Vista de Angra

N.º Inv.
ADP484
Data
1934
Materiais e técnicas
Óleo sobre tela
Medidas
46,4 x 38,5 cm
Proveniência
Coleção privada
Inscrições

«A. Dacosta»
[frente, canto inferior direito]

«”Vista de Angra”
Foi pintado
aí por 1934
e assinado em
1988 A. Dacosta»
[verso, grade]

Esta pintura faz parte de um segundo ciclo de produção da sua primeira fase, que decorreu por volta de 1934, depois de várias pinturas em tabuinhas por volta de 1928. Denota-se neste segundo ciclo, uma outra truncagem dos espaços, mais complexa. Esta é a obra maior desta fase e a única conhecida sobre tela, revelando outras ambições. Pode-se considerar que este segundo ciclo de produção, que foi acompanhado de desenhos de retrato, tinha já outro significado e ambição. Por um lado, foi uma produção de trabalhos para a sua primeira apresentação pública de obras, a «Grande Exposição de Pintura, Desenho e Fotografia» apresentada no Palácio do Governo Civil de Angra, com inauguração a 28 de outubro de 1934, no âmbito do Torneio Literário e Artístico Açoreano organizado pelo poeta e historiador Gervásio Lima, bibliotecário da Câmara Municipal de Angra. António Dacosta apresentaria um retrato a carvão (Retrato do Tio Carlos [ADD412]) e cinco óleos de paisagens da Terceira e ganharia o Prémio da Livraria Ferin de Lisboa, que consistiu em dois livros sobre arte: Monumentos e Escultores. Por outro lado, fazia parte de preparação de António Dacosta que, tendo já terminado os estudos na Escola Industrial e Comercial de Madeira Pinto (em 1932), preparava-se então para se candidatar à Escola de Belas-Artes de Lisboa, que começaria a frequentar nos finais do ano seguinte. Nesta fase ainda assinava «A. da Costa» ou «António da Costa».

Esta panorâmica aérea sobre a cidade de Angra do Heroísmo, vista de norte para sul, deve ter sido tomada perto do alto da Memória, monumento local. Tal se indica pela perspetiva da cabeceira Igreja de Nossa Senhora do Carmo e, mais ao longe, a fachada da Igreja do Santíssimo Salvador da Sé. Por detrás do casario vislumbra-se parte do Monte Brasil. O pintor define a profundidade através da relação entre o plano da rua e do muro, o plano do casario, e o plano do Monte Brasil, com os quais procura jogos diferenciados de mancha e cor, mas a principal exploração está na truncagem e sobreposição que o arvoredo do primeiro plano faz com o recorte da vista de Angra, obrigando a «espreitar» a cidade.

O pintor foi oferecendo estas obras a familiares e amigos, pertencendo várias a colecionadores particulares. Esta obra, que data de 1934, só terá sido assinada em 1988 quando o pintor a ofereceu a Fernando Moutinho, tendo depois pertencido à sua esposa, Maria Fernanda Costa de Castro. Posteriormente foi adquirida em leilão por um colecionador particular.


Exposições


Bibliografia


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