Visando dar a conhecer ao público francês a originalidade da pintura de Nikias Skapinakis (1931-2020), esta exposição reuniu um conjunto representativo do seu percurso artístico, com recurso ao empréstimo de obras junto de muitos colecionadores privados.
Aiming to make the French public aware of the originality of the paintings by Nikias Skapinakis (1931-2020), this exhibition brought together works representative of his artistic career, loaned by several private collectors.
Exposição do pintor figurativo Nikias Skapinakis (1931-2020), à data praticamente desconhecido em França, organizada pelo Centre Culturel Portugais (CCP) e comissariada pelo seu diretor, Joaquim Veríssimo Serrão, contando ainda com o projeto museográfico de José Sommer Ribeiro, diretor do Serviço de Exposições e Museografia da Fundação Calouste Gulbenkian.
Inaugurada em 19 de janeiro de 1972, esta não foi, contudo, uma estreia de Nikias Skapinakis no CCP, uma vez que já aí havia participado numa exposição coletiva dedicada à gravura, Gravure Portugaise Contemporaine, em 1969. Procurava-se, assim, dar a conhecer ao público francês a originalidade da pintura de Skapinakis, ainda que esta exposição não fosse caso isolado no programa de internacionalização da obra do artista (que incluía já EUA, Suíça, Itália, Espanha, Brasil, entre outros).
A exposição reuniu obras realizadas ao longo de quase duas décadas (entre 1952 e 1971), versando essencialmente paisagem, naturezas-mortas e retrato de figuras do meio intelectual português. Trabalhos com temáticas mais individualizadas, nomeadamente uma série relacionada com temas circenses, incorporaram igualmente a exposição, bem como óleos e algumas obras a guache, realizadas entre 1968 a 1971.
Segundo o historiador e crítico de arte José-Augusto França (1922): «Skapinakis est d’abord un peintre de natures-mortes et de paysages urbains considérés comme des natures-mortes. Il est également un peintre de portraits et il deviendra un peintre de figures.» (Nikias Skapinakis. Peintures, 1972)
De forma a congregar um conjunto de obras representativo do percurso artístico de Nikias Skapinakis, houve necessidade de recorrer a muitos emprestadores e colecionadores privados. O facto de a obra de Skapinakis se encontrar dispersa por tantos colecionadores confirmava, de resto, o interesse que os seus trabalhos suscitavam, especialmente em Portugal.
O catálogo da exposição constitui um importante recurso monográfico sobre a obra de Nikias Skapinakis, compreendendo o contributo de José-Augusto França, no texto do catálogo, e algumas reproduções, a cores, das obras do pintor.
Filipa Coimbra, 2016
Exhibition of the figurative painter Nikias Skapinakis (1931), then practically unknown in France, organized by the Centre Culturel Portugais (CCP) and curated by its Director, Joaquim Veríssimo Serrão, supported by the museographic project of José Sommer Ribeiro, Director of the Exhibition and Museography Department of the Calouste Gulbenkian Foundation (FCG).
This exhibition, inaugurated on 19th January 1972, was not a debut for Nikias Skapinakis at the CCP, since he had already taken part in a collective exhibition dedicated to engraving, Gravure Portugaise Contemporaine, in 1969. This event intended to acquaint the French public with the originality of the Skapinakis painting; however, this exhibition was also part of the internationalization program of his work (USA, Switzerland, Italy, Spain, Brazil, among others).
In this individual exhibition, works displayed spanned almost two decades (between 1952 and 1971), dealing essentially with landscape, still life and portraits of individuals from the Portuguese intellectual milieu. These selected works also include more individualized themes such as a series of motifs related to circus themes. In this exhibition, in addition to oils, there are also some gouache works, made between 1968 and 1971.
According to historian and art critic José-Augusto França: "Skapinakis is first of all a painter of still lifes and urban landscapes considered as still-lifes. He is also a portrait painter and he will become a figures painter" (Nikias Skapinakis. Peintures, 1972).
The exhibition sought to bring together a considerable number of representative works of the artistic journey of Nikias Skapinakis, resorting for this purpose to many private lenders and collectors. The dispersion of Skapinakis' work by so many collectors also gave a clear idea of the interest and demand of his works, a fact that was found mostly in Portugal.
The exhibition catalogue is an important monographic resource about the work of Nikias Skapinakis, with the contribution of José-Augusto França in the catalogue text, and with some colour reproductions of the painter's works.