A Temporada Gulbenkian Música 15/16 associa-se aà comemoração do 150º aniversário do compositor finlandês Jean Sibelius com um concerto dirigido pela Maestrina Convidada Principal da Orquestra Gulbenkian, Susanna Mälkki.

Jean Sibelius escreveu ao todo sete sinfonias e, como Beethoven, usou cada uma delas para criar um estilo diferente. A sétima e última sinfonia que escreveu, Sinfonia nº 7, em Dó Maior, op. 105, tem a peculiaridade de não seguir a estrutura formal das sinfonias, tendo apenas um movimento e não quatro. Esta sinfonia é igualmente especial por ter sido a penúltima obra que Jean Sibelius escreveu em 1924, tendo a último sido o poema musicado Tapiola, de 1926, apesar de ter vivido mais 30 anos de vida após esta data.

À Sinfonia nº 7 de Jean Sibelius segue-se A Canção da Terra de Gustav Mahler, uma sinfonia vocal que será interpretada neste concerto pelos meio-soprano Gerhild Romberger e pelo tenor Christian Elsner.

A Canção da Terra de Gustav Mahler foi composta em 1911, pouco antes do compositor morrer – foi o seu aluno, Bruno Walter, que estreou a peça em 1912 – provavelmente na fase mais difícil que o compositor viveu, quer em termos profissionais como pessoais: já fora da Ópera Imperial, Mahler deixa Viena e uma das suas filhas, Maria, morre com difteria. A Canção da Terra é por isso uma obra profundamente melancólica, considerada como um testamento musical de Mahler, que apresenta o confronto do compositor com a mortalidade.

Baseada em poemas chineses antigos, que prestam homenagem à terra e à natureza, A Canção da Terra testemunha também a influência do orientalismo na Alemanha neste início de século,
sentida sobretudo através de autores como Friedrich Nietzsche, Carl Gustav Jung, Sigmund Freud e Herman Hesse.

———————-
Na sexta 15 de Janeiro, às 18:00h, na Zona de Congressos, terá lugar mais um guia de audição dedicado desta vez à obra de Mahler, A Canção da Terra, por Jorge Rodrigues.