Uma evidente inspiração na pintura metafísica
«Uma evidente inspiração na pintura metafísica, pelos seus espaços e pelo clima de angústia – de antítese da calma – a que se alia intenso dramatismo, a par de um ambiente de desolação e de abandono, de melancolia e de angustiante solidão, definem os vectores essenciais em que se constrói a sua produção dessa década.
[…] quadros como “Antítese da calma”, “Quermesse espanhola” ou “Episódio com um cão” constituem momentos altos da arte portuguesa e internacional.
Nela se conjugam qualidade oficinal com preocupação filosófica, sentido de uma procura de imagem singular e atenção ao tempo próprio […].
António Dacosta […] considerando as duas fases complementares da sua obra, a surrealista e a da década de 80, realizou assim, talvez sem disso se ter dado conta, a figura de um mito maior da pintura portuguesa.»
(ALMEIDA, 2002, p. 119)