Suite Orquestral n.º 2 de Bach

Orquestra Gulbenkian / Bin Chao / Cristina Ánchel

Orquestra Gulbenkian
Bin Chao Violino / Direção
Cristina Ánchel Flauta

Johann Sebastian Bach (1685 – 1750)
Suite Orquestral n.º 2, em Si menor, BWV 1067
– Ouverture
– Rondeau
– Sarabande
– Bourrée I – Bourrée II
– Polonaise – Double
– Menuet
– Badinerie

Pensa-se que as suites orquestrais de Johann Sebastian Bach tenham sido destinadas ao Collegium Musicum de Leipzig. O Collegium Musicum era uma agremiação de músicos da cidade, ligada à Universidade, que se apresentava regularmente em concerto. Apesar de grande parte da atividade de Bach nessa cidade se concentrar na música sacra, este destinou diversas obras a esse agrupamento, fundado pelo compositor Georg Philipp Telemann (1681-1767). A Suite Orquestral n.º 2 foi, provavelmente, escrita no final da década de 30 do século XVIII e consiste numa sequência de danças contrastantes precedidas de uma abertura. A preponderância da dança na cultura de corte em França motivou a sua estilização e adaptação a novos contextos. Assim, a música instrumental desse país inspirou-se na principal atividade da corte, que misturava lazer e etiqueta.

Nas suas suites orquestrais, Bach transforma as danças e mistura-as com elementos de outras tradições. A suite começa com uma abertura francesa, associada à ópera desse território. A secção inicial da abertura é lenta, solene e vertical. Seguidamente, essa atmosfera dá lugar a uma passagem viva em que um tema é introduzido sucessivamente nas diversas vozes em textura de fugato. A textura inicial é retomada, conduzindo a abertura ao fim. O Rondeau é uma forma musical caracterizada por um refrão ao qual são interpolados episódios contrastantes. Neste caso, Bach estiliza a textura da gavotte, uma dança de corte, fundindo-a com a forma rondeau. A Sarabande é uma dança lenta e vertical, bipartida e em ritmo ternário com uma acentuação particular. As passagens contrapontísticas introduzidas pelo compositor transformam o seu caráter. A Bourrée é uma dança viva de camponeses. Normalmente em forma AB, Bach apresenta duas bourrées, condensando-as numa forma ABA. A Polonaise caracteriza-se pelo recurso a ritmos sincopados e acentuações particulares. O double é um tipo particular de variação cultivada em França, em que a dança precedente é transformada através da ornamentação. A leveza pontifica no Menuet, uma dança em ritmo ternário escrita em forma AB. Na famosa Badinerie, viva e leve, o flautista demonstra as suas capacidades expressivas. O movimento perpétuo, tão caro ao Barroco, é transformado em som num momento altamente virtuosístico.

João Silva

Atualização em 03 fevereiro 2022

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