Gravuras Modernas do Japão

Programa «Convite à Cultura Japonesa»

Exposição coletiva integrada no programa «Convite à Cultura Japonesa» e organizada pela Fundação Japão, juntamente com Embaixada do Japão em Portugal. Com esta exposição, o Japão pretendia estreitar os laços com Portugal, aproximando o público português da sua arte contemporânea, em particular da gravura, um campo com uma vasta tradição.
Collective exhibition integrated into the «Invitation to Japanese Culture» programme organised by the Japan Foundation in conjunction with the Japanese Embassy in Portugal. With this exhibition, Japan sought to strengthen ties with Portugal, exposing the Portuguese public to its contemporary art, particularly printmaking, a field with a long tradition.

Exposição organizada pela Fundação Japão e pela Embaixada do Japão em Portugal e apresentada na Galeria das Exposições Temporárias da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian. Esta mostra centrava-se num momento muito particular da história da gravura japonesa: o do seu uso por artistas contemporâneos.

A longa tradição da gravura no Japão contribuiu para que durante muito tempo este país fosse considerado o «reino da gravura», como explica Haruo Kaai no seu texto para o catálogo (Gravuras Modernas do Japão, 1990). A técnica da xilogravura – Ukiyo-e, em japonês – prosperou no período Edo (1603-1868) e influenciou a pintura europeia de finais do século XX. Contudo, com a ocidentalização e a negação da cultura tradicional, que marcaram os períodos seguintes, a produção da estampa japonesa decaiu fortemente, só recuperando o seu lugar de relevo após a Segunda Guerra Mundial.

Entre os finais da década de 50 e a década de 70 do século XX, foram desenvolvidas novas técnicas, e a gravura deixou de ser produzida exclusivamente pelo artista-gravador especializado, passando a ser utilizada menos como instrumento de reprodução e mais como medium artístico. Como esta exposição revela, através de uma seleção de obras variada, o modo de representação e as temáticas de outrora (beleza feminina, o teatro Kabuki, as cenas históricas e lendas populares, paisagens, entre outras) davam então lugar à geometrização, à abstração, e a imagens da contemporaneidade. À serigrafia Abóbora (1986), de Yayoi Kusama, uma abóbora de forma estilizada com o padrão de pontos, que se tornara a imagem de marca da artista, juntava-se, por exemplo, uma paisagem urbana de Tetsuya Noda, intitulada Diário 23 Novembro 86 para Kumamoto, ou a litografia abstrata Cores Intaglio, de Mitsuo Kanou.

Integrada no programa «Convite à Cultura Japonesa: Setembro de 1990», esta exposição pretendia aproximar o público estrangeiro da arte japonesa contemporânea, em particular de um campo com vasta tradição, e estreitar os laços entre os dois países, Portugal e Japão.

Na inauguração da mostra estiveram presentes o então presidente da República, Mário Soares, e Noboru Takeshita, primeiro-ministro do Japão entre 1987 e 1989.

Mariana Roquette Teixeira, 2018


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias

Luís Guimarães Lobato, Mário Soares, José de Azeredo Perdigão (atrás, da esq. para dir.)
Luís Guimarães Lobato, Mário Soares e José de Azeredo Perdigão (ao centro)

Documentação


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00440

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém orçamentos para catálogo, cartaz e convites, texto para o catálogo, correspondência, lista de convidados institucionais, lista de obras, convite. 1990 – 1991

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Comunicação), Lisboa / COM-S001/019-D02259

Coleção fotográfica, cor: inauguração (FCG, Lisboa) 1990


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