Antonio Seguí. Pintura e Escultura

Exposição retrospetiva da obra do artista argentino Antonio Seguí (1934). Reuniu pinturas e esculturas produzidas ao logo de cerca de trinta anos de atividade. Resultou de uma colaboração entre a Fundação Calouste Gulbenkian e a Europ’art, entidade parisiense que intermediou a exposição das 63 obras no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão.
Retrospective exhibition of the work of Argentinian artist Antonio Seguí (1934) featuring 63 paintings and sculptures from a period spanning around 30 years of the artist’s career. The show, staged at the Modern Art Centre José de Azeredo Perdigão, resulted from a collaboration between the Calouste Gulbenkian Foundation and Europ’art, Paris.

A ideia de realizar uma retrospetiva de Antonio Seguí (1934) na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) remonta a meados 1993. É ainda José Sommer Ribeiro, então diretor do Centro de Arte Moderna da FCG, quem recebe a proposta da parte de Oriana Fierro-Schaub, membro da agência parisiense Europ'art e comissária desta iniciativa.

Pensada inicialmente para ser preparada durante 1994, a mostra seria, no entanto, adiada para 1995, tendo em conta o previsível volume de trabalho que a iniciativa Lisboa, Capital Europeia da Cultura de 1994 exigiria à Fundação (Carta de José Sommer Ribeiro para Oriana Fierro Schaub, 14 dez. 1993, Arquivos Gulbenkian, CAM 00337).

Seria Jorge Molder quem, iniciando funções como diretor do CAM nesse ano, ficaria responsável por dar continuidade à retrospetiva de Seguí. Com organização do então já rebatizado Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), a exposição inaugura finalmente a 24 de outubro de 1995, na Galeria de Exposições Temporárias da Sede da FCG (piso 01). Apesar do encerramento inicialmente previsto para 30 de novembro, seria prolongada até 23 de dezembro desse mesmo ano (Carta de Oriana Fierro Schaub para Rita Lopes Ferreira, 27 set. 1995, Arquivos Gulbenkian, CAM 00337).

O contrato de empréstimo, coassinado entre o CAMJAP, a Europ'art e o artista, lista um total de 75 peças que terão viajado até Lisboa. Esse acervo dividia-se por 13 trabalhos escultóricos (11 bronzes, um deles pintado a óleo, e duas peças em madeira pintadas a óleo), 42 pinturas a óleo, sobre tela ou sobre papel (caso das 10 peças da série Paris Journal), sete trabalhos a pastel, cinco gravuras e oito relevos, ora em madeira, ora em cartão (Contrato, 20 dez. 1994, Arquivos Gulbenkian, CAM 00337). A documentação consultada sugere que a essas obras do autor se adicionou um vídeo a exibir no espaço expositivo (Nota interna de Rui Sanches para os Serviços Centrais FCG, 19 out. 1995, Arquivos Gulbenkian, CAM 00337).

Datadas entre 1963 e 1992, as peças terão deixado patente, no seu conjunto, a abordagem da figuração que caracteriza a obra de Seguí desde o final dos anos de 1950. Essa abordagem é pautada por um diálogo com os novos cambiantes que a Pop Art ou o Nouveau Réalisme iam lançando na aproximação do universo das artes visuais à cultura de massas. No caso deste autor, seriam a banda desenhada, a ilustração e a tradição da caricatura da sua Argentina natal a serem frequentemente apontadas como pano de fundo para o olhar irónico que a sua arte lança à sociedade de consumo.

Estes e outros valores da obra de Seguí são aprofundados no texto «Antonio Seguí. Inventor de símbolos numa época ecléctica», escrito em 1990 pelo crítico de arte e amigo do artista Damián Bayón e publicado no jornal de exposição editado pela FCG para esta ocasião (Antonio Seguí, 1995). Esse material encontra-se atualmente disponível para consulta na Biblioteca de Arte da FCG.

A 4 de novembro de 1994, José Luís Porfírio publica uma crítica no Expresso onde, apesar de uma apreciação pouco positiva ao projeto expositivo, destaca entusiasticamente a obra deste artista de referência para a arte da diáspora sul-americana na segunda metade do século XX (Porfírio, Expresso, 4 nov. 1995).

Daniel Peres, 2019


Ficha Técnica


Artistas / Participantes


Eventos Paralelos

Visita(s) guiada(s)

António Seguí

2 nov 1995 – 21 dez 1995
Fundação Calouste Gulbenkian / Edifício Sede – Galeria de Exposições Temporárias (piso 01)
Lisboa, Portugal

Publicações


Material Gráfico


Documentação


Periódicos


Fontes Arquivísticas

Arquivos Gulbenkian (Centro de Arte Moderna), Lisboa / CAM 00337

Pasta com documentação referente à produção da exposição. Contém correspondência interna e externa; contrato celebrado entre as entidades organizadoras e o artista; orçamentos e seguros; tradução do texto de Damián Bayón que integrou o jornal de exposição, editado por ocasião desta exposição. 1993 – 1995


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