A Chuva de Oiro, de 1984, foi apresentada na exposição de António Dacosta na Galeria Zen, no mesmo ano, e mais tarde adquirida pelo Ministério da Cultura, passando a integrar a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado.

Nesta pintura encontramos alguns animais recorrentes na obra de Dacosta, que lhe dão um certo tom de fábula. Podemos observar o macaco, também presente em obras como Pós de Perlimpimpim de 1983 [ADP161], O Fio e a Agulha de 1984 [ADP180] ou Quadro Melodramático com dois Macacos [ADP184] do mesmo ano. Encontramos também uma ave, e o recorte de uma figura antropomórfica, cujo o género não conseguimos definir. Esta é iluminada por um feixe de luz, que tanto poderá ser «a língua de fogo que imbuiu os Apóstolos e Maria de Espírito Santo, no Pentecostes, como a chuva de ouro, fecundadora do mito de Dánae e Zeus», mas em ambos os casos é vista como «um elemento de união entre céu e terra» (Saraiva, 2010, p. 68).