A obra Assinatura “Goya”, produzida em finais da década de 80 e oferecida por António Dacosta à artista plástica Lourdes de Castro, poderá ter sido o primeiro exercício em que o pintor começou a pensar a série Assinaturas. Com os materiais económicos de estudo, Dacosta simulava um fundo de folhas de ouro que pensava para as obras de maior escala. A assinatura atravessa diagonalmente a composição, afirmando-se como a questão essencial desta série. «Goya» é o único caso de um pintor que não pertence à Escola Portuguesa e que não corresponde aos séculos XV e XVI, como será dominante nos restantes exercícios da série, o que nos faz pensar nesta como uma obra inicial que lançava a série que se iria centrar no que a historiografia de arte tem chamado os Primitivos Portugueses. Pode considerar-se que o projeto das Assinaturas constituiu a última série projetada por Dacosta, razoavelmente descortinável, apesar de ter ficado apenas em pequenos exercícios sobre papel e sem nunca passar para as grandes superfícies pictóricas, como era seu desejo. (Dias, 2016, p. 318).