Rufus Wainwright
Rufus Wainwright inspirou-se numa série de entrevistas dadas por Maria Callas ao canal de televisão BBC para criar a ópera Prima Donna, que aborda a questão das divas enquanto figuras mitológicas da nossa sociedade: interpretada pela soprano Sarah Fox, a protagonista Régine luta pelo seu regresso aos palcos e pela reconquista da fama que tinha outrora alcançado.
Seis anos após a estreia da ópera, Rufus Wainwright apresenta uma versão adaptada da mesma para um concerto visual sinfónico, com um ingrediente especial: a projeção de um filme realizado por Francesco Vezzoli e protagonizado por Cindy Sherman, uma encomenda da Fundação Calouste Gulbenkian, Festival de Atenas e LA Opera.
Vezzoli apresenta nesta curta-metragem uma série de retratos de Maria Callas, alterados pelo próprio, seguida por Cindy Sherman que surge no papel de uma diva em transformação, a acompanhar a ária final do concerto, Les feux d’artifice, interpretada pela protagonista Régine.
O filme é exibido na primeira parte do concerto visual sinfónico, que tem a duração de 60 minutos e retoma a estrutura original da ópera Prima Donna, enquanto que, na segunda parte, Rufus Wainwright sobe ao palco para apresentar recriações orquestrais de algumas das suas músicas mais conhecidas e alguns temas do reportório operático.
Como afirmou Rufus Wainwright, musicalmente este concerto é a celebração de três coisas: as minhas composições para ópera – uma habilidade que ando a afinar há muitos anos, desde que me tornei fanático pela ópera aos 13 anos – unida à minha paixão pela voz humana na sua elasticidade e poder (seja na ópera seja na música pop) e por fim ao meu fascínio por cantar e compor para uma orquestra sinfónica.
A Deutsche Grammophon lançou, em setembro deste ano, o álbum com a versão integral da ópera Prima Donna.
Depois das apresentações no Grande Auditório da Gulbenkian, a 27 e 28 de Novembro, o concerto visual de 2016.