O maestro e compositor norte-americano Timothy Brock é um especialista nas obras de concerto do início do século XX, na prática orquestral dos anos 20 e 30 e na direção ao vivo da música para filmes mudos. Em função da sua liderança artística nestes domínios, foi convidado a dirigir muitas das mais prestigiadas orquestras mundiais. As suas notáveis contribuições no campo da música para o cinema mudo incluem os restauros e publicações de A Nova Babilónia (1929) – a única partitura de Dmitri Chostakovitch para um filme mudo –, do épico italiano de Manilo Mazza, Cabiria (1913), da partitura dadaísta de Erik Satie, Entr’acte (1924), e da famosa partitura de George Antheil para Ballet mécanique (1924). O trabalho nas partituras de Charles Chaplin começou em 1998 quando Brock recebeu uma encomenda para a recuperação da música do filme Modern Times (1936). Até 2012 recuperou 12 partituras, incluindo City Lights (1931), The Gold Rush (1924) e The Circus (1928). Em 2004 transcreveu cerca de 13 horas de música original de Chaplin, recuperada a partir da descoberta recente de uma gravação em 78 rpm do próprio Chaplin compondo ao piano. Este processo resultou na recriação da partitura para o drama de Chaplin A Woman of Paris (1923), uma obra que  Brock dirigiu várias vezes em concerto.

Timothy Brock compôs mais de 60 obras orquestrais, incluindo sinfonias e concertos, além de duas óperas. Ao longo de trinta anos, compôs 27 partituras originais para filmes mudos. As encomendas incluíram Prix de beauté (Orquestra Nacional de Lyon), Steamboat Bill, Jr. (Sinfónica de Berna), Sunrise (20th Century Fox), The Cameraman (Orquestra de Câmara de Los Angeles), Burlesque on Carmen (Teatro de la Zarzuela, Madrid), e The Cabinet of Dr. Caligari (Filarmónica de Bruxelas / BMG). Ao longo de uma longa relação com a Cineteca di Bologna compôs sete partituras, incluindo Nosferatu (1922), Lady Windermere’s Fan (1925), Feu Mathias Pascal (1926) e 3 Bad Men (1926). Em 2016 dirigiu a Tönkunstler Orchester na estreia mundial da nova partitura para o épico de ficção científica de Fritz Lang, Frau im Mond (1929), uma encomenda do Wiener Konzerthaus. Em 2018 dirigiu uma nova produção de West Side Story, de Bernstein, no Teatro Comunale de Bolonha, com grande êxito do público e da crítica. Em novembro de 2019 dirigirá Lady Be Good, de Gerwshwin, no Teatro San Carlo de Nápoles.

Maio 2019