- Obras
- Desenho
- Cruz
- Tau
Tau
- N.º Inv.
- ADD701
- Data
- c. 1987 – 1988
- Materiais e técnicas
- Caneta de tinta da china, caneta de feltro, grafite e aguarela sobre papel
- Medidas
- 20,8 x 29,5 cm
- Proveniência
- Col. Família Dacosta
- Inscrições
Sem inscrições
Esta obra, de finais da década de 1980, que pertence a um conjunto de exercícios realizados por António Dacosta e que se encontram no espólio da sua família, foi exposta pela primeira vez na Galeria Ratton Cerâmicas na exposição «Pós de Perlim-pim-pim» (2014-2015), comissariada por Ana Viegas e Tiago Monte Pegado (Galeria Ratton Cerâmicas) em colaboração com Pedro Morais.
Nesta obra podemos encontrar o «T» de Tau, tema de uma vasta série de António Dacosta que só seria apresentada postumamente. Devido a um texto no qual António Dacosta ditou a Bernardo Pinto de Almeida o sentido desta marcante série [ADP291], sabemos que o Tau se relaciona com Santo Antão (ou Santo António Abade) e com os frades Antoninos de Issenheim: «Esta ordem, criada em França nos finais do século XI na sequência de uma grande epidemia de uma doença conhecida pela designação de “fogo sagrado” que espalhou por várias regiões e para cuja cura eram invocadas as benesses de Santo António (o das tentações também conhecido por Santo Antão). (…) O crescente afluxo de peregrinos obrigava os frades a procurar fontes de rendimento através de coletas e também pela criação de porcos. No final do século XIII uma bula de Clemente IV estabelece para os frades o direito absoluto à criação dos “porcos de Santo António”. Estes eram marcados pelo TAU, signo que tem a forma da letra T que os frades traziam também inscrita sobre o hábito que vestiam» (Dias, 2016, p. 314).
Esta letra grega figura nas pinturas desta série, surgindo aqui na parte superior do desenho. Os crocodilos são elementos estranhos que não se presume terem sido realizados por António Dacosta.