Uma Vida nas Artes Decorativas em Portugal. Homenagem a Maria Helena Mendes Pinto

Vídeo realizado no âmbito da exposição com o mesmo nome patente na FCG no ano de 2003. Divide-se em dois capítulos: «Uma Vida nas Artes Decorativas de Portugal» e «A Exposição». O primeiro é constituído por entrevistas e depoimentos da própria homenageada e dos vários intervenientes e responsáveis pela exposição. Depoimentos (por ordem de entrada) de João Pedro Garcia, Maria Helena Mendes Pinto, José Blanco, Maria Fernandes Passos Leite, Maria Madalena Ataíde de Garcia, Maria Conceição Borges de Sousa, Maria Fernanda Matias, Emílio Rui Vilar e Mariano Piçarra.

A vida, a personalidade e o estimulante trabalho de Maria Helena Mendes Pinto são descritos pelos seus pares, assim como a sua ligação e colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian (a partir de 1992), que, no ano de 2003, a homenageou com a exposição «Peregrinações».

Maria Helena Mendes Pinto ajudou a preservar a memória de Portugal, que é também a da Índia. Pelo estudo que dedicou ao mobiliário e às artes ornamentais indo-portuguesas, viabilizou constantes diálogos e reencontros interculturais entre a cultura nacional e a oriental.

No segundo capítulo do vídeo (interativo) é dada uma visão completa da exposição e dos vários núcleos expositivos.

O Núcleo I, «As Misericórdias do Algarve», mostrou o trabalho exaustivo de levantamento do património artístico existente naquelas Instituições.

O Núcleo II, «José Francisco de Paiva», foi dedicado a um estudo sobre uma coletânea de desenhos da autoria do arquiteto José Francisco Paiva (1744-1824), adquirida pelo grupo dos Amigos do Museu de Arte Antiga em 1971, por indicação de Maria Helena.

O Núcleo III, «Sala Patiño», reportou outra importante colaboração, em 1974, de Maria Helena Mendes Pinto ao MNAA: a instalação da sala doada por Antenor Patiño (1896-1982) com arte ornamental francesa do século XVIII.

Colchas bordadas do Museu Nacional de Arte Antiga (Índia, Portugal, China, séculos XVI-XVIII) integram o Núcleo IV, que agregou também um estudo de têxteis bordados do MNAA (com destaque para colchas indo-portuguesas) e um estudo complementar sobre peças de mobiliário indo-português, numa interessante comparação dos mesmos motivos decorativos presentes em suportes diferentes, o têxtil e a madeira.

O Núcleo V, «Artes Decorativas em Portugal», remetia para uma importante exposição de 1979, intitulada «Artes Decorativas no Museu Nacional de Arte Antiga/séculos XV-XVIII», e para o rico acervo desse museu.

O Núcleo VI evocou a exposição «De Goa a Lisboa», realizada no MNAA em 1980, na qual Maria Helena Mendes Pinto ficou encarregada da seleção das peças, guião expositivo e textos complementares.

O Núcleo VII apresentou diversos testemunhos, mas sobretudo as peças Namban que diretamente evidenciam a presença portuguesa no Japão.

Em 1983, na «XVII Exposição Europeia de Arte, Ciência e Cultura. Os Descobrimentos Portugueses e a Europa do Renascimento», evocada no Núcleo VIII, e que se distribuiu por cinco locais, destacavam-se duas colaborações de Maria Helena: uma na Casa dos Bicos e outra no Mosteiro dos Jerónimos.

No Núcleo IX evocou-se um importante marco: a existência, pela primeira vez, de uma exposição permanente de mobiliário português no MNAA, também organizada por Maria Helena.

No Núcleo X selecionaram-se alguns objetos representativos das semelhanças e divergências de algumas linhas dominantes que caracterizavam o mobiliário português daqueles séculos: uma cadeira indo-afro-portuguesa; um contador de provável origem goesa; uma Virgem com o Menino sino-portuguesa em marfim e um biombo com uma narrativa da chegada dos portugueses ao Japão.

Foi ainda destacado no Núcleo XII, «Diplomatas no Japão — A Memória dos Objectos», um kimono, traje típico japonês e emblemático dos costumes orientais.

No sentido de evocar a amplitude e o papel fundamental da ação missionária desenvolvida pelos portugueses no Japão, foram selecionadas três peças, no Núcleo XIII, para ilustrar essa atividade: dois cofres decorados em laca negra, madrepérola e ouro e um oratório portátil, marcado com o emblema dos Jesuítas e uma pintura sobre cobre.

No Núcleo XIV, procurou-se demonstrar, segundo uma lógica geográfica, as etapas e rotas do caminho percorrido pelos portugueses de Lisboa ao Japão, através da forma, materiais e técnicas de algumas obras de arte características.

Compreendendo o vasto património cultural no âmbito da arte sacra (testemunha da longa presença portuguesa na Índia), a FCG encarregou Maria Helena, em 1992, de coordenar um projeto de salvaguarda desse património, selecionando as peças que viriam a integrar o primeiro museu de arte cristã, inaugurado dois anos depois em Goa, então evocado no Núcleo XV, «Museu de Arte Sacra Indo-portuguesa de Rachol».

No Núcleo XVI, evocativo da exposição «Vasco da Gama e a Índia» (1998), em que mais uma vez Maria Helena foi convidada pela FCG a integrar o comissariado, selecionou-se o crucifixo indo-português com calvário, que constitui mais um testemunho da missionação portuguesa no Oriente.

O Núcleo XVII, «Museu Indo-português de Cochim» dava a conhecer a concretização do ambicioso projeto de construção de um museu de raiz, junto ao Paço Episcopal de Cochim, em resposta ao pedido formulado à FCG pelo anterior bispo D. Joseph Kureethara (1929-1999). Mais uma vez, Maria Helena Mendes Pinto foi solicitada para aquele projeto, que se revelou complexo e moroso, desenvolvendo-se ao longo de cinco anos.

Finalmente, o Núcleo XVIII, o último destacado no vídeo e igualmente o último da exposição, reportava uma das iniciativas levadas a cabo pela FCG: a exposição «Traditional Arts of Portugal», realizada em 2002 em Jacarta, que contribuiu para assinalar o restabelecimento das relações diplomáticas e os laços culturais entre os dois países, e cujo comissariado Maria Helena foi novamente convocada a integrar.

Realização
Paulo Seabra
Edição
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Olhapim Edições, 2003
Duração
1 h 12 min 18 s
Participante(s)
Emílio Rui Vilar, José Blanco, João Pedro Garcia, Maria Conceição Borges de Sousa, Maria Fernanda Matias, Maria Fernanda Passos Leite, Maria Helena Mendes Pinto, Maria Madalena Ataíde de Garcia, Mariano Piçarra
Proveniência
Arquivos Gulbenkian (Serviço de Belas-Artes), Lisboa / CDVD 1044
Direitos
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