“A arte é exatamente isto: não impor uma visão apenas e deixar que cada peça cresça ao seu próprio ritmo” disse um dia Christian Zacharias a propósito da sua forma de ver a música e a interpretação.

De origem germânica, Christian Zacharias nasceu em Jamshedpur, no estado de Jharkhand, na Índia. Estudou na Academia Superior de Karlsruhe e foi aluno de piano de Irene Slavin e Vlado Perlemuter em Paris, cidade onde deu o passo mais importante para a sua internacionalização, ao ganhar, em 1975, o Concurso Ravel.

Christian Zacharias procura sempre chegar ao ritmo próprio de cada obra musical, interpretando quantas vezes for necessário a mesma peça para sentir a verdade emergir da mesma. É o que acontece no álbum Encore, gravado em 1995, no qual o pianista gravou mais de vinte interpretações da Sonata em Sol Maior, K.55, de Domenico Scarlatti, peça com que terminou grande parte dos seus concertos. Gravou também em álbum as 33 sonatas deste compositor, sendo Scarlatti sido o músico que mais o marcou.

Este pianista tem um gosto especial por ópera, tendo participado mais recentemente na produção de The Merry Wives of Windsor, na Ópera Real da Valónia, em Liège, espetáculo que recebeu o Prémio da Europa Francófona 2014/15, atribuído pela Associação Profissional da Crítica de Teatro, Música e Dança.

No domingo, dia 29 de novembro, Christian Zacharias traz à temporada Gulbenkian Música as Sonatas K. 162, 226, 193, 183 e 386 de Domenico Scarlatti, Sonatine de Maurice Ravel, Sonatas nº 87, nº 84, nº 24 e nº 88 de António Soler e por fim Scherzo nº 1, op. 20, Mazurkas op. 41, nº 1; op. 17, nº 4; op. 30, nº 4 e Notre Temps de Fryderyk Chopin.