A exposição de documentação fotográfica «Poetry of Stones. ANI: An Architectural Treasure on Cultural Crossroads» foi um projeto apoiado pelo Serviço das Comunidades Arménias da Fundação Calouste Gulbenkian, sob a direção de Razmik Panossian desde 2013, integrado num dos vetores do seu plano estratégico: «o de melhorar as relações arménio-turcas, mediante o apoio a projetos que fomentem uma compreensão mútua da sua longa história partilhada.» (Relatório e Contas. FCG. 2018, 2019, p. 142)

Uma exposição constituída por um conjunto de fotografias e registos vídeo das diversas campanhas arqueológicas desenvolvidas ao longo de vários anos de investigação científica na cidade medieval de Ani (então, situada em território arménio e atualmente na província de Kars, na Turquia) e inscrita como Património Mundial da UNESCO, em 2016. Para além do objetivo de divulgar os vestígios arqueológicos e estudos científicos associados, a mostra pretendia alertar para a necessidade de salvaguardar a memória cultural do povo arménio e reforçar a especificidade da sua identidade histórica.  Para tal, foi constituída uma comissão científica que reuniu diversos historiadores, arqueólogos e arquitetos com trabalho de investigação centrado no estudo da herança cultural e patrimonial das antigas comunidades arménias: Carsten Paludan-Müller, Armen Kazaryan, Yavuz Özkaya, Alin Pontioğlu, Ashot Mirzoyan, Vedat Akçayöz.

O objetivo do projeto curatorial era apresentado no texto da folha de sala, que acompanhava a itinerância da exposição e cujo conteúdo foi profusamente divulgado nos diversos canais digitais de notícias: «the structures carrying great historical and architectural significance, located in Ani and its surroundings beyond the glorious city walls, are under the risk of complete destruction in the very near future. This exhibition intents to draw attention to the need for further support to save the treasures in and around Ani for future generations while presenting the glorious cultural heritage of Ani. Like for the works done so far, the importance of the collaboration of experts from Turkey and Armenia for future works is once more exposed with this exhibition» (Poetry of Stones. ANI: An Architectural Treasure on Cultural Crossroads [folha de sala], 2018, Arquivos Gulbenkian, ID: 168075).

De cariz itinerante, a mostra foi inicialmente apresentada na cidade de Istambul, Turquia, na galeria Depo, espaço cultural apoiado pela organização cultural sem fins lucrativos Anadolu Kültür, promotora deste projeto expositivo, e inaugurada no dia 13 de março de 2018. Entre 12 de julho e 26 de agosto desse mesmo ano, esteve patente ao público na cidade de Yerevan, Arménia, no National Museum/Institute of Architecture e nos anos seguintes, entre 21 de fevereiro e 26 de maio de 2019, foi apresentada na cidade de Ancara, Turquia, no Erimtan Archaeology and Arts Museum, e de 6 de dezembro de 2019 a janeiro de 2020, na cidade de Kars, Turquia, no Namik Kemal House Cultural Center.

Como programação associada, a comissão científica que assegurou o comissariado da exposição organizou uma mesa redonda sobre o tema no dia 14 de março de 2018, na galeria Depo (Istambul), com a participação de Carsten Paludan-Müller, Armen Kazaryan e Yavuz Özkaya e uma conferência, intitulada «Ani and its surroundings: current research and conservation practices», realizada no Erimtan Archaeology and Arts Museum, em Ancara, no dia 18 de maio de 2019, com Alin Pontioğlu, Armen Kazaryan, Philippe Dangles e Yavuz Özkaya como oradores.

A exposição foi divulgada nos canais digitais das instituições em que a mostra foi sendo organizada ao longo do seu programa de itinerância. Entre os diversos exemplos disponíveis para consulta, destacam-se: a notícia apresentada no website da Anadolu Kültür com uma sinopse do projeto e com imagens do espaço expositivo, a página da exposição no website da Depo (Istambul) e do Erimtan (Ancara), com informação e imagens sobre a exposição e sobre a programação paralela, o website do ateliê de design, Pattu, responsável pela museografia, a referência na plataforma Yabangee (canal digital sediado na Turquia mas disponibilizado em língua inglesa) ou, por fim, a reportagem sobre o projeto expositivo, disponibilizada online pelo canal televisivo Shoghakat, com muitas imagens e com depoimentos dos investigadores responsáveis. 

Isabel Falcão, 2022