Esta obra pertence à série Açoriana, realizada entre 1986 e 1990. A série foi apresentada pela primeira vez, com várias obras, na exposição de António Dacosta na Fundação Calouste Gulbenkian e na Casa de Serralves, em 1988. De acordo com a informação presente no catálogo,  na altura da exposição a pintura pertencia à Galeria 111, tendo sido posteriormente adquirida por Carmo Sousa Lima.

A série é composta por seis pinturas que exploram atmosferas impressivas e pesadas, na saturação fria de azuis acinzentados, dentro da sua expressão na segunda metade da década de 1980, com alusão aos Açores. A fusão dos elementos, Terra, Mar e Céu, é tratada de modo particular nesta série, partindo de um interesse do pintor em obter efeitos de textura a partir da matéria cromática. Podemos ainda encontrar a figura de uma ave, elemento recorrente na obra de Dacosta – neste caso, o Açor – absorvido pela impressão da paisagem atmosférica, que contrapõe a simbologia religiosa das suas pombas da mesma época com uma dimensão da «natureza profana» (Dias, 2016, p. 276) dos Açores.