O Filósofo pertence à coleção do Centro de Arte Manuel de Brito, tendo sido oferecida por António Dacosta a Manuel de Brito, resultado da relação de amizade entre o artista e o galerista, que culminou nas exposições na Galeria 111 de 1983 e na Galeria Zen de 1984.

Esta obra, «com marcações chiriquianas (lembrando A Canção de Amor, pintada por Giorgio de Chirico em 1914), apresenta o busto de uma escultura classicista com um pássaro a sair de si através de um buraco da orelha. No lado direito, uma chave suspensa num prego. A ave no lugar da orelha tem aqui um sentido particular, que em 1981 Dacosta expunha em carta a Manuel de Brito: «O Júlio contou-me que o Dr. A. Perdigão quer que lhe expliquem ‘O Filósofo’ … metáfora do louco que tem ‘macaquinhos no sótão’. Diz-lhes que é a imagem disto mesmo, mas com um passarinho» (Dias, 2016, p. 155).