Artistas Mulheres na Coleção Moderna
Esta proposta, que inclui mais de 100 obras, está organizada cronologicamente, de 1916 a 2018, e por tipologia, acompanhando os três pisos de exposição. No ano em que se assinalam os 50 anos das eleições legislativas de 1969 em Portugal, que permitiram pela primeira vez o voto sem restrições às mulheres, este percurso destaca o período anterior e posterior à Revolução de 25 de abril de 1974 através de artistas que de alguma forma combateram a política conservadora do Estado Novo. Paula Rego, Clara Menéres ou Ana Hatherly preconizam esta vontade nas suas obras. Por outro lado, esta proposta de percurso expositivo faz parte das mudanças anuais da exposição da Coleção Moderna, que pretendem convidar o visitante a um novo olhar sobre a coleção. As obras expostas, que percorrem os séculos XX e XXI, são mais de 400, incluindo aquisições recentes de Ângela Ferreira ou Grada Kilomba e também obras de Mily Possoz ou Ofélia Marques, grande parte desconhecidas do público. Numa sala inteiramente dedicada aos seus desenhos e bordados, a artista Maria Antónia Siza, prematuramente desaparecida, é mostrada pela primeira vez em Lisboa na Fundação Calouste Gulbenkian. Ilustrações para livros e revistas pertencentes à Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, realizadas sobretudo nas décadas de 1920 e 1930 por artistas mulheres, são expostas na grande vitrina do piso inferior. Também pertencentes à Biblioteca, destacamos uma série de livros de artista de produção recente e de grande diversidade temática, desde o foto-livro ao livro de exposição, passando pelo livro mais matérico e serigrafado. Com efeito, validando uma vontade urgente que o próprio meio artístico nacional impulsiona, o crescente número de obras de artistas mulheres que tem sido adquirido nos últimos anos para a Coleção Moderna do Museu Calouste Gulbenkian vem, deste modo, procurar destacar no acervo as artistas mulheres, incluindo jovens como Sara Bichão, Mariana Gomes, Ana Cardoso, Luísa Jacinto, entre outras. Por fim, este percurso lança também pistas e propõe encontros tão diversos com temáticas que passam pela autorrepresentação, a representação da mulher e de crianças, a explosão da cor, a poesia visual, o corpo e a ausência. [Texto retirado de https://gulbenkian.pt/museu/agenda/artistas-mulheres-na-colecao-moderna/]
Publicações
Material Gráfico
Documentação
abr 2019
2019
Exposições
Portugal em Flagrante. Operação 3
2017 – 2020 / Centro de Arte Moderna, Lisboa