Tal como indica a dedicatória, este quadro foi uma oferta de Dacosta ao seu amigo e poeta açoriano Emanuel Félix (1936–2004), pertencendo presentemente à coleção da sua família.

De acordo com a mesma inscrição, no verso da pintura, podemos aferir que esta obra terá sido um estudo para a série Menina da Bandeira. A série, de finais de década de 1980, vai buscar o título e inspiração a um dos momentos mais marcantes dos cortejos das Festas do Espírito Santo, típicas dos Açores, a Menina da Bandeira. O ancestral ritual escolhe uma menina entre a comunidade para transportar solenemente a bandeira com os símbolos religiosos entre as casas do império. Estas festas açorianas tornaram-se um tema de grande interesse para Dacosta na sua última fase de produção, despoletando um retorno à figuração. Existe outra obra da série [ADD381] de resolução muito semelhante a esta, com a figura de perfil. Apesar da datação da dedicatória de 1987, também se pode supor pelo texto que a obra possa ter sido realizada poucos anos antes, nos anos em que o pintor mais se envolveu com esta série, que marcou a primeira metade da década de 1980.