Documentário sobre a Exposição Portugal e a Pérsia, no âmbito das comemorações do 2500.º aniversário da fundação da monarquia no Irão. Realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, entre julho e agosto de 1972, a exposição tinha como objetivo testemunhar as relações entre o Estado Português e a Pérsia na Idade Moderna.

O vídeo, sem som, mostra imagens da sala e dos vários suportes utilizados. Podemos observar retratos, cartografia (com os trajetos aproximados dos navegadores), crónicas, gravuras, iluminuras, fotografias e objetos de arte (sobretudo cerâmica e têxteis).

Do extenso conjunto de retratos (monarcas portugueses, xás persas, etc.), destaca-se o do vice-rei e governador da Índia Afonso de Albuquerque. Terá sido um dos principais responsáveis pela conquista definitiva da cidade de Ormuz em 1515, onde os portugueses se foram estabelecendo no sistema de comércio marítimo local e desenvolvendo as suas próprias redes de distribuição. Da antiga cidade portuguesa, podemos ver reproduções das fortalezas aí construídas (ex.: Gaspar Correia, Lendas da Índia, c. 1556) e os diferentes hábitos aí adotados. No fólio do célebre Códice Casanatense, elaborado no século XVI, são representados quatro portugueses que desfrutam uma refeição no interior de um tanque, com o intuito de suportarem as altas temperaturas do Golfo Pérsico.

Além da ampla documentação da época e de relatos de embaixadas, foram exibidos produtos materiais destes diálogos. Muitos tapetes de nós, tecidos pelos hábeis artesãos persas, acabariam por ser distribuídos da capital portuguesa para toda a Europa. Centenas, senão milhares, permaneceram em Portugal, utilizados como adereços de luxo, quer pela nobreza, quer pelas instituições religiosas. Os diversos tapetes persas exibidos na exposição, entre eles o raríssimo exemplar com a decoração de combates de animais da Coleção do Fundador, confirma este gosto comum das duas culturas pela produção têxtil.