de confronto entre a sensibilidade de cada uma das artistas representadas, como refere Sallete Tavares no texto introdutório do catálogo.

No dia da sua inauguração no CCP, realizou-se uma mesa-redonda com a presença dos membros da comissão organizadora da exposição, Emília Nadal, Sílvia Chicó e Clara Menéres, em que foi discutido o tema «A Criatividade da Mulher no Portugal de Hoje».

Joana Brito, 2016