«O desenho […] apresenta uma figura an­tropomórfica semelhante a um minotauro […], que está ancorada na sua ação por vários elementos, entrelaçados e confundidos entre si, como uma assemblage figurativa. A matriz classicista da figura, apesar da sua ir­realidade algo alegórica, será a possível imagem de uma ilha (a marcação insular de Dacosta) ou de uma nau, algo imprecisamente descortinável na especulação gráfica de alguns elementos que envolvem a figura. Mas a hibridez da figura e a pouco clara associação dos elementos destituem essa matriz clássica, desvian­do-se da claridade representativa desejada no duplo centenário. Contudo, é de ponderar estarmos perante uma espécie de alegoria surrealista aos Açores, com as alusões ao touro (a Folia dos Bezerros das Festas do Espírito Santo ou as toura­das à corda), as redes de pescas, a sugestão de nau ancorada da ilha, e a declarada sugestão “insular” do título.»

(DIAS, 2016, p. 74)