«[…] o quadro Melancolia, de 1942, é uma obra-chave, não só por reificar o sentimento subjacente a toda a obra de Dacosta, mas também pelos meios plásticos utilizados para efectuar a transição entre os dois tipos de espaço. Dividido ao meio, separando duas formas de representação (uma mais ou menos naturalista e outra sugerindo De […]

António Dacosta. Yes and No, In Other Words / Não Há Sim Sem Não. Hamilton: The Bermuda National Gallery, 1999

«[…] o quadro Melancolia, de 1942, é uma obra-chave, não só por reificar o sentimento subjacente a toda a obra de Dacosta, mas também pelos meios plásticos utilizados para efectuar a transição entre os dois tipos de espaço. Dividido ao meio, separando duas formas de representação (uma mais ou menos naturalista e outra sugerindo De […]

António Dacosta. Yes and No, In Other Words / Não Há Sim Sem Não. Hamilton: The Bermuda National Gallery, 1999

«A alusão imediata é, evidentemente, a Vulcano, o deus greco-romano do fogo. O nu feminino em contraposto e em primeiro plano, com a árvore por detrás, sugere uma sobreposição da iconografia de Vénus, esposa infiel de Vulcão, com a de Eva. Esta imagem parece reforçar a ideia de uma corrente misógina no Surrealismo que polariza […]

António Dacosta. Yes and No, In Other Words / Não Há Sim Sem Não. Hamilton: The Bermuda National Gallery, 1999

«António Dacosta enviou de Paris dois pequenos quadros abstracionistas não geométricos, realizados em 1948, na sequência de pinturas re-expressionistas, de apontamento rápido. Os títulos ironizavam o resultado pictural: “Espaço Ocupado” e “Cuidado com os Filhos”. O segundo foi adquirido por Almada Negreiros.» (Rui Mário Gonçalves in Panorama da Arte Portuguesa do Século XX, 1999, p. […]

AA.VV, Panorama da Arte Portuguesa do Século XX. Porto: Fundação de Serralves, 1999, pp. 89, 121, 135-136, 139, 147, 159, 163, 168, 289, 300

«Apesar de a doçura lírica deste trabalho ser o que Dacosta realizou de mais próximo do gosto oficial, o quadro prenuncia interesses que aparecerão mais tarde: a atenção dada a um ritual cíclico (a festa do Espírito Santo nos Açores), e a nítida deslocação de uma vertente do Surrealismo para outra, do “estranho ao maravilhoso”.» […]

António Dacosta. Yes and No, In Other Words / Não Há Sim Sem Não. Hamilton: The Bermuda National Gallery, 1999

«Em “La Religieuse Portugaise” (1985), como não reparar que o rosto da freira invade todo o espaço e tem a forma de um seio? A força da paixão vivida pela Soror Mariana atraiu o pintor Dacosta, que quer partilhar connosco a sua compreensão do mundo e da vida. É através da força da paixão que […]

Pintura de António Dacosta / Paintings of António Dacosta. Macau: Leal Senado, 1999

«Em “Quatro Flores para Goya” (1981), o pintor utilizou o mesmo leve sentido de apontamento sensual, para criar uma moldura dentro do rectângulo do suporte e para sugerir uma íntima cena de ternura, com uma mulher e um touro. O quadro é, portanto, afirmador da bidimensionalidade pictural, na ornamentação dos quatro cantos, com quatro flores; […]

Pintura de António Dacosta / Paintings of António Dacosta. Macau: Leal Senado, 1999

«Morte e orgasmo, aniquilação e fertilidade, olvídio e lembrança: eis as associações tradicionais da imagística da água (cf. temas tais como o Baptismo ou o Dilúvio). As obras Fontes de Sintra foram particularmente importantes para Dacosta na medida em que congregam preocupações várias que afirmam a capacidade da imagem de reificar a experiência. […] Eis […]

António Dacosta. Yes and No, In Other Words / Não Há Sim Sem Não. Hamilton: The Bermuda National Gallery, 1999

