Raquel Camarinha
Soprano
Raquel Camarinha iniciou os seus estudos musicais aos cinco anos, formando-se em piano e flauta transversal. Fascinada desde sempre pelo canto e pelo teatro, realizou a sua formação vocal e teatral inicial em Portugal, tendo interpretado os seus primeiros papéis operáticos aos 19 anos (Zerlina, Barbarina), em Lisboa. Em seguida aperfeiçoou-se em França e obteve, em 2011, o Mestrado de Canto no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, na classe de Chantal Mathias, e em 2013 os Diplomas de Artista Intérprete “Canto” e “Reportório Contemporâneo e Criação”.
Desde cedo foi elogiada pela crítica pelo seu timbre fresco e luminoso, assim como inteligência do seu trabalho de atriz: “É o prodígio da voz nua de Raquel Camarinha que mais impressiona. Cantora e atriz, passando por todos os registos da voz humana, ela interpreta em todos os sentidos da palavra.” (resmusica.com)
Raquel Camarinha foi nomeada para os Victoires de la Musique Classique 2017, na categoria “Revelação Artista Lírico”, e laureada em vários concursos nacionais e internacionais: Em 2011, 1.º prémio no Concurso Nacional de Canto Luísa Todi e “Melhor Intérprete Feminino” da Armel Opera Competition (Hungria). No mesmo ano, com o pianista Satoshi Kubo, recebeu o “Prix de Duo” do Concours International de Chant-Piano Nadia et Lili Boulanger. Em 2013, foi 1º Prémio e Prémio do Público no Concurso de Canto Barroco de Froville.
Em palco, Raquel Camarinha interpreta um repertório variado, sendo especialmente considerada pela crítica nas suas interpretações de Mozart (Pamina, Susanna, Zerlina) e de Händel (Morgana, Almirena, Bellezza). Atuou em quatro temporadas consecutivas no Théâtre do Châtelet, em Paris, nas produções Il re pastore (Mozart), Orlando Paladino (Händel), La pietra del paragone (Rossini) e Carmen la Cubana (Ravel /Renshaw). Para além dos principais palcos franceses – Chorégies d’Orange, Opéra Comique, Philharmonie de Paris – apresentou-se também noutros países da Europa (Alemanha, Bélgica, Espanha, Hungria, Itália, Lituânia, Holanda, Polónia, Portugal, Suíça) e no Japão. A sua interpretação de La Voix Humaine, de Poulenc, foi elogiada pela crítica como “um espetáculo único e excecional”.
No domínio da música de câmara, colabora com o pianista Yoan Héreau, interpretando os grandes ciclos do repertório da mélodie francesa e do Lied. Em concerto, colaborou com prestigiados artistas como Renaud Capuçon, Henri Demarquette, Ophélie Gaillard, Hervé Pierre ou Brigitte Fossey, com os ensembles Intercontemporain, Pulcinella, Matheus e Remix e com maestros como T. Sokhiev, D. A. Miller, A. van Beek, R. Benzi, E. Pomàrico, Jean-Claude Malgoire e Jean-Christophe Sinoposi.
É também grande o seu interesse pelo reportório contemporâneo, tendo estreado obras de vários compositores portugueses e estrangeiros, nomeadamente duas óperas de Luís Tinoco, Evil Machines (2008) et Paint Me (2010), além de La Passion de Simone, de K. Saariaho, e Giordano Bruno, de Francesco Filidei. Desenvolve uma estreita colaboração com o compositor Benjamin Attahir, tendo estreado a ópera Le Silence des Ombres e a peça para voz, violino e orquestra Je / suis / Ju / dith.
Colabora frequentemente com a televisão e rádio em França (France 2, LCI, Arte, France Musique, Radio Classique, RFI) e e em Portugal (RTP2, Antena 2). Em 2014, a France Musique dedicou-lhe uma emissão no âmbito do programa “Génération Jeunes Interprètes”, de Gaelle Le Gallic. Em disco, Raquel Camarinha gravou para a Naxos obras para soprano e orquestra de Luís Tinoco, assim como um CD de obras contemporâneas para canto e piano intitulado “Apparitions”.