Uma das últimas e a maior peça da série Em Louvor de…
«Uma das últimas e a maior peça da série Em Louvor de… (1986) é dominada por uma figura feminina escurecida de costas à esquerda, monumental na sua mancha que mais parece um eremita ou sacerdote. Em seu torno apresenta signos insistentes de séries anteriores, como a Memória no horizonte, a Fonte de Sintra em baixo ao centro, uma escada à direita como símbolo de ascensão, e a carcaça de carne da cabeça de bezerro, que caracteriza a série, em baixo à esquerda. Este rodopio de referências sublinha a dimensão de convergência sincrética e catártica do quadro. […]
Divergente e de maiores dimensões perante os restantes quadros da série, é uma espécie de elemento congregador, elo de ligação das restantes obras da série, que pairam na sua órbita. […]
Em baixo, como que separando céu e terra, eterno e efémero, uma figura de costas, entre a culpa e a melancolia, vê-se rodeada de signos dispersos, culminando à direita na carcaça da cabeça do animal — despojos da festa a que a Memória assiste na passagem dos tempos.»
(DIAS, 2016, pp. 290-291)
Bibliografia
Obras Relacionadas
![](https://cdn.gulbenkian.pt/dacosta/wp-content/uploads/sites/44/2022/07/ADP244_ed-576x704.jpg)