Esta obra faz parte da série Memória, que foi apresentada como um núcleo de seis obras na exposição de 1983, na Galeria 111, disposta num desfile regular nos formatos sobre papel da série (embora se encontrassem vários outros pequenos estudos desta série).

A série é caracterizada pela presença central de um triângulo isósceles, em geral com a altura maior que a base, que se repete em muitas obras de Dacosta, que representa a Memória, e reforça a sua ligação à ilha Terceira, aludindo a um lugar muito concreto de Angra do Heroísmo: o «Obelisco da Memória a D. Pedro IV», peculiar monumento encomendado por este rei no século XVIII e com impacto cenográfico sobre a cidade da Terceira.

Sobre a importância da série na retoma regular da produção artística, seria dito: «Quando recomeçou a pintar […] Dacosta realizou pinturas de figuração indefinida, até que uma figura se tornou insistente, em forma de pirâmide. Era uma recordação involuntária da infância. Concentrou-se nessa figura, preenchendo com ela toda a tela» (Gonçalves, 2004).

Esta obra, uma das Memórias, pertenceu durante alguns anos à Galeria 111, tendo sido depois adquirida a esta, após a exposição de 1988 na Fundação Calouste Gulbenkian e na Fundação de Serralves, pelo atual proprietário.