A Menina da Bandeira III

N.º Inv.
ADP179
Data
1984
Materiais e técnicas
Tinta acrílica sobre tela
Medidas
160 x 130,5 cm
Proveniência

Col. Museu de Angra do Heroísmo (Inv. MAH_R.94.252)

Inscrições

«A. Dacosta 84»
[frente, canto inferior direito]

A Menina da Bandeira III é o título com que esta obra foi apresentada na exposição individual de António Dacosta, em 1984 na Galeria Zen, no Porto, tendo sido adquirida pouco tempo depois desta exposição pela Secretaria Regional da Educação e Cultura de Angra do Heroísmo, e mais tarde incorporada na coleção do Museu de Angra do Heroísmo. A Menina da Bandeira é um dos momentos marcantes nos cortejos das Festas do Espírito Santo, típicas dos Açores, e que praticamente definiu uma série de António Dacosta. O ancestral ritual escolhe uma menina entre a comunidade para transportar solenemente a bandeira com os símbolos religiosos entre as casas do Império.

Esta obra subdivide-se em três partes, como um tríptico ou biombo simulado, incorporando elementos do seu bichiário (o animal branco à direita, que poderá ser o cão que muitas vezes acompanha os foliões ou, talvez mais adequado, o simbólico vitelo branco), e elementos vegetais que podem convocar as decorações com flores que animam os rituais religiosos. À direita em baixo, um pote de vinho, referência dionisíaca que já tinha aparecido entre outros motivos do pintor (Jarro e Fonte de Sintra [ADP183]). Do lado esquerdo uma figura com um tambor, o folião que apareceu noutros quadros da época (A Mulher e o Folião, 1983 [ADP164]; O Folião Depois da Festa, 1987 [ADD271]). A bandeira vermelha, juntamente com os símbolos da Pomba do Espírito Santo e da Coroa, permitem um cromatismo vibrante entre cores quentes e frias. A Menina surge ao centro num hieratismo branco (um branco texturado típico de Dacosta na época), cor neutra de pureza e virgindade que pictorialmente funciona como a matriz central dos contrastes cromáticos que se desenvolvem, e que se estende à base de todo o quadro. Se outros quadros da série [ADD381; ADP243; ADP433; ADP590; ADD744] são mais estáticos e mais centrados na figura da Menina da Bandeira, com outro rigor figurativo e compositivo que sublinha a dimensão religiosa do ritual, em A Menina da Bandeira III há a interferência de outros elementos, ruídos mundanos que são essa invasão, sem profanação, do profano no sagrado – ou, talvez com mais sentido, uma espécie de paganismo a lidar com o transcendente (Dias, 2016, p. 268).


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Bibliografia


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