Debussy: Prélude à l’après midi d’un faune

Orquestra Gulbenkian / Matthew Halls

Sob a direção do maestro Matthew Halls, a Orquestra Gulbenkian interpreta o célebre Prélude à l'après midi d'un faune, de Claude Debussy.
Rui Cabral Lopes 23 fev 2024 13 min

A presença inspiradora de elementos da natureza na atividade criativa de Claude Debussy e de outros compositores ativos em França na transição para o século XX, entre os quais Maurice Ravel (1875-1937), Paul Dukas (1865-1935) e Frederick Delius (1862-1934), trouxe consigo associações frequentes à corrente do Impressionismo, ainda que, sob a aparência vaga e generalizadora de algumas destas analogias com o domínio plástico, tivessem ficado esquecidas as especificidades estético-estilísticas individuais, bem como as influências de outras áreas de expressão intelectual, designadamente da literatura. A relação com este último domínio aparece em destaque no célebre Prélude à l’après-midi d’un faune, uma das páginas orquestrais mais célebres de Debussy, ao lado dos três esboços sinfónicos que constituem La mer. Trata-se aqui da evocação de uma natureza mítica, tal como representada em Prélude, interludes et paraphrase finale pour l’après-midi d’un faune, um dos mais belos poemas do escritor Stéphane Mallarmé (1842-1898), representante destacado do movimento simbolista francês na segunda metade do século XIX.

Do projeto inicial de composição, em três andamentos, Debussy reteve apenas o Prelúdio, composto entre 1892 e 1894, no mesmo período em que foi iniciada a composição da ópera Pélleas et Mélisande. É o compositor quem melhor explicita o significado da obra, com as seguintes palavras: “…uma ilustração muito livre do belo poema de Stéphane Mallarmé, mas que não pretende, de nenhum modo, ser uma síntese do mesmo. São antes os quadros sucessivos através dos quais se movem os desejos e os sonhos de um fauno no calor do início da tarde. Depois, em lugar de seguir o curso da fuga amedrontada das ninfas e das náiades, entrega-se antes a um estado inebriante, repleto de sonhos enfim realizados, de possessão total na natureza universal”. A peça de Debussy serviria de base para o bailado L’après-midi d’un faune, coreografado por Vaslav Nijinsky para os Ballets Russes e estreado no Théâtre du Châtelet, em Paris, em maio de 1912.


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Claude Debussy

Prélude à l’après-midi d’un faune

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