Arte Búlgara Contemporânea

Exposição organizada pelo Ministério da Cultura da República Popular da Bulgária, apresentada em Lisboa pela embaixada daquele país e pela Fundação Calouste Gulbenkian. Inaugurada a 4 de maio de 1984 na Galeria de Exposições Temporárias, a exposição reuniu 200 obras de pintura, desenho, gravura e escultura de 85 artistas búlgaros.
Exhibition organised by the Cultural Ministry of the People's Republic of Bulgaria presented in Lisbon by the Bulgarian Embassy together with the Calouste Gulbenkian Foundation. The show opened on 4 May 1984 in the Foundation's Temporary Exhibition Gallery, with a display of 200 paintings, drawings, prints and sculptures by 85 Bulgarian artists.

Exposição organizada pelo Ministério da Cultura da República Popular da Bulgária, apresentada em Lisboa pela Embaixada da República Popular da Bulgária e pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG).

A exposição inaugurou a 4 de maio de 1984 na Galeria de Exposições Temporárias (piso 0) da Sede da Fundação Calouste Gulbenkian, e contemplou 200 obras de pintura, desenho, gravura e escultura, produzidas por 85 artistas búlgaros. A grande maioria destas obras foi cedida pela Galeria de Belas-Artes de Sófia (Sofia Art Gallery), cujo diretor, Atanas Neikov, assegurou o comissariado da exposição.

A exposição, cujo planeamento se iniciou em março de 1983, estaria pensada para inaugurar conjuntamente com o roseiral oferecido à FCG pela municipalidade de Sófia, plantado nos jardins da Fundação. No âmbito desta exposição, inaugurou ao mesmo tempo na FCG uma outra, do pintor Vladimir Dimitrov (1882-1960), promovida em paralelo.

Embora oficialmente a iniciativa da exposição apareça associada ao Ministério da Cultura da República Popular da Bulgária e ao Conselho Municipal de Sófia, a documentação indicia que a ideia de apresentar paralelamente uma exposição de arte contemporânea e uma outra de arte clássica ou naturalista (do pintor Vladimir Dimitrov) partiu da Fundação Calouste Gulbenkian (Carta de José de Azeredo Perdigão para Christo Gueorguiev, 4 abr. 1984, Arquivos Gulbenkian, SEM 00289).

Existe ainda informação sobre a intenção da FCG de apresentar na Galeria do Museu Calouste Gulbenkian a exposição «Tesouros da Trácia», no âmbito da visita do presidente da República da Bulgária a Portugal, mas esta iniciativa não se concretizaria.

No texto de introdução ao catálogo da exposição, Atanas Neikov alude à arte búlgara como tendo «um carácter próprio: uma sensibilidade profunda e típica, uma vivência pictórica, escultórica e gráfica diferentes das que se encontram nas artes dos outros países» (Arte Búlgara Contemporânea, 1985). O restante corpo do catálogo é constituído por reproduções de obras expostas, fotografadas por Mário de Oliveira e agrupadas por autor.

A exposição teve uma boa cobertura na imprensa nacional, que em alguns casos optou pelo tom panegírico e apelou à sua visita. Cite-se, a título de exemplo, O Diário, que a considerou «espantosa e fascinante», declarando: «[…] esta exposição é para ir ver já hoje» (H. F., O Diário, 13 mai. 1984).

No Diário de Notícias, Manuela de Azevedo opta por fornecer «brevíssimas informações de enciclopédia», a fim de melhor enquadrar a mostra e os seus critérios. Alude para tal a determinismos históricos e geopolíticos que contribuíram para moldar a cultura e a arte búlgara, contrapondo alguns estereótipos produzidos pelo socialismo com as tendências da arte europeia. Porém, adverte: «Não se julgue, entretanto, que a exposição (prejudicada pela inclusão de peças sem significado maior) revela apenas o culto da natureza, porque outros mundos, o das fábricas, o dos costumes e o da família, por vezes o clima religioso, recordando os pintores de ícones estereotipados, são, ao lado de algum neofigurativismo, imagens da força do trabalho, do amor e da alma búlgara, tentando defender-se de uma arte academizante.» Destaca ainda as «excelentes gravuras a preto e branco» ali reunidas, e, na escultura, salienta que «as melhores peças (pequenas e preciosas) são um apelo à memória da obra dos Maillol, dos Moore, dos Paolozzi, o que faz pensar não quererem os seus autores ser por efemérides conotados com a arte ocidental, visto terem sido banidas, em todas elas, as datas da sua criação.» (Azevedo, Diário de Notícias, 17 mai. 1984)

Os catálogos das exposições «Arte Búlgara Contemporânea» e «Vladimir Dimitrov» seriam igualmente considerados «dois excelentes catálogos, que demonstram com a sua apresentação, o valor e a importância das duas exposições da arte búlgara agora apresentadas na Gulbenkian» (O Dia, 11 mai. 1984).

Carolina Gouveia Matias, 2017


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Publicações


Material Gráfico


Fotografias


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM 00289

Pasta com documentação referente à produção das exposições: «Arte Búlgara Contemporânea» e «Vladimir Dimitrov». Contém convites, orçamentos, correspondência interna e externa, material para os dois catálogos e recortes de imprensa. 1983 – 1985

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00435

5 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00436

4 provas, cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00437

6 provas, p.b.: aspetos (FCG, Lisboa) 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00438

23 provas, p.b., cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00439

23 provas, p.b., cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1984

Arquivos Gulbenkian (Serviço de Exposições e Museografia), Lisboa / SEM-S007-P0141-D00440

65 provas, p.b., cor: aspetos (FCG, Lisboa) 1984


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