Se Melancolia (1942) ainda mantém a inquietação

«Se Melancolia (1942) ainda mantém a inquietação e solidão de atmosferas anteriores, ela foi despida de qualquer acento de violência e drama e tocada da calma dos ambientes de Chirico. A solidão da cena, as arquitecturas, e as sombras que estas projectam, isto é, a descoberta do estranho numa paisagem que nunca mais poderá ser olhada como dantes, determinam esta associação. Já em A festa (1942), o artista abandona toda a tensão, contenção e drama para só permanecer a nostalgia das ilhas, e com elas, da infância, que agora recria numa desconcertante cena que revela a fusão entre o religioso e o pagão presente na cultura ocidental. Recorrendo a um lirismo formal e cromático, que procura ecos em Bonnard, faz desta celebração da festa do Espírito Santo uma realidade impossível.»

(Maria Jesús Ávila in Surrealismo em Portugal…, 2001, p. 43)


Bibliografia


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