Alberto Magassela nasceu em Maputo, Moçambique, em 1966. Formou-se como Professor de Matemática e Física em 1989, atividade que desenvolveu até 1995. No ano seguinte decidiu fixar residência em Portugal. Mais tarde formou-se em Engenharia de Software e Sistemas de Informação, mas prevaleceu ininterruptamente a sua atividade profissional como ator.

Em 1980 iniciou-se no teatro amador, primeiro como aluno e mais tarde como docente. Em 1990 decidiu colaborar com o grupo M’Beu, dirigido por Evaristo Abreu, uma espécie de viveiro de atores para o Grupo Profissional Mutumbela Go-Go, de Manuela Soeiro, em Maputo. Em 1991 foi convidado pelo encenador Henning Mankell para integrar o elenco residente daquele grupo de teatro profissional. A partir daí seguiram-se várias peças, na sua maioria criações coletivas do grupo e com a colaboração dos escritores Mia Couto, Eduardo Wite, ou Nelson Saúte, entre outros. Esse período atingiu o seu auge com a criação da peça Os Meninos de Ninguém, uma peça criada integralmente a partir do trabalho de investigação de cada ator e que mais tarde foi transformada por Solveig Nordlund, resultando no filme intitulado Comédia Infantil. Durante esse período participou em festivais europeus, incluindo o Festival Internacional de Teatro (Lisboa), o Festival Internacional de Expressão Ibérica (Porto), ou Festival Internacional de Teatro de Zurique.

Em Portugal começou a colaborar regularmente com o Teatro Nacional São João, tendo-se estreado em 1996 na peça Tragicomédia de Dom Duardos, de Gil Vicente, encenada por Ricardo Pais. Desde então, trabalhou com vários encenadores, incluindo Evaristo Abreu, Henning Mankell, Giorgio Corsetti, Nuno Carinhas, Rogério de Carvalho, Natália Luísa, Miguel Seabra, João Grosso, José Wallenstein e Carlos Pimenta. Participou em várias muitas teatrais, incluindo: N’wampundlha, de Evaristo Abreu, O Grande Teatro do Mundo, de Calderón de la Barca, Noite de Reis, de William Shakespeare, Os Gigantes da Montanha, de Luigi Pirandello, Combate de Negros e De Cães, de Bernard-Marie Koltès, O Café, de Carlo Goldoni, Os Negros, de Jean Genet, Trilogia das Barcas, de Gil Vicente, A Hora em que não sabíamos nada uns dos outros, de Peter Handke, Vermelhos Negros e Ignorantes, de Edward Bond, Beiras, de Gil Vicente, O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind , Mundau de Natália Luísa, Mar me quer, de Mia Couto, Alguém Olhará Por Mim, de Frank McGuiness, ou Lisístrata, de Aristófanes.

No domínio do cinema destacam-se: Alta Saciedade de Carlos Assis (1997); O Prego de João Maia (1997); O Gotejar da Luz de Leite de Vasconcelos (2002); Tim Watcher de Ricardo da Costa Pinho (2003); Mouth to Mouth de Alison Murray, (2005); Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra de Mia Couto (2005); O Crime do Padre Amaro de Eça de Queirós (2005); Bom Dia, África de Zezé Gamboa (2009); O Último Voo do Flamingo de Mia Couto (2010). Trabalhou com os realizadores João Maia, Ricardo da Costa Pinho, Jorge Marecos, Carlos Assis, Alison Murray, Carlos Coelho da Silva e João Maia, entre outros.

 

Março 2017