Esta obra faz parte da série Ilha, produzida entre os finais da década de 1970 e inícios da década de 1980, que foram expostas em sequência espacial na primeira apresentação da série, na exposição individual na Galeria 111, em 1983.

Na década de 80, António Dacosta vai buscar inspiração a um lugar onde já havia vivido num tempo passado, a ilha (Açores, Angra, Terceira). Em vários momentos desta década, o pintor sublinhou ser importante para a sua obra essa «qualidade de Açoriano da Ilha Terceira», sobretudo no contexto comemorativo da homenagem da II Bienal dos Açores (1987) e da retrospetiva apresentada na Fundação Calouste Gulbenkian e na Casa de Serralves (1988). Tendo afirmado: «Vivi nesta ilha [Terceira] tantos anos quantos foram necessários para que o seu contorno físico e espiritual se confundissem de certo modo com a minha imagem do Mundo» («De Dacosta – No Município da sua Cidade Natal», 1988), e acrescentando: «todos nós somos feitos de memória. Acho perfeitamente natural que o lugar privilegiado da minha se inscreva na geografia íntima de tais palavras: Ilha, Açores, Arquipélago…» (Oliveira, «António Dacosta (entrevista). Nada nasce do Nada. Pintar não é mais importante que ler ou jogar às cartas», 1987).

Os Açores seriam assim uma temática privilegiada na pintura de Dacosta ao longo da década de 1980, englobando esta obra, uma de muitas com o título Ilha. Esta pertenceu à Galeria 111, tendo mais tarde sido adquirida por um colecionador particular.