A Forma Chã

4.ª Edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa

Exposição integrada no programa da quarta edição da Trienal de Arquitectura e focada no impacto da história da arte no campo arquitetónico a partir dos conceitos gerados pela obra The Shape of Time (1962), de George Kubler (1912-1996). Com curadoria de Eliana Sousa Santos, a mostra integrou quatro instalações, sequências de imagens no formato de aula.
Exhibition featured in the 4th Edition of the Architecture Triennale and dedicated to the impact of art history on architecture, based on concepts from George Kubler’s The Shape of Time. Curated by Eliana Sousa Santos, the display included four installation works comprising sequences of images presented as lectures.

Organizada pelo Centro de Arte Moderna (CAM), a exposição «A Forma Chã» propunha uma reflexão sobre a influência da história da arte na produção arquitetónica. A inauguração foi em outubro de 2016, no âmbito do programa da 4.ª edição da Trienal de Arquitectura.

Com curadoria de Eliana Sousa Santos, arquiteta e investigadora do Centro de Estudos Sociais de Universidade de Coimbra, a mostra partiu da reflexão em torno dos livros The Shape of Time e Arquitectura Portuguesa Chã: Entre as Especiarias e os Diamantes, ambos de George Kubler (1912-1996), historiador de arte norte-americano.

A primeira obra, publicada em 1962, influenciou uma geração de artistas da década de 60, ao propor «uma filosofia radical da história da arte como a história de todas as coisas, olhando para a produção artística como uma rede de sequências de objetos que pertencem a diferentes famílias de ideias» (A Forma Chã, 2016, p. 2).

Na segunda obra, de 1972, o historiador apresenta uma nova visão da arquitetura produzida em Portugal desde meados do século XVI ao final do século XVII, introduzindo o conceito «chão» para descrever a simplicidade e austeridade da arquitetura desse período. Aceite no panorama geral da arquitetura contemporânea em Portugal, o conceito estender-se-ia a outros contextos e a objetos fora do cânone da história da arte, originando uma nova categoria: artes chãs (Ibid.).

A partir de quatro instalações (sequência de imagens na forma de aulas) dos artistas Ad Reinhardt (1913-1967) e Robert Smithson (1938-1973) e dos historiadores de arte George Kubler, Paulo Varela Gomes e João Vieira Caldas, a mostra patente na Galeria de Exposições Temporárias do Museu Calouste Gulbenkian chamava a atenção para questões como «a relação entre as artes chãs ao longo do tempo e do espaço, o lugar da aula/conferência na produção artística e a influência da história nas produções artísticas e arquitetónicas dos últimos cinquenta anos» (Ibid.).

Foi publicado um caderno de exposição, editado em português e inglês, com a reprodução de algumas das imagens projetadas e com textos explicativos sobre cada instalação.

A instalação de Ad Reinhardt Slides de Viagem (1952-1967) partia de uma coletânea de diapositivos acumulados pelo artista ao longo de vários anos, evocando as teorias de Kubler na associação que o autor fez entre diferentes imagens de lugares que aparentam épocas e estilos díspares. O próprio Kubler é representado na exposição a partir de uma sequência de imagens cedida pela Yale University Library que ilustra a sua passagem por Portugal entre 1950 e 1960.

Em Hotel Palenque (1969-1972), de Robert Smithson, foram apresentadas imagens de um hotel em ruínas em Palenque, no México. Neste trabalho, ao pôr no mesmo patamar o hotel e as famosas ruínas maias situadas no mesmo local, o artista evoca uma das teorias mais controversas de Kubler: «[A] história da arte como a história de todas as coisas.» (A Forma Chã, 2016, p. 2)

Por último, a projeção digital de Paulo Varela Gomes e João Vieira Caldas, que foi acompanhada por um excerto de um áudio da conferência «Buildings without Context», de 2010, documentava o período de mudança operada na última década do século XX em Portugal, dando destaque à arquitetura chã (Ibid.).

Além das habituais visitas guiadas, uma delas orientada pela curadora responsável, a exposição foi complementada pela realização de um ciclo de conferências. Eeva-Liisa Pelkonen, professora na Yale School of Architecture, prelecionou sobre o tema «Ambiguidades Arquitetónicas» e o impacto da obra de Kubler na arquitetura americana da década de 1960. Robert Storr, artista, crítico de arte e antigo curador do Museum of Modern Art de Nova Iorque (MoMA), debruçou-se sobre o trabalho de Ad Reinhardt.

A mesa-redonda, também inserida no contexto expositivo e realizada no dia 14 de dezembro de 2016, foi moderada por Eliana Sousa Santos e contou com a participação de Joana Cunha Leal, João Vieira Caldas, Jorge Figueira e Sérgio Fazenda Rodrigues.

Joana Atalaia, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

À Conversa com a Curadora. Eliana Sousa Santos

out 2016
Fundação Calouste Gulbenkian / Museu Calouste Gulbenkian
Lisboa, Portugal
Ciclo de conferências

[A Forma Chã]

23 nov 2016 – 5 jan 2017
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal
Mesa-redonda / Debate / Conversa

As Artes Chãs. The Plain Arts

14 dez 2016
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Auditório 3
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Multimédia


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivo Digital Gulbenkian, Lisboa / ID: 2389

Coleção fotográfica, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 2016


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