«O quadro “Serenata Açoriana” é uma meditação sobre os grandes mistérios da vida e da morte. Assimila imagéticas religiosas da queda de Adão e Eva, misturadas com pagãos sacrifícios de aves, num ambiente que sugere a baía da Ilha Terceira dos Açores. Nas águas, um pequeno barco transporta uma mulher do povo, que parece erguer […]

AA.VV, Panorama da Arte Portuguesa do Século XX. Porto: Fundação de Serralves, 1999, pp. 89, 121, 135-136, 139, 147, 159, 163, 168, 289, 300

«Os porcos que ali [Issenheim] eram criados pelos frades de Santo Antão eram marcados pela cruz – o Tau – para que ninguém os tocasse, que era disso que viviam estes, dedicados a aliviar os males alheios, do corpo e do espírito. Isso impressionou-o deveras e daí veio essa série. O Tau era a cruz, […]

António Dacosta «O Trabalho das Nossas Mãos». Vila Nova de Famalicão: Fundação Cupertino de Miranda, 1999

«Um outro quadro de sua autoria, “Um cão e outras coisas” (1941), sintetiza o modo como, nessa época, a Guerra Mundial era mal apercebida em Portugal. É um quadro vertical, muito esguio, o que obriga o espectador a deslocar o olhar de cima para baixo e vice-versa. Nesta movimentação, o espectador distingue duas cenas: ao […]

AA.VV, Panorama da Arte Portuguesa do Século XX. Porto: Fundação de Serralves, 1999, pp. 89, 121, 135-136, 139, 147, 159, 163, 168, 289, 300

«O ano de 1995 foi mais agitado em viagens pelo mundo – […] a Angra do Heroísmo, também, em Junho, para assistir, nas festas autênticas do Espírito Santo, à inauguração de uma exposição do António Dacosta […] e de um monumento que ele desenhara, no seu leito de hospital, que foi de morte, pelo Natal […]

França, José-Augusto, Memórias para o Ano 2000. Lisboa: Livros Horizonte, 2000

«A guerra de que tanto se falava e de que tão poucas notícias certas chegavam, não se encontrava longe e cenas dramáticas aconteciam nas zonas de fronteira onde os espanhóis buscavam refúgio. Dacosta guardava delas uma nítida memória, quando das suas estadas com Pedro em Moledo. A memória do horror bélico e das suas inapagáveis […]

Surrealismo em Portugal 1934 – 1952. Lisboa; Badajoz: Instituto Português de Museus; Junta de Extremadura – Consejería de Cultura, 2001

«A violência é mais explícita em Antítese da Calma (1940), quadro que foi posto em destaque num artigo de Vitorino Nemésio na revista Variante. Neste quadro, a figura principal está na diagonal descendente. É um jovem nu, abraçando com o braço esquerdo um touro-cavalo (símbolo do povo espanhol) e segurando com a mão direita uma […]

AA.VV, Portugal Contemporâneo. Vol. 4. Lisboa: Publicações Alfa, 1990, pp. 289-312

«[…] António Dacosta (1914-1990) – apresentou obras angustiantes, transmitindo uma solidão desoladora, com alusões à guerra. Antítese da Calma (1940) é uma dessas obras. A denúncia da guerra, com toda a sua crueldade, e o pretendido afastamento de Portugal dessa situação são um dado explorado pelos surrealistas […]» (CASTRO, 1997, p. 152)

Castro, Laura; Silva, Raquel Henriques da, História da Arte Portuguesa. Época Contemporânea. Lisboa: Universidade Aberta, 1997, pp. 131-152, 176

«Dacosta engrossava a 1ª Exposição Surrealista, em 1949, com duas obras não figurativas, Cuidado com os filhos e Espaço ocupado, ambas de 1948. Desaparecida a segunda, […] a primeira apresenta-se como uma composição mais violenta, de fortes contrastes cromáticos e de força gestual, na qual se adivinha um semi-automatismo que carece de afinação posterior, reelaboração […]

Surrealismo em Portugal 1934 – 1952. Lisboa; Badajoz: Instituto Português de Museus; Junta de Extremadura – Consejería de Cultura, 2001