Agosto mês de praia, mês de jazz

06 ago 2016

O Jazz em Agosto regressa ao anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian para a sua 33.ª edição, com convidados como Paal Nilssen-Love ou Thomas de Pourquery.

No verão de 1985, Sun Ra atuava em Lisboa, era um dos nomes do cartaz do Jazz em Agosto. Mais de 30 anos depois, nesta 33.ª edição do festival que todos os anos enche de jazz os jardins da Fundação Calouste Gulbenkian, o visionário Sun Ra, que morreu em 2014, regressa pela mão – ou o saxofone – do francês Thomas De Pourquery, com os Supersonic, sexteto que fundou em 2012 para homenagear o músico (e poeta e filósofo) norte-americano, que relembrará no próximo sábado num concerto no anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian.

É lá que decorre, desde anteontem e até ao próximo dia 14, mais uma edição do Jazz em Agosto.
Catorze concertos que procuram corresponder à diversidade que se encontra no jazz contemporâneo, que, sublinha o diretor artístico, Rui Neves, é muito mais diversificado do que há 50 anos. «Hoje em dia há muitos tipos de jazz, muitas formas de se fazer música».

Ao lado de Thomas De Pourquery, estão nesta edição nomes como Tim Berne, com os Snakeoil, que atuaram ontem, e a Large Unit de Paal Nilssen-Love, a quem foram dadas as honras do concerto de encerramento do Jazz em Agosto, dia 14, às 21h30. Depois de ter integrado a Territory Band, de Ken Vandermark, e a Circulasione Totale Orchestra, dirigida por Frode Gjsertad, o inconformado baterista norueguês fundou esta f Arge Unit, que reúne vários jovens promessas do jazz escandinavo. Mas Nilssen-Love vem em dose dupla e na véspera será possível vê-lo a solo, às 18h30, na Coleção Moderna (entrada livre). Já amanhã atua a White Desert Orchestra, formada pela pianista Eve Risser em 2015.

Do cartaz, Rui Neves destaca ainda a «estreia mundial» do projeto que será apresentado por Sérgio Carolina Tuba and Drums Double Duo, junção de dois duetos, um de tubas e outro de baterias, para um concerto a quatro (dia 10), que viajará tanto por terrenos do jazz mais mainstream como pelos da música clássica, explorando as «extensas possibilidades da tuba no contexto do jazz contemporâneo.

Sobre o que se tem produzido por estes lados, importa ainda prestar atenção aos Tetterapadequ (8 de agosto). E o nome não é para assustar, diz respeito a um anagrama de De Patter Quartet e é uma homenagem deste quarteto em que se juntam dois portugueses (Gonçalo Almeida e João Lobo) e dois italianos (Daniele Martini e Giovanni di Domenico) a um clube de jazz em que começaram a tocar juntos quando estudavam no conservatório de Haia, onde se conheceram.

 

Sol – 06 Agosto 2016

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